Novembro/2008 - 4ª semana - Região Sul

Já faz tempo que grandes quantidades de trigo são processadas em indústrias, para fabricação de farinha. Mas um projeto, da Embrapa Transferência de Tecnologia, colocado em prática pelo escritório de negócios de Capão do Leão, no Rio Grande do Sul retoma o uso dos moinhos coloniais para o processamento do trigo.

Alguns municípios do Rio Grande do Sul já tiveram moinhos reativados e estão permitindo a reintrodução da cultura do trigo entre pequenos produtores do estado. O objetivo da iniciativa é proporcionar aumento de renda aos agricultores familiares, recuperando uma prática tradicional, que resgata também traços culturais das comunidades agrícolas da região.

O gerente local do escritório de Capão do Leão, Élbio Carvalho explica a metodologia que foi adotada para a reativação de moinhos. "Ela consiste na condução de unidades demonstrativas nas comunidades em que o agricultor já está trabalhando com trigo. Normalmente elas são conduzidas de acordo com as condições  que o agricultor daquela região adota". E Élbio detalha: "Toda a questão de adubação, calagem, de adubação de cobertura, controle de invasoras é feita de acordo com o que ele faz no dia-a-dia". E na floração e na colheita a gente reúne os agricultores para discutir e saber quais foram os pontos fortes, os pontos fracos, as dificuldades. Isso para que eles consigam internalizar melhor a cultura do trigo."

O objetivo da retomada do uso dos moinhos coloniais para o processamento do trigo é produzir a farinha integral, que tem propriedades nutricionais superiores à farinha branca e obtém maior valor no mercado. O economista do escritório de negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia de Capão do Leão, Victor Hugo da Fonseca, também participa do programa. Victor Hugo explica que o objetivo do projeto sempre foi atingir ninchos do mercado, como a classe média, que já vem se interessando pela farinha integral devido às suas características nutricionais.

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