02/11/09 |   Agroecologia e produção orgânica

Prosa Rural - Pustumeira – planta da Caatinga e boa forrageira

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Novembro/2009 - 1ª semana - Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha

A observação dos hábitos alimentares espontâneos dos animais nas áreas secas do Nordeste tem levado à identificação de plantas com potencial forrageiro para cultivo pelos agricultores. É assim com a Pustumeira, uma espécie de arbusto que chamou a atenção do pesquisador Francisco Pinheiro de Araújo, da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE), por se destacar com um verde "exuberante" numa paisagem em que a vegetação se encontrava já totalmente seca em municípios do sudoeste da Bahia. Este é o tema do Prosa Rural desta semana: a Pustumeira como opção de forragem para a caprino-ovinoculutra. 

A observação do pesquisador foi acentuada pelo local onde as plantas de pustumeira vegetavam: uma encosta de estrada com solo cheio de pedregulhos e de baixa fertilidade. Levada para análise no Laboratório de Nutrição Animal, constatou-se outra qualidade importante em uma planta forrageira: altos níveis de proteína na folha e caule. "A espécie ainda é muito palatável, o que significa dizer que os animais consomem sem qualquer dificuldade, pastejando diretamente no campo", explica Pinheiro. Bem adaptada aos rigores climáticos do semiárido, a pustumeira pode ser implantada em áreas já desmatadas e que estão em descanso nas propriedades.
Na Embrapa Semiárido, a espécie está num processo de domesticação. Os pesquisadores e técnicos realizam vários testes de campo em diferentes ambientes e em laboratórios a fim de estabelecer a melhor maneira de seu uso nos sistemas de produção pecuário no sertão nordestino. 

A disponibilidade de uma forragem com os níveis nutricionais e a resistência à seca dessa espécie nativa, aumenta a capacidade de suporte dos animais nas propriedades. Os resultados já obtidos nos testes animam o pesquisador a estimular o plantio pelos agricultores.  Segundo ele, já se sabe que a melhor maneira de cultivo é por meio de mudas, que pode ser feita de modo bem simples. Um galho tenro (ainda verde) com 15 cm de comprimento e pelo menos quatro gemas (locais de onde sairão novos galhos) é o bastante para o plantio em sacos plásticos. A brotação e a formação de raízes ocorrem após 35 dias. Sessenta dias depois, as mudas estarão prontas para serem levadas ao campo. O ideal é que este período coincida com o início das chuvas.

A primeira colheita já pode ser feita cerca de 6-7 meses após o plantio. Neste momento, é comum a vegetação da caatinga se encontrar em adiantado estado de seca. Em apenas hum hectare, sob o espaçamento de 1,0 m nas linhas e 0,5 m entre as plantas é possível colher até 5 toneladas de matéria seca. "É uma produção muito boa" para uma espécie rústica que pode ser cultivada nos mais variados tipos de solo da região semi-árida, especialmente, nas áreas de pousio, além de apresentar a vantagem de ser uma espécie perene.

O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha

 

Marcelino Ribeiro
Embrapa Semiárido

Contatos para a imprensa

Telefone: (87) 3862-1711

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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