22/06/09 |

Congresso aborda a cultura do feijão-caupi

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O feijão-caupi - aquele da receita típica do baião-de-dois e de outras delícias culinárias -, dentro em breve vai cair na boca do povo . De 24 a 28 de agosto , no Pará, haverá um congresso nacional de grande porte, o II Conac, que trará a Belém autoridades de diversas áreas para debaterem sobre o sistema produtivo do grão e tudo o que diz respeito à sua cadeia produtiva.

Para lançar oficialmente o II Congresso Nacional de Feijão-caupi – Conac, a Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA) promove na capital paraense, na quarta-feira (24), um evento especial, para convidados e imprensa, seguido de coquetel contendo alguns tipos de salgadinhos feitos com o grão. O lançamento tem início às 16 horas, na Federação da Agricultura e Pecuária do Pará – Faepa (Trav. Dr. Moraes, n° 21, bairro Nazaré).

Avanços

Não é à toa que o tema do II Conac é "Da agricultura de subsistência ao agronegócio". Até pouco tempo atrás, a cultura do feijão-caupi era explorada no Brasil quase que exclusivamente por agricultores familiares, em padrões tradicionais, e tinha um mercado restrito. Agora, nota-se um aumento da expressão econômica do feijão-caupi, as áreas cultivadas se ampliam do Norte e Nordeste para outras regiões brasileiras, exportações se intensificam, agricultores empresariais são atraídos para a esfera do feijão-caupi com a segurança proporcionada por avanços científicos e tecnológicos que possibilitam, inclusive, a mecanização da colheita conforme a variedade de grão utilizada como semente.

O que antes só se podia fazer manualmente (a exemplo da estafante colheita que obriga o agricultor a ficar numa posição inclinada que "quebra-cadeira", como bem diz o nome popular de uma antiga variedade desse grão no Pará), hoje já se pode fazer de forma rápida e mecanizada (como permite o porte semi-ereto da planta da cultivar BRS Novaera, lançada pela Embrapa no Pará em 2007), com benefícios tanto aos agricultores familiares quanto empresariais.  

Segurança Alimentar

O feijão-caupi, também conhecido por feijão-macassar ou feijão-de-corda, é considerado uma das fontes alimentares mais importantes e estratégicas para as regiões tropicais e subtropicais do mundo. Pesquisas revelam que o grão dessa leguminosa é uma fonte importante de proteínas, aminoácidos, fibras dietéticas e energia.

"No Brasil, notadamente nas regiões Norte e Nordeste, o feijão-caupi constitui uma das principais alternativas sociais e econômicas responsáveis pelo suprimento alimentar e geração de empregos, principalmente entre a população rural", declara Altevir Lopes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e coordenador do II Conac.

Outro pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Manoel Cravo, salienta que o feijão-caupi é também uma alternativa para compor programas de políticas públicas focados na melhoria da qualidade de vida da população, especialmente de áreas carentes dos meios rurais e urbanos. "Exemplo disso seria sua inserção na merenda escolar regional", sugere o pesquisador.

  No Pará

O agronegócio do feijão-caupi no Pará ganhou impulso em 2005, quando, após 20 anos sem novas cultivares adequadas à região, a Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com a Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI) e dois produtores da Região Bragantina, lançou duas variedades, BRS Milênio e BRS Urubuquara.

O Pará é o maior produtor de feijão-caupi da região Norte. Paradoxalmente, a maioria (cerca de 90%) do feijão-caupi plantado no Pará é consumida fora do Estado, principalmente no Nordeste brasileiro onde é tradição culinária. A região Bragantina concentra o pólo produtivo do grão no Estado, sendo Tracuateua, cerca de 200 quilômetros distante de Belém, o município-líder da produção paraense desse grão.

Pesquisa  Premiada

O trabalho de pesquisa que há décadas possibilita a inovação nesse segmento da agricultura é cada vez mais reconhecido. Em 2009, o prêmio "Frederico de Menezes Veiga" foi concedido ao pesquisador Francisco Rodrigues Freire Filho, da Embrapa Meio-Norte, por seu trabalho desde 1975 com melhoramento genético de feijão-caupi que resultou no lançamento de 13 cultivares no período de 1991 a 2008. Freire também é responsável pela reorganização e fortalecimento da rede de melhoramento genético de feijão-caupi, que hoje ultrapassa as fronteiras da região Nordeste, indo desde o Estado de Roraima até Mato Grosso do Sul e de Pernambuco até Rondônia. Com os resultados dessas ações, a Embrapa Meio-Norte passou a ser referência nacional em feijão-caupi.

Programação

A Embrapa Amazônia Oriental, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é a instituição realizadora e coordenadora do II Conac, e também da VII Reunião Nacional de Feijão-caupi (Renac) que acontece paralelamente ao congresso.

Consulte programação completa do II Conac e outras informações sobre o congresso no site: http://conac.cpatu.embrapa.br

Izabel Drulla Brandão   (MTb 1084/PR) Embrapa Amazônia Oriental

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/