24/06/09 |

Reflexão marca primeiro dia de trabalhos no VII CBSAF

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Durante cerca de uma hora, dezenas de pessoas acompanharam atentamente a palestra do agrônomo suíço Ernst Götsch, considerado o pioneiro no desenvolvimento de sistemas agroflorestais no Brasil e referência internacional na área. O encontro aconteceu na manhã de terça-feira, na primeira conferência do dia do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, que começou na segunda-feira (22), no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia (GO).

Defendendo a importância da convivência com a natureza e o pressuposto de que depende apenas do homem usufruir dos benefícios da sustentabilidade, ele dividiu espaço com o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Edmar Ramos de Siqueira, na apresentação da conferência Sustentabilidade e sistemas agroflorestais.  "Não existe solo ruim. Temos tudo pronto. Não nos falta nada", concluiu ele, referindo-se à necessidade de se compreender a dinâmica da natureza, a partir do que define como "amor incondicional", fundamental ao estabelecimento de uma relação ética com o meio ambiente. 

 Ernst Götsch tem dedicado os últimos vinte anos de sua vida à disseminação do conceito de sistemas agroflorestais, com a utilização do ecossistema local, que tem a fauna e a flora naturais como metas ao desenvolvimento dos SAFs. Com esse princípio, tem conseguido provar que é possível recuperar áreas degradadas e nascentes, com produtividade.

Para o pesquisador Edmar Siqueira, que também abordou a sustentabilidade dos sistemas agroflorestais, as indicações dos caminhos errados são claras, no que respeito a práticas inadequadas que têm trazido prejuízos, principalmente ambientais. "Sabemos o que estamos fazendo: a monocultura, os excessos de insumos químicos e a mecanização pesada. Nesse contexto, o homem deixa de ser sujeito", completou ele, cuja experiência ultrapassa os oito anos voltados à pesquisa em SAFs.

Segmentação

No primeiro painel da manhã de terça-feira, o tema Panorama Global em Sistemas Agroflorestais foi apresentado por dois outros especialistas: o queniano Erick Fernandes, do Banco Mundial de Nova Iorque (EUA), e o agrossilvicultor Jorge Luiz Vivan, consultor autônomo, de Torres (RS). Entre as diversas abordagens sobre o tema, Vivan destacou a necessidade de ampliar a troca de experiências e informações sobre SAFs no Brasil. "Somos ainda muito paroquiais, pertencemos a grupos segmentados, por isso devemos aproveitar o momento de congraçamento para divulgar uns aos outros as estratégias de adaptação dos sistemas agroflorestais, que cada um está adotando para se fortalecer como sistema produtivo", destacou.

Segundo ele, falta organização para entender os momentos de crise e para isso deve-se adotar formas de organizar todas as informações disponíveis e métodos de monitoramento de SAFs. "Precisamos de estudos em redes sociais, saber como tem evoluído os sistemas produtivos, quais são os tipos de SAFs que existem, que mecanismos legais temos para nos organizar", disse. "Só assim poderemos defender a viabilidade dos sistemas agroflorestais como a alternativa agrícola mais adequada".

Já o representante estrangeiro, mostrou de qual forma os SAFs estão sendo adotados em países como Quênia, Índia e Costa Rica, assim como o seu papel na redução dos efeitos da pobreza e da garantia da sustentabilidade ambiental.  

Para acompanhar a programação completa e as notícias sobre o VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais basta acessar www.embrapa.br/viicbsaf. O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF) e a organização não-governamental Mutirão Agroflorestal. A organização do VII CBSAF é da Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília/DF) e o evento conta com apoio da Embrapa Cerrados (Planaltina –DF), Embrapa Floresta (Colombo/PR), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF) e da Embrapa Informação Tecnológica  Brasília/DF).

Kátia Marsicano – Embrapa Informação TecnológicaBrasília – DF (61) 3448 4590

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/