Setembro/2007 - 3ª semana - Região Semiárido

As cisternas rurais são reservatórios eficientes no armazenamento das águas de chuva no semi-árido para o consumo das famílias rurais. Na região, o Governo Federal já construiu cerca de 200 mil desses equipamentos no Programa 1 Milhão de Cisternas. O empenho agora de técnicos e agricultores envolvidos neste programa é estudar meios de conservar essa água em condições saudáveis.

Nas áreas rurais do sertão nordestino, nos longos períodos que costumam durar as estiagens, as mulheres, em geral, precisam se deslocar durante horas até encontrar uma fonte de água e, muitas vezes, de má qualidade devido à contaminação.

Em países como o Brasil, estima-se que o consumo de água contaminada é responsável por 80% de todas as moléstias, um problema que afeta diretamente a população nordestina. Por isso, manter a água das cisternas limpa precisa ser uma preocupação constante das famílias. Durante o programa, Lúcio Alberto Pereira, pesquisador da Embrapa Semi-Árido que tem formação na área de Ecologia e trabalha na com Manejo de Bacias Hidrográficas, explica como é possível armazenar a água das chuvas mantendo-a limpa e boa para o consumo. "As águas de chuva são de boa qualidade e elas continuam assim dependendo de alguns fatores", explica Pereira. "Uma medida importante é desviar a água que escorre dos telhados para fora das cisternas. Deve-se também evitar o contato direto com a água armazenada na cisterna, utilizando apenas a bomba para retirá-la e não baldes, por exemplo", completa.

Os ouvintes do Prosa Rural vão conhecer ainda uma importante inciativa do Unicef, o "Pacto - Um mundo para a criança e o adolescente do semi-árido". Um dos objetivos do pacto, que envolve diversos parceiros da administração pública e da sociedade civil, é reverter dados estatísticos preocupantes sobre a região, apurados em levantamento realizado em 2003: 75% dos 13 milhões de adolescentes e jovens do semi-árido nordestino são pobres e a mortalidade infantil na região está perto de 45%, bem acima da média nacional, que é de 22%.

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