Maio/2009 - 3ª semana - Regiões Norte, Nordeste/Vale do Jequitinhonha e Sul

Caprinos e ovinos de todas as idades podem ser ameaçados pela verminose , doença causada por diversas espécies de parasitos, sendo mais grave em animais jovens. Entre os vermes encontrados parasitando caprinos e ovinos o Haemcnchus contortus é o mais importante por causar um quadro agudo de anemia das mucosas aparentes (ocular, vulvar e oral) além de provocar diminuição do apetite, emagrecimento, pêlos arrepiados e sem brilho. O Prosa Rural desta semana fala sobre duas formas de controle da verminose em ovinos e caprinos.

Uma delas é o método Famacha, utilizado para identificar e medicar apenas os animais infectados. O método é indicado para produtores que possuam rebanhos pequenos. Usando uma cartela, o produtor observa a cor da mucosa dos olhos dos animais para saber se estão infestados por vermes e em que grau. A cartela indica o nível de infestação de acordo com a cor observada.

Animais que apresentam a mucosa do olho bem vermelha podem ter os vermes no trato digestivo e não apresentarem os sintomas, portanto não são medicados. Já os que apresentam coloração do olho, da boca e vulva esbranquiçadas, com sinais de emagrecimento e pelos arrepiados devem ser medicados. Caso esses sintomas continuem a ser observados com muita frequência nos animais já medicados, estes devem ser sacrificados.

Com a utilização do método Famacha medica-se um menor número de animais e em menor frequência, ou seja, apenas os animais que apresentam anemia decorrente da verminose recebem a medicação anti-helmíntica . "O método Famacha é simples, barato e proporciona uma redução de resíduos químicos no leite, na carne e no meio ambiente", explica o pesquisador Antônio Cézar Rocha Cavalcante , da Embrapa Caprinos e Ovinos, que participa do Prosa Rural. Ele conta também como o cartão guia deve ser utilizado e que tratamento o produtor deve adotar para cuidar dos animais infectados com a verminose.

Outra forma de controle da verminose é a que associa o manejo adequado das pastagens à realização de vermifugações de todo o rebanho três ou quatro vezes ao ano, em épocas estratégicas, que são no início do período de monta, no desmame dos filhotes e quando houver partos. As explicações sobre essa estratégia de controle da doença são do pesquisador do Instituto de Zootecnia do Estado de São Paulo, Eduardo Cunha, que também participa do programa.

"A pastagem é o organismo que mais contamina os rebanhos", explica o pesquisador, acrescentando que, "a pastagem deve ser manejada de forma baixa, sendo mantida a 10 ou 15 cm do solo, o que possibilita a incidência dos raios solares na base da planta. Esses raios diminuem a incidência de vermes pois dessecam os ovos presentes nas plantas". Outro aspecto a se observar é o tempo de permanência dos animais pastejando numa mesma área. Esse tempo não deve ultrapassar sete dias, período menor do que os 10 ou 12 dias necessários para que o verme complete seu ciclo evolutivo, que é quando está pronto para infectar os animais.

Para decidir qual a melhor forma de controlar a verminose em seu rebanho, se é adotando o método Famacha ou o manejo das pastagens associado às vermifugações de todo o rebanho em períodos específicos do ano, o produtor deve analisar o histórico do seu rebanho e consultar seu técnico de confiança.

O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

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