Tecnologias para aproveitamento do pedúnculo de caju desenvolvidas pela Embrapa Agroindústria Tropical serão apresentadas em palestra durante a IV Conferência Anual da Aliança Africana de Cajucultura, que acontece entre os dias 1 e 3 de setembro, em Abidjan, capital da Costa do Marfim, na África.

Como tema "Valor e Eficiência", a conferência reunirá grupos de cajucultores, exportadores, industriais, cientistas, fabricantes de equipamentos, instituições financeiras, além de multinacionais de alimento, de comercialização e de marketing.

Na IV Conferência Anual da Aliança Africana de Cajucultura, o chefe geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Vitor Hugo de Oliveira, e o pesquisador Levi de Moura Barros participam de um painel sobre perspectivas da cajucultura mundial. Eles falarão sobre a agregação de valor à cajucultura, dando ênfase ao uso do pedúnculo. "O Brasil é praticamente o único país do mundo a fazer o aproveitamento industrial do pedúnculo", afirma Vitor Hugo de Oliveira, salientando que a Unidade da Embrapa apresenta um rico portfolio de tecnologias para aproveitamento do pedúnculo e processamento industrial da castanha de caju.

Além da Costa do Marfim, a missão da Embrapa Agroindústria Tropical visita, entre os dias 29 de agosto e 07 de setembro, Gana, onde está localizada a Embrapa África. A Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza – CE) é uma unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Em Abidjan, os pesquisadores têm um encontro com a embaixadora do Brasil na Costa do Marfim, Maria Auxiliadora Figueiredo. Em seguida, partem para Gana, para discutir possibilidade de programas conjuntos com parceiros da Embrapa África para o melhoramento genético do cajueiro. Também será discutida a possibilidade de capacitação de técnicos africanos no Brasil. Os pesquisadores manterão, ainda naquele país, contatos com empresários, produtores e com o embaixador do Brasil em Gana, Luiz Fernando Serra.

Tecnologias

A Embrapa Agroindústria Tropical tem o caju como um dos carros-chefes da sua programação de pesquisa. A Unidade da Embrapa desenvolve tecnologias como variedades de clones de cajueiro com maior produtividade, manejos culturais mais eficientes, técnicas de pós-colheita para diminuição de perdas, alternativas de processamento que priorizem agregação de valor e boas práticas de fabricação. A empresa investe em estudos de novos usos para a amêndoa e pedúnculo do caju, desenvolvendo produtos inovadores e de maior valor econômico. Entre os produtos estão barras de cereais, hambúrgueres, pasta de amêndoa de castanha, além de produtos tradicionais, como bebidas e doces.

Um dos resultados mais importantes dos estudos foi o desenvolvimento de dez clones de cajueiro-anão precoce que apresentam, além da precocidade, alta produtividade. Conhecido no mundo inteiro, o cajueiro-anão precoce vem sendo cultivado nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Pará, Tocantins, Mato Grosso e São Paulo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em 2008 o cajueiro-anão precoce ocupou 11% da área colhida no estado do Ceará e respondeu por 19% da produção (23 mil toneladas), o que atesta sua alta produtividade.

Verônica Freire - (MTb-CE 01225-JP) Contatos – (85) 88423449 ou 3391 7116 veronica@cnpat.embrapa.br