Aumentar o número de comunidades que utilizam a metodologia de monitoramento participativo da qualidade da água. Este é o objetivo do "Curso de Formação de Multiplicadores na Metodologia Vigilantes da Água", que ocorre de 31 de agosto a 3 de setembro na sede da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O treinamento é dirigido para 60 pessoas de comunidades que se encontram próximas a 10 microbacias hidrográficas do Estado do Ceará.

Durante o curso, os participantes vão conhecer as experiências que já estão implantadas, a exemplo do Vale do Jequitinhonha (MG) e de três municípios do Ceará (Jaguaretama, Morada Nova e Ibicuitinga). Informações sobre bacias hidrográficas e gestão de recursos hídricos e as doenças de veiculação hídrica e contaminação por coliformes fecais também fazem parte do programa.

Os futuros multiplicadores terão a oportunidade de conhecer o modelo do Global Water Watch, que inspirou o projeto desenvolvido pela Embrapa Agroindústria Tropical de monitoramento participativo comunitário da qualidade da água, adotado também pelo Fundo Cristão no Vale do Jequitinhonha.

Ainda durante o treinamento, os participantes receberão informações sobre qualidade da água e monitoramento, protocolo de garantia da qualidade e gerenciamento de dados e diagnóstico ambiental participativo, dentre outras. Haverá, inclusive, um passo-a-passo de coleta de amostra de água utilizando os kits do projeto, no Açude Santo Anastácio, no Campus do Pici.

Na finalização do curso, serão analisados e discutidos os resultados e a ideia é elaborar o plano de expansão do Vigilantes da Água no Ceará.

Segundo o coordenador do projeto Vigilantes da Água, Enio Girão, esse curso tem importância estratégica. "Os instrutores fazem parte de instituições de referência na área, como por exemplo Fundo Cristão, Secretaria da Saúde, Secretaria do Meio Ambiente e Universidade Federal do Ceará". Ele explica que será montada uma agenda de capacitação continuada, e de atividades a serem desenvolvidas simultaneamente em todas as comunidades que vão implantar o projeto. "Todas as comunidades farão a coleta de amostras de água numa mesma semana e farão a avaliação ao mesmo tempo. Dessa forma, fica mais fácil discutirmos os resultados com todos e propormos, juntamente com os agentes multiplicadores, as melhores soluções para cada comunidade", explica.

Vigilantes

Em 2005, a Embrapa Agroindústria Tropical iniciou o projeto de gestão de fontes hídricas em microbacias hidrográficas, voltado para a melhoria da qualidade de vida de comunidades rurais no Estado do Ceará. A base do trabalho é a formação e a capacitação de grupos comunitários de voluntários para o monitoramento participativo da qualidade da água.

São empregados princípios elementares de educação ambiental, como também técnicas simples e didáticas de análise da qualidade da água, que permitem a obtenção de informações sobre possíveis problemas de poluição e degradação das fontes de água que abastecem as comunidades."Os voluntários recebem kits de monitoramento certificados pelo GWW, que avaliam a presença de coliformes totais e fecais na água. São eles os responsáveis por fazer a coleta de amostras de água em açudes e cisternas e medir o nível de contaminação. Além disso, a comunidade se mobiliza para achar as soluções para minimizar os impactos", explica.

Serviço:

Local: Embrapa Agroindústria Tropical (Rua Sara Mesquita, 2270 Pici)

Teresa Ferreira (DRT 812CE JP)Contatos: (85) 3391 7117 / 9953 8290 teresa@cnpat.embrapa.br