Dia de Campo na TV - Salgadinho de feijão-caupi
Dia de Campo na TV - Salgadinho de feijão-caupi
Este programa foi ao ar no dia 25 de Julho de 2008.
O feijão-caupi, também conhecido como feijão-de-corda, macassar, catador, gerutuba, de estrada, de praia, miúdo e fradinho, é um produto típico da culinária brasileira. Como possui um ciclo curto e baixa exigência hídrica, ele é uma boa opção para os agricultores do Nordeste. A região é responsável por 89,9% da produção nacional de feijão-caupi e por 94,3% da área colhida no País.
Os problemas começam, no entanto, depois do plantio. Além do grande desperdício observado no transporte e em sua comercialização, o feijão-caupi é de difícil armazenagem, pois é muito sensível a alterações pós-colheita. Depois de dois meses, os grãos começam a ganhar uma cor escura e demoram mais para cozinhar. Pensando nisso, uma equipe de pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical realizou uma pesquisa no sentido de agregar mais valor ao produto e permitir sua comercialização em períodos de entressafra.
Um dos resultados da pesquisa, que teve a supervisão dos pesquisadores Edy Sousa de Brito e Antônio Calixto Lima, foi a criação do salgadinho frito de feijão-caupi. Produzido a partir da massa do feijão triturado, o salgado possui duas vezes mais proteínas que a batata frita, mas com apenas metade da gordura. Além disso, mesmo depois de frito, o produto mantém elevados teores de amidos e proteínas, constituindo-se uma importante fonte energética e nutricional.
Segundo Edy Brito, a inspiração para a criação do salgadinho veio do acarajé: um dos símbolos da cultura da Bahia e que também é feito com feijão-caupi. "O que fazemos é preparar uma massa com o feijão, dar a forma que desejamos e depois fritar. Ele acabou ficando parecido com a batata frita", afirma.
O salgadinho de feijão-caupi possui duas vantagens sobre a iguaria baiana: pode ser congelado, o que aumenta muito o seu tempo de prateleira, e não necessita de nenhuma outra matéria-prima em sua fabricação, a não ser o próprio feijão.
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Ricardo Moura (DRT 1681CE JP)
Embrapa Agroindústria Tropical
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