25/05/09 |

Instituições e Movimentos Sociais compartilham experiências em Agroecologia e Floresta

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Na  terça- feira( 26 )  acontece em Manaus a Oficina para Nivelamento das Ações de Agroecologia & Floresta, com o objetivo de socializar processos e experiências sobre estes temas no âmbito do Estado do Amazonas. O evento acontece de 8h40 às 17h no Auditório da Escola Agrotécnica Federal de Manaus.

A realização do encontro é coordenada pela Embrapa Amazônia Ocidental, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), pela Rede de Agricultores Tradicionais do Amazonas (Reata), Ministério da Agricultura Pecuária eAbastecimento (Mapa) e Agência de Cooperação Técnica Alemã GTZ. O evento tem apoio da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e da ArticulaçãoNacional de Agroecologia (ANA).

De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental e membro da diretoria da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Silas Garcia,essa oficina é um esforço coletivo de reflexão da internalização do tema agroecologia nas instituições de ensino, pesquisa, extensão e sua interatividade com povos, comunidades tradicionais e agricultoresfamiliares do Amazonas. Ao final do encontro se espera formalizar a articulação estadual, por meio de um Grupo de Trabalho, denominado de GT Agroecologia & Floresta, que se destina a encaminhar ações para promover e desenvolver a agroecologia no Estado e contribuir para formulação de políticas públicas.

Silas explica que a Embrapa, após o lançamento do Marco Referencial em Agroecologia, em 2006, vem intensificando suas ações na temática agroecológica a fim de atender as diferentes demandas por tecnologias de bases sustentáveis. Neste sentido, integra-se a várias instituições governamentais e  não-governamentais, grupos e movimentos interessados na temática da Agroecologia, tanto como enfoque científico quanto como movimento social.

Segundo o pesquisador, "a Agroecologia é considerada como ciência emergente, considerada como campo de conhecimento transdisciplinar, que recebe as influências das ciências sociais, agrárias e naturais, emespecial da Ecologia Aplicada". Essa ciência ganha caráter concreto quando aplicada às realidades locais, por meio de diferentes estilos de agricultura, como é o caso dos sistemas agroflorestais, sistemas agroextrativistas, sistemas orgânicos, entre outras agriculturas de bases ecológicas, que podem validar os princípios e concepção teórica da  Agroecologia. "Como movimento social, a temática Agroecologia tem permitido trazer para o debate público a questão do poder da ciência sobre o desenvolvimento da sociedade, realçando o caráter político que há por trás das opções entre os diferentes modelos tecnológicos empregados na agricultura", explica Silas.

Com base nesses princípios, a oficina reunirá uma convergência de interesses dos diversos atores que a compõe. Os representantes das duas instituições nacionais de agroecologia - ABA e ANA – pretendem mobilizar os participantes para a realização da 2ª Reunião Anual Amazônica de Agroecologia e para o Seminário Regional de Construção do ConhecimentoAgroecológico, previstos para setembro deste ano. Os representantes da Rede de Agricultores Tradicionais do Amazonas (Reata), que integra mais de 200 famílias de agricultores de diferentes comunidades em 14 municípios do Estado, pretendem fortalecer a articulação dos agricultores em torno da formalização do movimento como pessoa jurídica, com autonomiaadministrativa e financeira.

Orgânicos

A oficina ocorre oportunamente na mesma semana em que o Mapa promove nacionalmente a V Semana dos Alimentos Orgânicos, para esclarecer os consumidores sobre os benefícios sociais, ambientais e nutricionais dos alimentos produzidos sem uso de agrotóxicos e insumos químicos. Assim, os representantes do Mapa e GTZ, por sua vez, vão conduzir os esclarecimentossobre o processo de certificação de produtos orgânicos, que é também um interesse manifesto pela Reata em discutir e buscar um modelo alternativode certificação, que tenha a gestão por parte dos agricultores.

O extensionista do Idam e articulador da Reata, Mario Ono, destaca que a Reata quer a certificação por Sistemas Participativos de Garantia (SPG),modelo em que os próprios agricultores participam da fiscalização e dão a credibilidade se o processo é orgânico ou não, diferente do modelo de certificação por empresas, em que se submete a auditoria anual por empresa para receber o selo de garantia. Os grupos que atuam no movimento agroecológico no Amazonas querem a certificação e valorização de produtos orgânicos, tanto para os oriundos da floresta, pelo agroextrativismo, como é o caso da castanha, mel e óleos vegetais, como para as hortaliças produzidas em diferentes sistemas orgânicos, e das frutíferas,  em sistemas agroflorestais.

Programação

Na Oficina de Agroecologia e Floresta serão discutidos os  seguintes temas, pelos respectivos palestrantes: Processo de Construção do Conhecimento Agroecológico, conduzido pela Aba, Ana e Idam;  Legislação Brasileira de Agricultura Orgânica, por André Levy do Mapa; Avaliação de Conformidade para garantia da produção orgânica , por Marcelo Nunes doGTZ;  Experiência da Casa Familiar Rural de Boa Vista do Ramos-AM, por Graça Melo da Escola Agrotécnica Federal de Manaus; Avanços e desafios daReata, por  Bosco Gordiano do IDAM; Ações do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Florestal  e da Gerência de Apoio a ProduçãoNão-Madeireira com cadeias de valor da sociobiodiversidade, por Quênia Barros do IDAM; Experiência em educação informal em agroecologia , por Irmã Marta da  Comissão Pastoral da Terra (CPT);  Andamento do Projeto de Pesquisa Transição Agroecológica e Projeto Kamukaia para manejo deprodutos florestais não madeireiros, por Nestor Lourenço da Embrapa Amazônia Ocidental;  Processo de Construção do Curso Superior de Agroecologia em Parintins, por Neide Souza da Universidade do Estado do Amazonas (UEA);  Processo de Articulação da Rede de Agroecologia do Maranhão (Rama), pelo Grupo de Assessoria em Agroecologia na Amazônia (GTNA).

Embrapa Amazônia OcidentalAssessoria de ComunicaçãoSíglia Regina –  MTb 066/AMContatos: (92) 3303-7852 siglia.regina@cpaa.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/