30/11/20 |   Biotecnologia e biossegurança

Biossegurança no uso de OGMs é debatida em webinar

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O pesquisador Paulo Barroso, da Embrapa Territorial, foi um dos palestrantes do webinar “Biotecnologia na agricultura brasileira: histórico e segurança”. O evento promovido pelo International Life Sciences Institute no Brasil (ILSI Brasil) ocorreu no dia 12 de novembro e também contou com a participação da professora Patrícia Fernandes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). As palestras podem ser conferidas aqui .

Na presidência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIo) desde abril deste ano, Barroso apresentou as atribuições do órgão, esclareceu alguns pontos relacionados à segurança no uso dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e abordou as grandes possibilidades proporcionadas pelo uso de transgênicos regulamentados.

Como observa o pesquisador, na agricultura, boa parte dos transgênicos disponíveis atualmente possuem genes bacterianos, seja para conferir tolerância a herbicidas, ou para oferecer resistência a insetos. Compete à CTNBio a liberação desses organismos para uso na sociedade, o que só ocorre, ele ressalta, após um rigoroso processo de testes com fins de certificar ausência de risco à saúde humana.

Para se chegar à liberação comercial de um transgênico, são promovidas avaliações segundo os critérios exigidos pela Resolução Normativa 24.

“Nada é feito sob o ponto de vista legal sem o aval da CTNBio. Ela verifica as instalações, avalia o projeto e promove ensaios em contenção e em campo”, disse. Ao final do processo, ele continua, espera-se que se tenha um novo OGM para ser disponibilizado à população.

Segundo ele, nenhum problema comprovado foi relatado à CTNBio até a presente data. “Pelo contrário, há inúmeros relatos que comprovam a segurança”, afirma.

Terapias gênicas

O uso de OGMs também abre grandes possibilidades no campo da medicina. Estamos falando das terapias gênicas. Paulo explicou como é possível a produção de medicamentos e hormônios em indivíduos que apresentam alguns genes não funcionais. Uma oportunidade para tratamento seria, ele explica, inserir um gene funcional humano dentro de um vírus e transportá-lo para um ser vivo que apresenta uma disfunção. Com estes procedimentos, os indivíduos que receberem o OGM passarão a não mais apresentar os sintomas, ou apresentá-los de forma atenuada.

Outra possibilidade é levar  para uma bactéria fragmentos de DNA humano que carregam o código para a produção de insulina, por exemplo. “Com isso, pode-se estimular  a produção de insulina - ou diversos outros tipos de hormônios - de forma rápida, segura e barata”, disse.

 
Sobre a CTNBio

Órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Composta por 54 membros, sendo 27 titulares e 27 suplentes - todos doutores, de notório saber. A Comissão regula todas as atividades que envolvem OGM no País. Ela autoriza experimentos, credencia instalações, produz normas que regulamentam o uso e o manuseio de OGMs, avalia o risco de OGMs e, a partir dessas análises, faz as recomendações para a liberação comercial.

A CTNBio trabalha exclusivamente com saúde animal, saúde humana e meio ambiente. Questões que extrapolam essa esfera são tratadas pelo Conselho Nacional de Biossegurança, formado por ministros de Estado.

As reuniões da CTNBio da primeira quarta e quinta-feira do mês são abertas. Basta acessar a página da instituição e inscrever-se.

ILSI

O ILSI é uma organização mundial sem fins lucrativos e de integração entre academia, indústria e governo. Sua missão é estimular a discussão e aplicação da ciência em temas que visam a melhora da saúde e do bem-estar público e preservação do meio ambiente.

Alan Rodrigues (MTb JP/CE 2625)
Embrapa Territorial

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