06/10/09 |

Semiárido será uma das regiões mais castigadas com as mudanças climáticas

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Cenários futuros apontam que o aumento da temperatura, devido a fatores como queima de combustíveis fósseis, práticas agrícolas e mudanças no uso da terra, vai afetar diversas regiões do Brasil e do mundo. Porém um estudo mais específico sobre o semiárido brasileiro revela que essa região sofrerá ainda mais com os efeitos das mudanças climáticas.

O estudo realizado em parceria com a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas/SP), foi apresentando pela pesquisadora da Embrapa Semi-Árido (Petrolina/PE) Francislene Angelotti durante o seminário "Bases Tecnológicas para uma Gestão Municipal de Convivência com o Semiárido", que ocorre simultaneamente à feira SemiáridoShow, na sede da unidade.

Durante a palestra sobre os "Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura", a pesquisadora mostrou a evolução do aumento dos principais gases causadores do efeito estufa como o CO2, que vem ocorrendo desde o desenvolvimento industrial, e as principais consequências que isso poderá causar em todo o mundo como a diminuição de dias de geada, aumento do nível do mar e extensão da camada de gelo, por exemplo. "Podemos perceber esses efeitos, por exemplo, com o que está acontecendo em Santa Catarina e Maranhão afetados por grandes enchentes, em consequência da grande quantidade de chuva, e no Piauí, que no ano passado também passou por isso e, agora enfrenta forte seca novamente", comentou.

Na agricultura, Francislene explicou que esse aumento na temperatura poderá causar alterações na precipitação, além de interferência nas plantas e na produção. Ela mostrou por meio de gráficos, a situação do semiárido em relação a outras regiões do Brasil, que em 2050 a 2070, será uma das áreas de maiores risco. Num cenário otimista, segundo ela, o aquecimento seria entre 1-3ºC e a chuva ficaria entre 10-15%, menor que no presente. Já num cenário pessimista, as temperaturas aumentariam de 2-4ºC e as chuvas se reduziriam entre 15-20% no Nordeste até o final do século XXI. 

Porém, a pesquisadora ressalta que esse cenário pode ser mudado com ações que minimizem esses efeitos como tecnologias desenvolvidas pela Embrapa para essa finalidade. "É possível, por exemplo, investir na exploração de espécies forrageiras nativas ou adaptadas, realizar planejamento das atividades agrícolas, sem contar com a importância de se estabelecer parcerias, somando esforços e trabalhando em conjunto para reverter esses cenários", enfatizou.

Juliana Freire (Mtb 3053/DF)Contato: (61) 3448-4039juliana.freire@embrapa.br

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