Os estudos sobre a concentração de carbono no solo geradas pela Embrapa Meio Norte, no Piauí e Maranhão, agora estão disponibilizados no banco de dados público e internacional, do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas - IPCC, órgão da ONU, com sede em Genebra. A base de dados reúne informações científicas de vários países sobre a emissão de gases poluentes.

Esse trabalho de pesquisa, hoje ao alcance de todos, busca o aperfeiçoamento dos inventários de gases de efeito estufa ligados à agricultura brasileira para o auxílio na definição de sistemas produtivos que possam amenizar as mudanças climáticas.

Nas informações geradas pela Embrapa Meio Norte, sob à coordenação do pesquisador-doutor Luiz Fernando Leite, o destaque é para o sistema de plantio direto. Esse sistema, segundos os estudos, é um dos mais eficazes para o seqüestro de carbono, pois quase não utiliza máquinas.

Outro ponto que faz a diferença é o fluxo de carbono, que tem uma menor atividade microbiana em relação aos sistemas convencionais. Essas vantagens colocam o plantio direto no mecanismo de desenvolvimento limpo, podendo gerar cotas de carbono no mercado de ações para quem adotasse o sistema.

É importante ressaltar, de acordo com o pesquisador, que já ficou comprovado que a eficiência do plantio direto é associada a culturas com elevada produção de biomassa. As pesquisas estão voltadas para a descoberta de espécies com grande potencial de biomassa, que serão usadas na produção agrícola do Meio Norte.

Todas as informações, repassadas durante a Reunião Internacional sobre Emissões de Gases de Efeito Estufa pela Agricultura, em junho último, em Santiago, no Chile, é o resultado de cinco anos de pesquisas comandadas por Luiz Fernando Leite. Ele trabalha em três projetos focados no estudos de carbono nos sistemas de produção agrícola do Piauí e Maranhão. Luiz Fernando e o professor-pesquisador Marcelo Galdos, da Universidade de São Paulo, foram os únicos brasileiros a participar do encontro.

Os projetos são financiados pelo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o Tesouro Nacional. O orçamento chega a R$ 250 mil. O pesquisador mantém ainda parceria com o Ministério da Agricultura e o Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola dos Estados Unidos, através de um projeto de estudo de carbono em países de clima tropical.

Fernando Sinimbu (Mtb 654/PI)Embrapa Meio Norte (Teresina/PI)Contato :(86) 3089-9118fernandosinimbu@cpamn.embrapa.br