15/06/09 |

Presidente do JIRCAS destaca importância de desenvolver cultivares tolerantes à seca

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O pesquisador Kenji Iiyama, presidente do Centro de Pesquisa Internacional do Japão para as Ciências Agrícolas (JIRCAS), salientou durante visita à Embrapa Cerrados (Planaltina - DF), na quarta-feira (10), a necessidade das instituições de pesquisa agropecuária avançarem os estudos com relação a resistência à seca de culturas como soja, milho e trigo.

O Jircas detém a patente do gene DREB (Proteína de Resposta à Desidratação Celular), que, a partir de acordo de transferência do gene, assinado em 2003, foi liberado para pesquisas para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa.

O órgão do governo japonês coordena 40 cooperações internacionais estabelecidas com 65 instituições de 27 países. No Brasil, o Jircas mantém o escritório responsável pelas pesquisas na América Latina, em Londrina (PR), nas instalações da Embrapa Soja.

Para Kenji, há interesse do governo japonês em aumentar a cooperação com o Brasil. O dirigente destacou que a competência do JIRCAS em biotecnologia deve ser unida à capacidade da Embrapa em avaliar experimentos no campo.

O presidente do JIRCAS citou a atuação da instituição na Etiópia, onde estão sendo conduzidas pesquisas para combater a desertificação e desenvolver sistemas produtivos de arroz com menor consumo de água. Com relação ao Brasil, Kenji citou também a atuação em pesquisas para desenvolver cultivares de soja tolerantes à ferrugem.

Segurança alimentar

O pesquisador lembrou ainda que para o Japão, um dos maiores importadores mundiais de commodities agrícolas, as discussões sobre segurança alimentar ganham ainda mais importância. "Investir em segurança alimentar é um interesse nacional do Japão", destacou.

O tema, foco das discussões da 4ª Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento Africano, realizada em maio de 2008, e constantemente debatido em encontros do G8, grupo que reúne os países mais desenvolvidos economicamente do mundo, é para o JIRCAS uma prioridade das cooperações e ações de pesquisas.

Para Kenji, a alta no preço dos alimentos tem impacto negativo na segurança alimentar e requer maior investimento em ciência e tecnologia agrícolas. O pesquisador apresentou números das principais culturas agrícolas importadas pelo Japão. O país asiático depende de 16,6 milhões de toneladas anuais de milho por ano para suprir o mercado interno, 5,4 milhões de toneladas por ano de trigo e 4,1 milhões de toneladas de soja anuais. Aproximadamente 15% da importação de soja vem do Brasil. "Vejam que com estes dados, segurança alimentar é uma grande questão para o Japão", mencionou.

Durante a visita à Embrapa Cerrados, o pesquisador japonês conheceu o andamento das pesquisas sobre tolerância à seca para trigo no Cerrado, apresentado pelo pesquisador Walter Quadros, e discutiu com o pesquisador Marcelo Nascimento metodologias de pesquisa participativa envolvendo pequenos agricultores. Nascimento explicou de que forma a pesquisa voltada para a agricultura de conservação tem contribuído para diminuir a dependência dos agricultores a insumos externos como trator e fertilizantes químicos.

Os pesquisadores Fernando Macena, chefe de pesquisa da Embrapa Cerrados; Marília Silva, articuladora internacional da Unidade da Embrapa, e Alexandre Cardoso, da Área de Relações Internacionais da Embrapa, e Hiroshi Kudo, do Instituto de Pesquisas Técnicas e Difusões Agropecuárias (JATAK) que atua na cooperação Embrapa – JIRCAS, também acompanharam a visita do presidente do JIRCAS.

Gustavo Porpino (RN648 JP)

Jornalista da Embrapa Cerrados

Contato: gporpino@cpac.embrapa.br

Com informações de Lebna Landgraf (MTb 2903)

Jornalista da Embrapa Soja

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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