Visitantes do SemiáridoShow conhecem potencialidades de ILPF para semiárido brasileiro
Visitantes do SemiáridoShow conhecem potencialidades de ILPF para semiárido brasileiro
Os visitantes da Área de Demonstração de Tecnologias do SemiáridoShow 2017 puderam conhecer algumas das potencialidades de sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) para o semiárido brasileiro. Além da área de um sistema agrossilvipastoril, o evento apresentou vitrines tecnológicas com variedades de sorgo, milho e milheto consorciados com feijão guandu e uma outra área com milheto e capim buffel, experiências testadas pela Embrapa em áreas de ILPF no Nordeste brasileiro.
Estes sistemas de integração são uma alternativa para uma produção agropecuária e uma exploração florestal sustentáveis no semiárido brasileiro, reduzindo a degradação do solo, conservando os recursos hídricos, preservando pastagens nativas, entre outros potenciais impactos. A expectativa é contornar problemas como a irregularidade das chuvas e o avanço da desertificação
“Trata-se de sistema de produção muito mais sustentável, inclusive sob o ponto de vista econômico”, destacou a pesquisadora Salete Moraes, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE). Ela cita como exemplo a unidade de referência técnica de ILPF em Dormentes (PE), onde, mesmo com a sequência de anos de chuvas irregulares no semiárido brasileiro, tem conseguido manter a produtividade dos rebanhos e a pastagem nativa, com as alternativas de integração.
A possibilidade de consorciar espécies vegetais adaptadas ao semiárido, como é o caso do feijão guandu com espécies forrageiras (milho, milheto e sorgo), e a inserção de plantas leguminosas como leucena e gliricídea dotam os sistemas ILPF de bom potencial para recursos naturais. Assim, espera-se um melhor aproveitamento das áreas de plantio e condições favoráveis para a recuperação de solos.
Os sistemas também utilizam tecnologias para facilitar captação da água, assim como adotam práticas de sustentabilidade ambiental, como a manutenção de cobertura vegetal do solo e a restrição de queimadas e do uso de defensivos químicos. “A médio e longo prazo os produtores conseguem perceber, em seu dia a dia, esses resultados: minimizar problemas financeiros e preservar recursos naturais, principalmente solos, água e o ambiente de pastagens”, frisou Salete.
A área de sistema agrossilvipastoril recebeu visitas de caravanas de produtores rurais, técnicos e estudantes em todos os dias do SemiáridoShow, com interesse para conhecer a experiência de um sistema que combine áreas agrícola, de pastejo e reserva florestal de mata nativa. “Apresento a eles que este é um sistema onde eles podem manter sua roça sem queimar ou desmatar, tirar a madeira que lhes seja útil, manter as leguminosas como gliricídea e leucena, garantindo área agrícola no verão e banco de proteína no período chuvoso”, detalhou a pesquisadora Nilzemary Lima, da Embrapa Caprinos e Ovinos, que apresentou o sistema aos visitantes durante o evento.
Para alguns dos visitantes, foi a primeira oportunidade de observar um sistema de produção com essas características. Foi o caso de Manuel Dantas, do assentamento São Francisco, de Sobradinho (BA). “É uma área bonita, onde a gente pode ter plantio e forragem para se manter e manter os animais. Acho que não existe dificuldade de implantar, se houver água suficiente”, avaliou ele.
Outros visitantes já adotam experiências de sistemas de integração, como o agricultor Adão Oliveira que, desde 2006, mantém um sistema agroflorestal em sua propriedade em Ouricuri (PE), onde planta leucena, palma, gliricídea e legumes, além de criar caprinos, bovinos e abelhas. “Descobri que essa é uma agricultura diferente, onde a gente faz roçado sem necessidade de queimar, tem cobertura de solo, não usa agrotóxico. Com os plantios consorciados, então, você vê o solo sempre com vida”, ressaltou ele.
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos
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