Outubro/2007 - 5ª semana - Região Semiárido

O pesquisador Eneas Reis Leite, da Embrapa Caprinos, diz que o mercado da ovinocultura e da caprinocultura é promissor tanto para a carne e para a pele, quanto para o leite. Ele explica que a exploração de ovinos no País é destinada à produção de carne, pele e lã. Quanto à exploração caprina, em torno de 90% dos rebanhos são explorados para carne e pele, embora o mercado de leite esteja observando um crescimento significativo nos últimos anos.

Com relação à carne, Leite diz que mesmo com o aumento da demanda pelas carnes de caprinos e ovinos nos últimos anos, o consumo per capita anual ainda é muito baixo, situando-se em torno de 1.500 gramas por habitante. "Esse número sinaliza que ainda há muito espaço para a expansão da atividade", diz Leite.

Conforme o pesquisador, para conquistar o mercado o produtor precisa se organizar, oferecer produtos de qualidade e com valor agregado. Ele lembra que os produtores familiares devem estar atentos para o correto manejo sanitário e para melhorar todo o seu sistema de produção. Precisam organizar-se em cooperativas ou associações, oferecendo quantidade e qualidade.

Os preços praticados, em geral o dobro do que remunera a carne bovina, são os principais atrativos para os produtores de carne de caprinos e ovinos. Outro dado favorável ao desenvolvimento do agronegócio da carne de caprinos e ovinos refere-se ao fato de boa parte do produto comercializado internamente ser importado. "Um incremento na produção interna poderá resultar em vantagens competitivas para nosso produtor, que deverá ocupar esse espaço de mercado", salienta o pesquisador.

Com relação à pele, como informa o Leite, é o produto derivado de caprinos e ovinos com mais elevada capacidade de agregar valor na cadeia produtiva, ou seja, desde a produção na fazenda até o produto final manufaturado. Há uma grande carência de peles de qualidade para atender a indústria. Na fazenda, o produtor deve tomar cuidados para oferecer um produto que atenda esta necessidade, como não usar arame farpado para fazer cercas, além de adotar tratamentos preventivos para evitar a linfadenite caseosa (mau do caroço) e os ataques de piolhos e ácaros, que prejudicam o aspecto da pele.

Sobre o leite de cabra, o pesquisador afirma que a produção vem aumentando ao longo dos anos, principalmente na Região Nordeste, seguida pela Região Sudeste. A maior parte do leite produzido é destinada à fabricação de queijos, mas já há uma significativa demanda do mercado para o consumo do próprio leite. "Registra-se também um crescimento na procura por outros derivados como doces e iogurte, bem como por cosméticos fabricados à base de leite de cabra", complementa.

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