Dezembro/2011 - 2ª semana - Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha

As iniciativas de agricultores familiares para conservar e fazer uso de plantas nativas têm uma importância que supera os limites geográficos das pequenas comunidades rurais. Pouco valorizadas nos segmentos comerciais da agricultura, espécies como bucha vegetal, abóbora, melancia forrageira e mandioca, asseguram às comunidades recursos para a permanência na área rural. Da relação com essas espécies nativas ou naturalizadas, os agricultores e suas famílias tiram o necessário para se alimentarem, processar remédios caseiros, adquirirem recursos para pagar as despesas da casa, entre outras vantagens.

Para falar sobre a conservação e o uso de espécies locais por pequenos produtores, o Prosa Rural desta semana entrevista a pesquisadora da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE), Maria Aldete Fonseca Ferreira. Durante sua participação no programa, Aldete explica como o produtor rural da Caatinga vem contribuindo para a conservação das espécies nativas.

Segundo ela, pequenos agricultores, indígenas e quilombolas, em especial, conservam sementes de variedades crioulas ou locais na medida em que realizam o plantio todos os anos e separam parte das sementes para cultivarem no ano seguinte. "Geralmente, essas variedades são cultivadas sem uso de fertilizantes ou defensivos químicos, por isso, têm uma resistência natural a insetos e doenças".

Aldete dá exemplos também de como esses produtores fazem o uso sustentável da Caatinga. "Além do uso de variedades locais, os agricultores também fazem o uso sustentável da vegetação, ou seja, retiram da natureza alguns elementos, sem causar a destruição desta natureza. Por exemplo, a coleta de umbu para a fabricação de polpa, aqui na Caatinga, e a exploração do açaí na Região Norte do país".

Saiba mais sobre a conservação e uso de espécies locais por pequenos produtores ouvindo o Prosa Rural desta semana, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

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