19/06/09 |

Diálogo e Integração de saberes no Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais

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Representantes legítimos de culturas diferentes, eles construíram o conhecimento a partir de tradições e visões de mundo próprias, porém agregadas ao universo instigante e provocativo da academia. Juntos, na mesma mesa, o representante indígena Gersem Baniwa e o educador ambiental Marcos Sorrentino serão os condutores da conferência de abertura do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, que começa na noite de segunda-feira (22), em Luziânia (GO).

Para uma plateia estimada em mais de quinhentas pessoas de variadas formações – pesquisadores, agricultores, estudantes e autoridades - vão falar sobre o tema central do evento, o Diálogo e a integração de saberes em sistemas agroflorestais para sociedades sustentáveis, cuja proposta é reunir democraticamente saberes populares e científicos em um grande fórum.

"É preciso desenraizar preconceitos, exercitar o "fazer política" cotidiana pela enunciação de sonhos individuais e de grupos na construção de caminhos coletivos", comenta Marcos Sorrentino, atual coordenador do Laboratório de Educação e Política Ambiental (Oca), da Universidade de São Paulo. Doutor em Educação e pós-doutor pelo Departamento de Psicologia da USP, o ex-diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente defende a necessidade de "superar as amarras" de explicações prontas e permitir que sejam construídas novas possibilidades de respostas, perguntas e caminhos.

Para Gersem Baniwa, primeiro índio a conquistar o título de mestre em Antropologia Social no Brasil, "uma sociedade sustentável pressupõe uma convivência solidária e recíproca". "Os povos e as culturas dominantes de hoje continuam etnocêntricas, prepotentes e autoritárias que subjugam e negam os demais considerados por eles inferiores", diz ele. "Não é à toa que a sociedade dominante criou e fortaleceu suas instituições educativas - principalmente a escola e a universidade - como espaços de valorização, proteção, divulgação e imposição de seus saberes, em detrimento dos saberes de outros povos e culturas dominadas".

Baniwa é autor do primeiro livro da série Via dos Saberes, intitulado O índio brasileiro – o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje, doutorando em Antropologia pela Universidade de Brasília e está à frente da Coordenação de Educação Indígena do Ministério da Educação (MEC). A conferência que terá a participação dos especialistas começa logo após a solenidade de abertura do evento, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).

O local é a sala Jequitibá, a partir das 18h, com presença confirmada do secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniran Sanches Peraci; a diretora-executiva Tatiana Deane de Sá; o presidente do VII CBSAF, Felipe Ribeiro; o presidente da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais, Ivan Crespo; presidente da Emater/DF, Carlos Magno, e o representante da ONG Mutirão Agroflorestal. Logo após a palestra, haverá o show com o violeiro, compositor e pesquisador mineiro, considerado um dos melhores instrumentistas do gênero no mundo, Roberto Corrêa, e o mestre popular da música caipira de raiz, Badia Medeiros.

Para acompanhar a programação completa e as notícias sobre o VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais basta acessar www.embrapa.br/viicbsaf. O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF) e a organização não-governamental Mutirão Agroflorestal.

Kátia Marsicano (03546/DF)

Embrapa Informação Tecnológicakatia@sct.embrapa.brContatos:(61) 3448 4590

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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