10/11/17 |   Transferência de Tecnologia

Visitantes do SemiáridoShow conhecem potencialidades de ILPF para semiárido brasileiro

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Os visitantes da Área de Demonstração de Tecnologias do SemiáridoShow 2017 puderam conhecer algumas das potencialidades de sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) para o semiárido brasileiro. Além da área de um sistema agrossilvipastoril, o evento apresentou vitrines tecnológicas com variedades de sorgo, milho e milheto consorciados com feijão guandu e uma outra área com milheto e capim buffel, experiências testadas pela Embrapa em áreas de ILPF no Nordeste brasileiro.

Estes sistemas de integração são uma alternativa para uma produção agropecuária e uma exploração florestal sustentáveis no semiárido brasileiro, reduzindo a degradação do solo, conservando os recursos hídricos, preservando pastagens nativas, entre outros potenciais impactos. A expectativa é contornar problemas como a irregularidade das chuvas e o avanço da desertificação

“Trata-se de sistema de produção muito mais sustentável, inclusive sob o ponto de vista econômico”, destacou a pesquisadora Salete Moraes, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE). Ela cita como exemplo a unidade de referência técnica de ILPF em Dormentes (PE), onde, mesmo com a sequência de anos de chuvas irregulares no semiárido brasileiro, tem conseguido manter a produtividade dos rebanhos e a pastagem nativa, com as alternativas de integração.

A possibilidade de consorciar espécies vegetais adaptadas ao semiárido, como é o caso do feijão guandu com espécies forrageiras (milho, milheto e sorgo), e a inserção de plantas leguminosas como leucena e gliricídea dotam os sistemas ILPF de bom potencial para recursos naturais. Assim, espera-se um melhor aproveitamento das áreas de plantio e condições favoráveis para a recuperação de solos.

Os sistemas também utilizam tecnologias para facilitar captação da água, assim como adotam práticas de sustentabilidade ambiental, como a manutenção de cobertura vegetal do solo e a restrição de queimadas e do uso de defensivos químicos. “A médio e longo prazo os produtores conseguem perceber, em seu dia a dia, esses resultados: minimizar problemas financeiros e preservar recursos naturais, principalmente solos, água e o ambiente de pastagens”, frisou Salete.

A área de sistema agrossilvipastoril recebeu visitas de caravanas de produtores rurais, técnicos e estudantes em todos os dias do SemiáridoShow, com interesse para conhecer a experiência de um sistema que combine áreas agrícola, de pastejo e reserva florestal de mata nativa. “Apresento a eles que este é um sistema onde eles podem manter sua roça sem queimar ou desmatar, tirar a madeira que lhes seja útil, manter as leguminosas como gliricídea e leucena, garantindo área agrícola no verão e banco de proteína no período chuvoso”, detalhou a pesquisadora Nilzemary Lima, da Embrapa Caprinos e Ovinos, que apresentou o sistema aos visitantes durante o evento.

Para alguns dos visitantes, foi a primeira oportunidade de observar um sistema de produção com essas características. Foi o caso de Manuel Dantas, do assentamento São Francisco, de Sobradinho (BA). “É uma área bonita, onde a gente pode ter plantio e forragem para se manter e manter os animais. Acho que não existe dificuldade de implantar, se houver água suficiente”, avaliou ele.

Outros visitantes já adotam experiências de sistemas de integração, como o agricultor Adão Oliveira que, desde 2006, mantém um sistema agroflorestal em sua propriedade em Ouricuri (PE), onde planta leucena, palma, gliricídea e legumes, além de criar caprinos, bovinos e abelhas. “Descobri que essa é uma agricultura diferente, onde a gente faz roçado sem necessidade de queimar, tem cobertura de solo, não usa agrotóxico. Com os plantios consorciados, então, você vê o solo sempre com vida”, ressaltou ele.

Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos

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Embrapa Semiárido

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