Outubro/2008 - 2ª semana - Região Semiárido

O Prosa Rural desta semana vai mostrar por que é importante evitar o acasalamento entre animais aparentados em criações de cabras e ovelhas.  O pesquisador Raimundo Nonato Braga Lôbo, da Embrapa Caprinos, explica que é do conhecimento da maioria dos produtores que o acasalamento entre animais aparentados - a consagüinidade - pode provocar o nascimento de animais com defeitos genéticos. Contudo, a maioria desconhece outros graves problemas provocados pela consagüinidade e muitos acabam utilizando, por tempo maior que o desejado, um mesmo reprodutor, que, conseqüentemente, irá cruzar com suas filhas, netas ou irmãs.

Entre os problemas que este tipo de cruzamento pode gerar estão os prejuízos produtivos e reprodutivos como animais menos férteis, mortes de animais recém-nascidos, fetos mais leves, e menor índice de fecundidade. Outros problemas são redução do ganho de peso nas diferentes etapas, aumento da idade ao primeiro parto, aumento do intervalo entre partos e a redução do período de lactação (produção de leite). "Todos esses problemas acabam afetando a produtividade do animal e como esses desempenhos possuem impacto econômico, o aumento do nível de consangüinidade pode diminuir os lucros do produtor", diz.

O pesquisador diz que apenas com a conscientização do produtor sobre a importância de manter baixos os níveis de endogamia dos rebanhos é que esses efeitos adversos poderão ser minimizados. Ele lembra ainda que apesar dos prejuízos que pode provocar, o cruzamento de animais aparentados é uma ferramenta utilizada pelos selecionadores de animais de elite, para uniformizar a raça, em algumas características que ele considere importantes. "Mas, mesmo nesses casos, ela deve ser utilizada com muita cautela", salienta o pesquisador.

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