02/09/09 |

Roraima vai ganhar primeira usina de biodiesel

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Um acordo firmado entre a Petrobras e a Prefeitura de Mucajaí prevê a construção, em Roraima, de uma usina para a produção de biodiesel a partir do inajá (foto). O anúncio oficial do empreendimento  deve ser feito pelo presidente Lula, no dia 14 de setembro, durante sua visita ao Estado.

A ideia de aproveitar o potencial enérgico do inajá vem sendo defendida, há algum tempo, pela Embrapa/RR. Pesquisas realizadas pela empresa revelam que esta palmeira, típica da Amazônia, é capaz de gerar 3690 litros de diesel por hectare ao ano, superando, em produtividade, outras fontes tradicionais de biodiesel.

O trabalho desempenhado pela Embrapa/RR foi fundamental para a efetivação da parceria entre a Petrobras e o município roraimense. O deputado federal Édio Lopes (PMDB-RR), que acompanhou as negociações do acordo que deve alocar 7 milhões de reais para a construção da usina, destacou a importância da empresa no processo que vai beneficiar pequenos agricultores de Mucajaí e contribuir para fortalecer um sistema de produção sustentável.

"Desde o início, acompanhamos o desenvolvimento do projeto de biodiesel junto à Embrapa, em Roraima. E vale destacar a dedicação do engenheiro florestal, Marcelo Arco-Verde, responsável pela apresentação do projeto em Brasília", comenta o deputado, em referência ao Chefe de Pesquisa da Embrapa/RR, que também coordena, na Vila do Apiaú (Mucajaí), um projeto com Sistemas Agroflorestais que é referência de desenvolvimento sustentável.

O pesquisador Otoniel Ribeiro Duarte, que fez sua tese de doutorado sobre o assunto, estudou  as vantagens do biodiesel de inajá, palmeira também conhecida pelo nome científico de Maximiliana Maripa (Aublet) Drude, e destaca o potencial produtivo da planta. 

"Nativa da região Amazônica, a palmeira alcança até 20 metros de altura. Possui palmito nobre, polpa e amêndoa de onde é extraído o óleo, que pode ser utilizado na indústria alimentícia, de cosméticos, de produtos farmacêuticos e rações. O mais promissor é que além de tudo isso, pode ser fonte de geração de energia", enfatiza Otoniel.

O cenário mundial, em que o petróleo ainda aparece como uma das principais matrizes energéticas, exige uma demanda cada vez maior por "combustíveis verdes" ou limpos, como é o caso do óleo feito a partir do inajá. Com a instalação de uma usina de biodiesel em Mucajaí, Roraima também dará sua contribuição  no sentido de substituir os combustíveis fósseis – bem poluentes - por óleos derivados de biomassa, que são renováveis e não causam danos ambientais. Com a vantagem extra, no caso do inajá, de utilizar uma planta de alta produtividade, mesmo quando ocupa solos quimicamente pobres.

Fonte de divisas

Em países de grandes extensões territoriais, como o Brasil, o biodiesel aparece como uma importante alternativa não só para um transporte  ambientalmente sustentável, mas como forma de desenvolvimento econômico. Em médio prazo, o biodiesel pode se tornar uma das principais fontes de divisas do país, somando-se ao álcool como fonte de energia renovável não poluente que pode ser oferecida à comunidade mundial. E é aí que Roraima deve se beneficiar ainda mais.

"A palmeira oleaginosa pode ser cultivada em todo o estado, com manejo barato, acessível ao pequeno produtor. Assim ela pode representar uma grande mudança na condição econômica do Estado", finaliza Otoniel.

Liliane Cronemberger (1157 DRT PI)Embrapa RoraimaContatos:(95) 4009-7107

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