26/04/19 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Novas uvas desenvolvidas especialmente para o semiárido brasileiro

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Foto: Embrapa

Embrapa - Arnaldo Eijsink representou a diretoria da Associação dos Produtores de Uvas do Vale do São Francisco

Arnaldo Eijsink representou a diretoria da Associação dos Produtores de Uvas do Vale do São Francisco

As comemorações dos 46 anos da Embrapa foram o cenário escolhido para a assinatura do convênio de cooperação técnica entre a Empresa de Pesquisa e a Associação dos Produtores de Uvas do Vale do São Francisco, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de novas cultivares de uva de mesa especialmente adaptadas ao semiárido brasileiro.

“Queremos chegar a um bilhão de Reais em exportações. Já estamos em 45 países e, com certeza, com o sabor das uvas que a Embrapa está desenvolvendo, vamos conquistar novos clientes e consumidores no mercado interno e externo”, sentenciou Arnaldo Eijsink, diretor da Associação dos Produtores de Uvas do Vale do São Francisco, após a assinatura do convênio, na tarde do dia 24 de abril, em Brasília (DF).

Segundo o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando da Silva Protas, a parceria irá viabilizar uma maior rapidez na avaliação das seleções, garantindo a continuidade da competitividade dos viticultores do semiárido brasileiro. “Essa parceria que envolve a alocação de recursos por parte do setor produtivo ratifica o  reconhecimento e a confiança na competência e capacidade da Embrapa em oferecer alternativas tecnológicas para o desenvolvimento competitivo da viticultura brasileira”, avaliou.

O Convênio estabelece uma parceria para os próximos seis anos, nos quais serão avaliadas novas seleções de uvas desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético ‘Uvas do Brasil’, coordenado pela Embrapa Uva e Vinho, diretamente com os viticultores integrantes da Associação dos Produtores de Uvas do Vale do São Francisco. Além do desempenho no campo, com testes agronômicos relacionados à produtividade, qualidade e tolerância a doenças, também serão realizadas avaliações mercadológicas.

A parceria visa disponibilizar de forma mais rápida novas cultivares, a exemplo da ‘BRS Vitória’, que pelo seu sabor diferenciado conquistou o mercado europeu, trazendo uma importante vantagem competitiva à balança comercial brasileira: exportações de uvas entre abril e dezembro, fazendo o país abocanhar boa fatia do mercado que nessa época costumava ser abastecido pelas uvas da Itália, Espanha e Grécia, pelo preço mais competitivo.

Além da atuação da Embrapa Uva e Vinho e dos produtores vinculados à Associação dos Produtores de Uvas do Vale do São Francisco, o projeto conta com a importante colaboração da equipe da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE).


O Programa de Melhoramento Genético 'Uvas do Brasil'

Desde 1977, a Embrapa Uva e Vinho vem conduzindo o Programa de Melhoramento Genético ‘Uvas do Brasil’, voltado para a obtenção de cultivares para mesa, suco e vinho, especialmente adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas brasileiras. Já foram lançadas 21 cultivares que têm como características uma elevada produtividade, diferentes ciclos de produção e alta resistência às doenças que atacam a cultura da videira, como o míldio e o oídio.

O germoplasma básico utilizado nos cruzamentos é obtido a partir dos materiais disponíveis no Banco Ativo de Germoplasma - Uva, mantido pela Embrapa Uva e Vinho. Com 1400 acessos, é o maior acervo de germoplasma de videira de toda a América Latina.

Atualmente, o Programa de Melhoramento 'Uvas do Brasil' utiliza métodos clássicos de melhoramento, como seleção massal, seleção clonal e hibridações. Ações de ajuste de manejo de seleções avançadas vêm sendo desenvolvidas paralelamente ao Programa de Melhoramento, no sentido de viabilização destes materiais.

Ferramentas de Biologia Avançada como micropropagação, resgate de embriões para viabilização de sementes em cruzamentos de uvas apirênicas e uso de marcadores moleculares que permitam a seleção precoce estão sendo incorporados ao Programa. Também já se faz uso rotineiro do desenvolvimento de perfis genéticos visando a proteção das novas cultivares.

Cultivares da Embrapa que fazem sucesso em clima tropical:

Desenvolvidas especialmente para o nordeste brasileiro, as cultivares ‘BRS Vitória’, ‘BRS Isis’ e ‘BRS Núbia’ conquistaram os produtores do semiárido brasileiro, pelas suas características como a alta fertilidade, garantindo ao produtor tanto a estabilidade da produção quanto altas produtividades. Para o consumidor é a certeza de uvas doces e saborosas à mesa.

A ‘BRS Vitória’ é a favoritíssima, pois o seu sabor diferenciado abriu muitas portas, tanto para a exportação como para o mercado nacional. Já a ‘BRS Núbia’, uma uva de mesa com sementes, vem conquistando seus consumidores pelos cachos e bagas exuberantes, e a ‘BRS Isis’ pela cor vermelha e as bagas naturalmente grandes.

Além das uvas de mesa, as cultivares de uva para suco ‘BRS Cora’, ‘BRS Magna’ e ‘Isabel Precoce’ conseguiram colocar o nordeste no circuito de produção de suco de uva de qualidade no Brasil.  Mais um bom exemplo que a agricultura brasileira é movida à Ciência!

Viviane Zanella (Mtb 14400)
Embrapa Uva e Vinho

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