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Criação de caprinos e ovinos na Síria é tema de palestra no PEC Nordeste

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A experiência da caprinocultura e ovinocultura na Síria foi tema da palestra proferida no PEC Nordeste pelo pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), Marco Bomfim, na quarta-feira(17) . Ao longo de sua apresentação, ele  falou sobre a realidade daquele país e propôs diversas reflexões ao público presente sobre a cadeia produtiva de caprinos e ovinos no Nordeste brasileiro.

A Síria é um país de condições inóspitas para a produção. Vinte por cento do território é de deserto e apenas 3%, formado por florestas. Trinta e três por cento  são  áreas agricultáveis e 44% ,  semi-árido. "Mas é um semi-árido diferente do brasileiro, as condições são mais adversas", afirma Bomfim. Mesmo assim, explica, 25% do PIB da Síria é gerado pelaprodução agrícola.

A criação de caprinos e ovinos tem grande importância no país. O rebanho de ovinos é de 17,5 milhões e o de caprinos de pouco mais de um milhão de animais. O rebanho bovino tem pouca representatividade na Síria. "Bovinos são pouco adaptáveis ao ambiente daquele país de semi-árido e pobre em diversidade vegetal. O caprino sofre mais em regiões como essa,  daí apredominância dos ovinos", explica o pesquisador da Embrapa.

As raças existentes na Síria são os ovinos Awassi e caprinos Damascus. Os caprinos são criados nas regiões montanhosas, onde a oferta de alimentos émaior. Os rebanhos são criados a pasto e também confinados. "Os nômades (beduínos) se movimentam o tempo todo em função da disponibilidade dealimentação  para os rebanhos", diz Bomfim.

De outubro a fevereiro, os animais recebem suplementação com volumoso e concentrado. De março a maio, alimentam-se em pastos nativos e de abril a setembro, o rebanho recebe resíduos da agricultura, que de acordo com o pesquisador é um grandesuporte para a pecuária da Síria.

Marco Bomfim levou o público a refletir sobre os benefícios que a integração com a agricultura trazem para a pecuária, inclusive para a criação de caprinos e ovinos no Nordeste brasileiro, onde a oferta dealimentos também é restrita. "Podemos utilizar derivados da agricultura local, como o pedúnculo do caju, para alimentar o rebanho a custos menores".

Outra questão levantada pelo pesquisador é a legislação  que, segundo Bomfim, pode dificultar que o pequeno produtor agregue valor aos seusprodutos. "Temos que discutir uma estrutura mínima que pode ser usada pelos pequenos sem que ele descumpra a lei".

Adriana Brandão MTb CE01067JPEmbrapa Caprinos e Ovinos

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