19/06/09 |

Simpósio vai divulgar boi orgânico durante cavalgada no Pantanal

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Ampliar a produção de carne orgânica no Pantanal e profissionalizar a cadeia da pecuária orgânica brasileira são os objetivos principais do 1º Simpósio de Pecuária Orgânica, que acontece nos dias 24 e 25 de julho, na fazenda Rancharia, no Pantanal da Nhecolândia.

O evento será simultâneo à 4ª Cavalgada no Pantanal, organizada pela ACCP (Associação dos Criadores de Cavalo Pantaneiro do Mato Grosso do Sul) e pela ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica). A cavalgada começa dia 23, com a chegada e acomodação dos participantes, e termina no dia 26, com a entrega do certificado de "Amigo do Pantanal".

O simpósio terá três palestras. A primeira, sobre "Cadeia produtiva da carne orgânica" será realizada pelo professor Antônio Márcio Buainain, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas-SP) no dia 24, às 11h30.

No mesmo dia, às 18h, a professora Silvia Caleman, da USP (Universidade de São Paulo), fala sobre "Organização de Cadeia de Valor para Pecuária Orgânica no Pantanal".

A terceira palestra será do pesquisador André Steffens Moraes, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele trabalha com socioeconomia e vai abordar o "Mercado de Carne Orgânica" no dia 25, às 17h30. A Embrapa Pantanal é uma das patrocinadoras do evento.

Segundo André, a ideia é chamar a atenção dos participantes para os produtos sustentáveis do Pantanal. "O começo será pela carne orgânica, mas a abordagem sustentável do turismo também será destacada."

MERCADO

O pesquisador afirma que a iniciativa de se trabalhar com temas ligados à cadeia da pecuária orgânica permite que o produtor visualize o mercado de uma forma mais abrangente. Além do pecuarista, frigoríficos e varejistas estão integrados à discussão e estruturados para abater e comercializar o produto.

André Steffens explica que o Mercado Comum Europeu e os Estados Unidos consomem 90% da carne orgânica produzida no mundo. O Brasil ainda tem uma oferta pequena, os processos de certificação estão começando e o produto final custa entre 7% e 10% a mais em relação à carne convencional.

No Pantanal, berço da pecuária orgânica no país, a produção orgânica começou em 2001, com a criação da ABPO. O Mato Grosso também tem uma associação  semelhante, a Aspranor (Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos).

EXIGÊNCIAS

Mas afinal, o que é o boi orgânico? Segundo o pesquisador da Embrapa Pantanal, é um animal produzido a partir de conceitos de sustentabilidade econômica, social e ambiental. "A princípio, quem não conhece bem o sistema orgânico, acha que tudo nele é proibido. Não é bem assim", disse André.

Na esfera econômica, o boi orgânico deve ser rentável. Alguns cuidados em relação ao manejo e ao bem-estar do animal devem ser praticados, como não utilizar na propriedade produtos derivados do petróleo, uréia e medicamentos alopáticos para cura. "Recomenda-se o uso de medicamentos homeopáticos ou fitoterápicos para prevenir doenças", afirmou.

Os animais devem ter áreas sombreadas para ficar, água em abundância e transporte adequado ao abatedouro para que não se machuquem. O abate não pode ser estressante.

No âmbito social, os trabalhadores da propriedade devem ter carteira assinada e condições adequadas de qualidade de vida. Seus filhos devem ter acesso a escola, suas casas precisam ser estruturadas, com banheiros, por exemplo.

No foco ambiental, é avaliado qualquer impacto ao meio ambiente. Como o sistema orgânico não utiliza produtos químicos, não haverá condução de substâncias tóxicas aos rios e mananciais. Também não se usam adubos, apenas pastagens naturais.

"Há casos em que, se o animal estiver em risco, é permitido o uso de medicamentos alopáticos. Mas o pecuarista deve informar ao certificador a quantidade comprada, a forma de armazenamento e o uso. "Não se deve utilizar mais de duas vezes essas substâncias no mesmo animal", afirma André.

Essa intervenção é aceita para os mercados brasileiro e europeu, mas os Estados Unidos não concordam com o uso de alopáticos em hipótese alguma.

Segundo o pesquisador, existem hoje no Mato Grosso do Sul 12 fazendas certificadas e 10 em processo de certificação. Entre estas, a fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal. O certificador escolhido pela ABPO, parceira da Embrapa, é o IBD (Instituto Biodinâmico).

O certificador faz duas visitas anuais à propriedade, custeadas pelo produtor. Além disso, faz vistorias surpresas à fazenda. "Caso encontre algum item não adequado, são sugeridos ajustes", disse André.

Serviço:

1º Simpósio de Pecuária Orgânica e 4ª Cavalgada no Pantanal

Data: 23 a 26 de julho de 2009

Local: Fazenda Rancharia – Pantanal da Nhecolândia

Inscrições: R$ 300

Aluguel de cavalo: R$ 50,00

Informações e inscrições: (67) 3042-7427/3042-7428/9985-0292

E-mail: cavalgadanopantanal@hotmail.com

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/