24/06/19 |   Mudanças climáticas

Pesquisa confirma que clima influencia cultura da uva

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Foto: Francislene Angelotti

Francislene Angelotti - Doenças da uva

Doenças da uva

O clima tem influência direta no desenvolvimento da videira e na ocorrência de problemas fitossanitários, mais especificamente das doenças. Com o Projeto Climapest foram realizados estudos em condições controladas de aumento de temperatura e de aumento da concentração de dióxido de carbono para entender os possíveis impactos na vitivinicultura e também elaborados mapas de distribuição geográfica e temporal das doenças. Esse assunto será apresentado em 26 de junho no Simpósio Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura, no Instituto Agronômico – IAC, Campinas, SP, pela  pesquisadora Francislene Angelotti, da Embrapa Semiárido (Petrolina, PE).

Conforme a pesquisadora, em condições controladas foram estudadas as doenças: míldio, oídio, ferrugem e o cancro da videira. Francislene explica que o aumento da temperatura interferiu na infecção do míldio da videira, diminuindo a severidade da doença e aumentando o período latente. "Os cenários climáticos futuros indicam redução da favorabilidade do míldio no território brasileiro, com variabilidade para as diferentes regiões produtoras de uva".

Para o oídio da videira, a temperatura média e a umidade relativa foram os dados climáticos básicos de entrada no banco de dados do Sistema de Informação Geográfica (SIG) e foram obtidos de projeções dos modelos climáticos globais do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). "Os mapas de distribuição geográfica mostram que haverá alteração no futuro, com aumento da área favorável à incidência do oídio da videira no Brasil", enfatiza Francislene.

Também foram elaborados mapas de distribuição geográfica para as podridões (cinzenta, amarga e da uva madura), antracnose e escoriose. Para a pesquisadora, "a análise dos possíveis impactos das alterações climáticas sobre as doenças da videira será fundamental para a adoção de medidas de adaptação, sendo estratégico para a viticultura brasileira, com a finalidade de evitar prejuízos mais sérios".

A pesquisadora faz questão de prestar uma homenagem as pesquisadoras dessa parceria. "Essa palestra é fruto de uma parceria que foi além dos resultados científicos. Em 2008 tive a oportunidade de conhecer em Brasília, duas pesquisadoras partilharam não só a pesquisa que já desenvolviam com clima e doenças de plantas, mas o respeito, o carisma e a amizade. Raquel Ghini (in memorian) e Emília Hamada são exemplos que valem a pena ter como parceiras, e o sucesso do Climapest foi fruto desta união.

Por isso não poderia deixar de prestar minha homenagem a estas duas grandes parceiras e amigas: para a Raquel (que nos deixou tão cedo e que ficará eternizada em meu coração), fica a saudade e o orgulho de conhecer uma pessoa tão íntegra e que foi o ícone das mudanças climáticas e doenças de plantas no Brasil. E para a Emília, muito obrigada por fazer parte da sua equipe e que a força nos guie para novos trabalhos."

Os coordenadores do Simpósio são os pesquisadores Emília Hamada e Wagner Bettiol da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e Francislene Angelotti da Embrapa Semiárido (Petrolina, PE).

A programação completa e o formulário para inscrições, gratuitas, podem ser acessadas em https://www.embrapa.br/meio-ambiente/simposio

Serviço
Local: Espaço Solos do Brasil – Instituto Agronômico - IAC
Av. Barão de Itapura, 1.481, Botafogo
Campinas – SP

 

Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente

Contatos para a imprensa

Telefone: 19 3311 2608

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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