A Amazônia foi mais uma vez assunto de debates entre deputados, em Brasília. A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados se reuniu em audiência pública, na terça-feira (30) para discutir o projeto "Fogo Zero na Amazônia", elaborado por pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental(Belém/PA). A reunião contou com a participação da diretora-executiva da Embrapa, Tatiana de Abreu Sá, e do pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental Osvaldo Kato.

A diretora apresentou as opções tecnológicas para a prática da agricultura sem queima na Amazônia. Ela mostrou como é possível adotar técnicas que substituem o uso do fogo com uma pecuária sustentável. Experiências na região Norte comprovam a melhoria da qualidade de vida de agricultores após  a adoção de tecnologias como o sistema tipitamba, bragantino e sistemas agroflorestais. "Verificou-se, por exemplo, a liberação cinco vezes menor de gases combustíveis para atmosfera", ressaltou.

Tatiana de Abreu destacou, ainda, as ações que são necessárias para concretizar  a adoção dessas tecnologias: indústria de insumos adequados aos sistemas; linhas de crédito e Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) diferenciado para sistemas sem uso de fogo; valoração de serviços ambientais associados à adoção de sistemas sem uso do fogo; programas de incentivo à adoção das tecnologias; e formação e capacitação de profissionais.

O pesquisador Osvaldo Kato falou sobre a experiência da agricultura sem queima na comunidade São João, localizado no município de Marapanim, no Pará. Kato enfatizou os fatores que precisam ser considerados para que os pequenos agricultores possam adotar as alternativas apresentadas como incentivo à indústria regional; produção nacional de equipamentos de grande, médio e menor porte com menor custo; estímulo às locadoras de máquinas e equipamentos; garantir assistência técnica, entre outros.

Apoio da Embrapa

Depois da apresentação da Embrapa, os deputados, na sua maioria do Norte do País, elogiaram o trabalho da empresa, ressaltando a necessidade de se levar as tecnologias para outros estados. A grande preocupação dos parlamentares é a legislação, que em 2011, prevê o manejo da agricultura com fogo zero.

A diretora Tatiana explicou que as alternativas da Empresa já se encontram em uso em vários estados, mas que de fato é preciso ações que possibilitem a utilização dessas tecnologias em grande escala.

O pesquisador Kato também ressaltou o esforço governamental para acabar com as queimadas na Amazônia, porém, segundo ele, é necessário integrar as políticas de governo para que soluções tenham sucesso. "O trabalho integrado é importante para o agricultor, assim como uma assistência técnica diferenciada", comentou. 

Juliana Freire (MTb 3053/DF)Contato: (61) 3448-4039juliana.freire@embrapa.br