Agosto/2007 - 4ª semana - Região Centro-Oeste/Sudeste

Existem áreas de pecuária leiteira e pecuária de corte que apresentam uma produtividade abaixo de seu potencial técnico devido a fatores de diferentes ordens, como efeitos climáticos, carência de alimentação no período de inverno e áreas de pastagens degradadas. Uma alternativa para solucionar esses problemas é a introdução, nestas áreas, do componente florestal implantando os chamados sistemas silvipastoris, um dos caminhos para a sustentabilidade da produção animal nos trópicos. Nesses sistemas, os componentes animal e florestal são intencionalmente manejados em associação simultânea numa mesma área.

De acordo com o pesquisador Vanderley Porfírio, que participa do programa, na condição em que o gado é o principal componente econômico da propriedade rural, o componente florestal assume um caráter complementar de renda. Num primeiro momento, por meio de seus serviços de proteção ao rebanho e ao componente forrageiro, as árvores promovem melhorias da atividade pecuária e, depois, integram e ampliam a renda da propriedade quando seus produtos diretos como a madeira, frutos, sementes e pólen, começam a ser colhidos. "A disposição adequada de árvores na pastagem pode estimular a exploração intensa de leite e carne a pasto", explica o pesquisador da Embrapa Florestas. "Além disso, o elemento florestal proporciona conforto ao animal favorecendo seu crescimento", completa Porfírio.

Assim, os sistemas silvipastoris constituem-se como uma alternativa para incorporar a atividade florestal ao empreendimento rural, possibilitando um incremento nos ganhos econômicos do pecuarista. O elemento animal e o elemento florestal possuem vantagens econômicas diferentes: a pecuária permite um retorno financeiro mais rápido, a curto e médio prazo e o elemento arbóreo encontra condições favoráveis no mercado de produtos florestais.

Um dos objetivos dos sistemas silvipastoris é diminuir os danos causados ao meio-ambiente pela atividade rural, permitindo maior conservação dos recursos naturais. As árvores ajudam a evitar ou pelo menos a diminuir a erosão do solo, por exemplo. Entre as vantagens econômicas que o pecuarista pode obter podemos citar como exemplo a cadeia produtiva do leite. Neste caso, a adoção de sistemas silvipastoris pode representar uma excelente oportunidade de mercado, pois a produção de leite a pasto dentro de um sistema que contribui para a preservação dos recursos naturais certamente agrega valor ao leite e seus derivados num mercado que, cada vez mais, exige produtos ambientalmente corretos. Neste caso, uma boa estratégia de marketing pode aumentar as vantagens da utilização dos sistemas silvipastoris na cadeia produtiva leiteira.

O Prosa Rural traz também o depoimento do pecuarista Antônio Penazzo para quem a adoção do sistema silvipastoril se mostrou um bom negócio. O produtor montou uma serraria, agregou valor ao produto madeireiro que comercializa e com isso consegue obter um bom preço pela madeira que retira de sua propriedade.

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