27/08/09 |

Assentados aprendem a montar estufas de bambu

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Agricultores do Assentamento Cunha, localizado na Cidade Ocidental-GO, participaram, na terça-feira( 11) e  na quarta-feira (12) , da primeira oficina de capacitação de montagem de estufas de bambu. O evento foi promovido pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) em parceria com o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), instituição vinculada à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), e responsável pela criação da estufa.

De acordo com o agrônomo Vinícius Freitas, a oficina realizada com os assentados surgiu no âmbito do Programa Biodiversidade Brasil-Itália, que financiou durante três anos iniciativas focadas na conservação e na biodiversidade do Cerrado. "Na verdade, esta ação no assentamento representa uma continuidade desse projeto, com o objetivo de viabilizar a sustentabilidade econômica na produção de hortaliças em base agroecológica, garantindo a segurança alimentar das comunidades rurais", explica.

A oficina de capacitação para montagem de estufas de bambu mobilizou seis famílias que integram o Grupo Coletivo Carajás - entre as 62 famílias que compõem o assentamento. Há aproximadamente cinco anos, esse grupo fez a opção pela transição agroecológica, o que representa ir além dos aspectos meramente tecnológicos da produção rural. "A transição implica num processo gradual e contínuo de mudança das práticas agrícolas convencionais, passando por etapas de redução e substituição dos insumos necessários à produção, até o redesenho completo do ecossistema, com vistas à produção sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico", informa Vinícius.

Segundo ele, a adoção de práticas agroecológicas implica também no uso de suportes igualmente ecológicos e autossustentáveis, como as estufas de bambu, por exemplo. Esse material será testado juntamente com mais dois modelos de cultivo protegido: o da Fazenda Larga, desenvolvido pela Emater-DF, que utiliza arcos de metal e a base da estrutura em madeira; e o projeto criado pela Pesagro-RJ, empresa estadual de pesquisa agropecuária, com madeira e vergalhões de aço, revestidos com mangueiras de polietileno.

Uma vez implantadas, as três variações de estufa serão avaliadas sob o ponto de vista da praticidade, da economia e da resistência. "A estufa entra numa etapa estratégica de transição para um modelo sustentável de agricultura e sua viabilidade tem que ser analisada sob a ótica social, econômica e ecológica", aponta o agrônomo. E reforça sua explicação ao emendar que "no contexto agroecológico, tem-se que levar em conta não apenas a questão econômica, mas de autonomia da propriedade com relação a insumos externos".

Embora ressalte o exemplo bem sucedido com o uso do bambu no Paraná, Vinícius considera que "a questão pode ser vista como intercâmbio de experiências, e não como transferência de tecnologia". "Cada experiência em agroecologia serve de exemplo e inspiração para outros processos em construção, mas não dá para sair replicando, tendo em vista as particularidades de cada local e a aptidão das pessoas envolvidas".

Anelise Macêdo – MTb 2749/DF

Embrapa Hortaliças

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