16/07/09 |

Embrapa Amapá faz visita técnica à comunidade pesqueira do Bailique

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Durante esta semana, a equipe de pesquisadores de aquicultura e pesca da Embrapa Amapá está no arquipélago de Bailique (município de Macapá), na costa do estado do Amapá, atendendo o convite da Colônia de Pescadores Z-5  para verificar de perto o ambiente e propor alternativas de tecnologias à redução de peixes que vem se acentuando nos últimos 20 anos.

Os pesquisadores embarcaram na noite de terça-feira e retornam a Macapá no próximo sábado (18/7). O presidente da Colônia de Pescadores, Rubem Mota Rocha, destacou seu "otimismo pelo compromisso da Embrapa com o atendimento das demandas tecnológicas da comunidade pesqueira", e acrescentou que o Bailique tem potencial para a introdução das técnicas de aquicultura, que é o cultivo de organismos aquáticos, incluindo peixes, moluscos, crustáceos e plantas aquáticas.

Os pesquisadores em visita técnica ao Bailique são Marcos Dias Tavares (sanidade de peixes), Eliane Tie Oba  Yoshioka (nutrição e alimentação de peixes), Jô de Farias Lima (carcinicultura), Kárlia Dalla Santa Amaral (qualidade da água) e César Santos (bioecologia de peixes).

Atualmente, a Colônia de Pescadores Z-5 congrega 1.700 associados, o que corresponde a 60% da força de trabalho da região do Bailique, conforme dados do presidente da entidade. "Nosso distrito tem tradição pesqueira marítima, que vem se enfraquecendo nas duas últimas décadas, ocorrendo baixa da produção por vários motivos", disse Rubem Rocha. Um dos motivos é o método da captura, cujo impacto no meio ambiente é grande e resultou na redução dos estoques de peixes em todo o país. Ele citou como aspectos favoráveis à aquicultura no Bailique o próprio ambiente de arquipélago, abundância deágua de boa qualidade, o clima e a localização geográfica, na foz do rio Amazonas com proximidade ao Oceano Atlântico.

A introdução da aquicultura pode trazer benefícios, com a possibilidade de participação da mão-de-obra familiar, principalmente do gênero feminino, que tem limitações para atuação na pesca marítima, sugeriu Rubem Rocha. Ao procurar o suporte de pesquisa da Embrapa Amapá, a Colônia de Pescadores anseia por intervenções baseadas no equilíbrio do extrativismo pesqueiro com a diminuição da pressão de captura, contribuindo com a sustentabilidade dos estoques regionais.

O pesquisador César Santos, especialista na área de bioecologia de peixes, disse que inicialmente será feito o estudo de percepção do ambiente, por meio de visitas aos locais apontados pelos pescadores como potenciais para criação de peixes. "Nestes locais, vamos verificar os tipos de solos, drenagem, vegetação, água, e sempre anotando todos os dados. Ao mesmo tempo vamos conversar com a comunidade pesqueira, para obter informações como as mudanças do nível de água nas diferentes estações do ano", afirmou o pesquisador. A etapa seguinte é identificar o tipo de cultivo de peixes adequado para a região do Bailique, considerando as opções disponíveis, que são tanque-rede, tanque escavado, entre outras alternativas, além de orientação técnica imediata. Todos os dados servirão para a Embrapa elaborar projetos de pesquisas de médio e longo prazo, envolvendo a parceria da Colônia de Pescadores.

A Colônia de Pescadores Z- 5 do Bailique, onde estão alojados os pesquisadores da Embrapa Amapá, fica na comunidade do Franquinho, uma das 38 comunidades do arquipélago formado de oito ilhas. O Bailique é bonito por natureza, as imagens que correm o mundo revelam a diversidade da vegetação e da fauna e a exuberância dos açaizais que garantem a alimentação da população local e parte da demanda de consumo de açaí em Macapá. Mas a riqueza do Bailique também é feita de pessoas, são cerca desete mil habitantes que vivem em 38 comunidades onde as casas têm o privilégio de possuir o Rio Amazonas como quintal da frente.

A maioria desta população pratica a pesca como atividade econômica, ou seja, além de contar com a fartura dos peixes para alimentar a família, também garante renda com a venda do excedente. A área do arquipélago é de 1.700 quilômetros quadrados, incluindo água e continente. De Macapá, são cerca de 10 a 12 horas de viagem pelo rio Amazonas, para concluir o percurso de 185 km. Sua localização nas proximidades do Atlântico faz com que o nível da água do rio no Bailique tenha influência direta das marés e as ilhas crescem a cada ano, segundo especialistas que estudam a costa do Amapá.

Dulcivânia Freitas (DRT/PB 1.063)Embrapa AmapáContato: (96) 4009-9511dulcivania@cpafap.embrapa.br

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