Entusiasmo, dedicação e perseverança. Foram essas as três palavras utilizadas pelo pesquisador da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), Arione da Silva Pereira, para definir os quatro anos de trabalho realizados desde 2004, com o projeto "Melhoramento genético de batata para ecossistemas tropicais e subtropicais do Brasil". Trabalho este, que possibilitou a Arione, a conquista do 2° lugar na categoria Qualidade Técnica, da Premiação Nacional de Equipes da Embrapa.

Este é um dos maiores reconhecimento, em termos de homenagem, que uma equipe dentro da Embrapa pode ter e, segundo o pesquisador, é um incentivo para ter ainda mais compromisso com futuros projetos e resultados. "Para atingirmos sucesso é preciso ter foco no trabalho; podendo-se mudar a estratégia, mas seguindo com o mesmo objetivo", afirma ele.

Para o Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Clima Temperado, Clenio Nailto Pillon, a conquista desse prêmio representa o reconhecimento à excelência do trabalho que foi e está sendo desenvolvido pela equipe do projeto, juntamente com os colaboradores internos e parceiros externos.

O projeto de melhoramento genético da batata em rede é desenvolvido em conjunto com a Embrapa Transferência de Tecnologia, através do escritório de negócios de Canoinhas e a Embrapa Hortaliças, e ficou marcado como a unificação dos projetos de melhoramento de batata da Embrapa. Seus objetivos principais foram: desenvolver novas cultivares; desenvolver germoplasma para resistência às principais doenças e pragas, e para qualidade; identificar raças/estirpes de agentes causadores das principais doenças e melhorar os sistemas de multiplicação de semente pré-básica de batata.

O primeiro resultado concreto do projeto foi o lançamento da BRS Ana, em 2007. Depois, foi lançada a cultivar Cota, em parceria Epagri (SC), feita especialmente para cultivo orgânico. Em termos de germoplasma, o melhoramento possibilitou clones com baixo teor de açúcares redutores, resistência a insetos, resistência ao vírus Y da batata e resistência a murcha bacteriana e nematóide. Além disso, foram desenvolvidas diversas metodologias e técnicas, e geradas muitas publicações, visando aumentar a eficiência do processo de melhoramento. 

De acordo com Arione, muitas coisas possibilitaram que o projeto fosse desenvolvido com sucesso durante todo esse tempo e, consequentemente, fosse reconhecido por seus resultados. Entre elas suas parcerias com o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Centro Internacional de La Papa (CIP), Fedération Nationale des Producteurs de Plants de Pommes de Terre (FNPPPT), Instituto de Investigaciones Agropecuaria (INIA-Chile) e o apoio de organizações da cadeia da batata, em especial da Associação Brasileira da Batata (ABBA).

Christiane Rodrigues Congro (Mtb-SC 00825/9) Colaboração: Manoela Soares (estagiária)Embrapa Clima Temperado Contato: (53) 3275-8113 congro@cpact.embrapa.br