No sábado (29), a Embrapa Acre realiza Dia de Campo sobre Manejo de Solo sem a Utilização do Fogo, em parceria com a Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e Instituto do Meio Ambiente do Acre (IMAC).

Produtores rurais do ramal Alto Pentecostes, localizado a 20 km do município de Mâncio Lima (AC), vão conferir práticas sustentáveis de uso da terra desenvolvidas pelo governo do Acre e Embrapa.

O evento faz parte da programação de atividades da Embrapa Acre na quinta edição da Expojuruá, feira agropecuária que acontece no período de 27 a 30 de agosto, em Cruzeiro do Sul. No primeiro, o técnico Isaac Ibernon, do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), abordará aspectos da legislação estadual sobre a utilização do fogo em atividades agropecuárias.

Atualmente podem ser autorizadas queimadas controladas para práticas de agricultura familiar em até três hectares. A partir de 2013, toda e qualquer prática de queimada será proibida e passível de multa. "É importante que o pequeno produtor saiba como se legalizar diante das novas portarias sobre as queimadas", diz Ibernon.

Em um segundo momento, Aldair Lima, técnico da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), mostrará as vantagens dos roçados sustentáveis, áreas manejadas com a finalidade de recuperar ou melhorar a fertilidade do solo, sem aplicação de produtos químicos e uso do fogo.

A prática se aplica para a agricultura de subsistência e consiste na divisão da área a ser cultivada, em parcelas, de acordo com as necessidades do agricultor. A área é totalmente ocupada por leguminosa e passa a ser utilizada em sistema de rodízio. A cada período, uma parcela é utilizada com culturas como arroz, milho, feijão e mandioca, possibilitando a recuperação das áreas em pousio.

"Esse sistema evita a abertura de novas áreas de floresta. O pequeno produtor pode utilizar leguminosas como mucuna e puerária, como fonte de adubação verde, visando recuperar áreas de baixa fertilidade", afirma o analista da Embrapa Acre, Gilberto Costa, um dos coordenador do evento.

 Benefícios do uso de leguminosas

Segundo o pesquisador João Batista Pereira, o  principal benefício do uso de leguminosas é o fornecimento de nitrogênio e matéria orgânica para o solo, elementos que ajudam a tornar as áreas de cultivo mais férteis. Além disso, este tipo de manejo contribui para recuperar a estrutura do solo, restabelecendo a sua capacidade de armazenamento de água e de fornecimento de nutrientes em níveis adequados para as plantas.

Além das alternativas de manejo do solo sem uso de queimadas, a programação do Dia de Campo também inclui uma demonstração do uso de roçadeira acoplada a microtrator para o preparo de áreas. Esta prática ajuda a reduzir a utilização de mão-de-obra e a necessidade de fertilização orgânica da terra.

"O cultivo solteiro ou consorciado e o manejo de plantas que proporcionem cobertura e adição de nutrientes ao solo atendem dois aspectos fundamentais para a agropecuária na Amazônia em áreas já desmatadas: protege o solo da erosão devido aos altos índices pluviométricos da região e reduz a pressão sobre a floresta primária, na medida em que o solo passa a ter maior qualidade, permitindo seu uso intensivo", explica o pesquisador Falberni Costa.

Mais informações:Pesquisador Falberni CostaEmbrapa AcreContato: 3212-3200falberni@cpafac.embrapa.br

Hugo KernEmbrapa AcreContato: (68) 3212-3272hugo@cpafac.embrapa.br