Os produtores da Serra de Santana (RN) terão oportunidade de aprender mais sobre cajucultura no próximo dia 01 de junho, na Caravana do Caju 2023. O evento, que faz parte do Seminário Frut&Tec - Serra de Santana, é fruto de uma parceria entre o Sebrae/RN, a Embrapa Agroindústria Tropical, a Emater/RN e a Secretaria de Agricultura de Lagoa Nova. Direcionada aos produtores e representantes de setores relacionados ao setor, a Caravana do Caju contemplará palestras e seminários sobre a cadeia produtiva do caju, do campo à indústria. As atividades serão desenvolvidas na Secretaria de Agricultura de Lagoa Nova/Emater. A microrregião Serra de Santana é um importante centro de produção de caju do estado do Rio Grande do Norte, respondendo por quase um quarto da produção de castanhas do estado. Franco Marinho, gestor de Fruticultura do Sebrae/RN, salienta a importância do evento para a cadeia produtiva da cajucultura na região de Serra de Santana: “É um evento importante, pelo segundo ano estamos levando o que temos de mais inovador em tecnologias de cajucultura para uma região também importante do Rio Grande do Norte. A partir dessa ação, esperamos melhorar o processo produtivo dessa região e mostrar que a cajucultura deve ser levada a sério”. Franco destaca, ainda, que são aguardados produtores de sete municípios que compõem a Serra de Santana, como Florânia, Serra do Mato e Lagoa Nova. As expectativas apontam que em torno de 150 produtores, extensionistas, consultores, membros de secretarias e estudantes irão participar da ação. Com a participação da Embrapa Agroindústria Tropical, a cajucultura será abordada do campo à indústria. Luiz Serrano, pesquisador da Unidade com foco em manejo e propagação de culturas, ministrará a palestra “Manejo de pomares de cajueiro visando maior produtividade”. O pesquisador e fitopatologista Marlon Valentim, por sua vez, apresentará o tema “Controle do oídio do cajueiro em regiões de altitude”. Visando, também, disseminar conhecimentos para a agroindústria do caju, o pesquisador Antonio Calixto irá abordar o processamento de caju, amêndoa de castanha-de-caju e fibra. Além de disseminar tecnologias voltadas ao manejo e processamento, a Caravana Caju 2023 busca estimular a adoção de clones de cajueiro desenvolvidos pela Embrapa. Um deles é o BRS 555, lançado em novembro de 2022, e recomendado para o sertão de Seridó e para o semiárido serrado da mesorregião de Serra de Santana. BRS 555: produtividade e resistência à pragas e doenças O elevado potencial produtivo é um destaque do clone BRS 555, que registrou uma média de 2.711 quilos por hectare de castanha do sexto ao nono ano de produção. A média do RN, em 2021, foi de 336 kg/ha (IBGE) Em média, a produtividade da castanha do novo clone foi 57,6 % superior ao clone testemunha BRS 265, enquanto a produção do pedúnculo registrou um incremento de 60,4% na comparação com o BRS 265. A variedade apresenta uma amêndoa com bom peso, em média 2,5g. Outra vantagem dessa nova variedade é a resistência à broca-do-tronco (Marshallius anacardii), praga com forte incidência e severidade na área serrana e que provoca a redução da copa, da estatura de plantas e, consequentemente, da produção. Saiba mais sobre a cajucultura na Serra de Santana “A cultura do cajueiro de sequeiro é a de maior expressão econômica para a microrregião Serra de Santana, por ocupar a maior parte das áreas cultivadas em 2019 (9.090 ha) (IBGE, 2020), sendo a principal fonte de renda da população, contribuindo fortemente para a economia dos municípios serranos. Em 2019, cerca de 23% da safra de castanha-de-caju do Rio Grande do Norte foram produzidos nessa microrregião, gerando um valor da produção (VP) de aproximadamente nove milhões de reais, equivalente a 19,95% do VP estadual (IBGE, 2020). A área colhida correspondeu a 17,69% da área estadual, com uma produtividade média (423 kg ha-1) 28,96% superior à média estadual (IBGE, 2020). O município de Santana do Matos (1.200 kg ha-1) obteve a maior a produtividade do estado, e os municípios de Bodó (500 kg ha-1) e Florânia (501 kg ha-1) estão entre as cinco maiores (IBGE, 2020), demonstrando o potencial da cultura para a microrregião.” Fonte: Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento Desempenho Agronômico de Clones de Cajueiro em Santana do Matos, RN, disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223207/1/BP-217.pdf