O embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, visitou a Embrapa Roraima essa semana. Ele foi recebido pelo Chefe Geral da Unidade, Francisco Joaci de Freitas, e pelos funcionários da empresa, no auditório da Unidade. Na ocasião, Francisco Joaci apresentou o projeto com Sistemas Agroflorestais (SAFs), desenvolvido pela Embrapa há dez anos na região do Apiaú, município de Mucajaí-RR.

O modelo de produção que o embaixador conheceu integra agricultura e árvores frutíferas, preservando o meio ambiente. O projeto tem mudado a vida de mais de 50 famílias na região. "Com a utilização dos SAFs, a média de renda mensal desses agricultores hoje é de R$ 3.438,00. Os que alcançam maior renda mensal são os que utilizam a piscicultura na propriedade, integrada ao sistema. Já os que não utilizam os SAFs têm renda média mensal de R$ 961,00", conta o analista da Unidade Alcides Galvão, que fez sua dissertação de mestrado sobre o assunto.

Em sua vista à Embrapa, Ken Shimanouchi ainda assistiu a um vídeo sobre a colheita artesanal de castanha-do-Brasil na comunidade indígena Wai -Wai, no interior da selva amazônica. "Fiquei muito impressionado com o trabalho da Embrapa. Estou certo que a empresa está desempenhando um papel muito importante nas questões ambientais e pode fazer ainda mais. São projetos em que vale a pena investir", disse o embaixador.

O Chefe Geral da Embrapa RR ressalta que a visita foi um importante passo para que o pedido de apoio feito pela Associação Nipo-Brasileira à Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) seja aceito. A agência poderá investir em projetos que melhorem a qualidade de vida e preservem o meio ambiente em Roraima. A exemplo do modelo de parceria que existe em Tomé-Açu (PA).

No município paraense, a Embrapa e a Jica possibilitaram que a cooperativa de produtores desenvolvesse e ampliasse a agroindústria de polpas de frutas extraídas dos SAFs. Hoje, eles exportam para o Japão. Neste país, o produto é bastante valorizado por carregar o rótulo de "ecologicamente correto".Além disso, em Tomé-Açu, foi constatada a recuperação do ecossistema. Uma experiência que serve de referência para outras regiões. "Mucajaí está na lista dos municípios que mais desmatam a Floresta Amazônica. Ampliando o projeto que já desenvolvemos lá, inclusive com uma agroindústria que foi implantada esse ano, poderemos mudar o cenário. Por isso, o apoio do Japão é tão importante", finaliza Francisco Joaci.

Liliane Cronemberger (1157 DRT PI)Embrapa Roraima(95) 4009-7107liliane@cpafrr.embrapa.br