25/05/23 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Ciclo de palestra aborda inovação social com quebradeiras de coco do Maranhão

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Como parte de Ciclo de Palestras realizado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, a chefe-adjunta de transferência de tecnologia, Guilhermina Cayres, vai realizar palestra sobre “A inovação social e o social na inovação: a experiência do Maranhão com quebradeiras de coco babaçu” amanhã, 26 de maio, às 9h, com transmissão via meet. Para acompanhar, acesse https://meet.google.com/ufx-wodq-ovd .

Segundo Guilhermina, o babaçu é a espécie que representa a identidade de mulheres que têm conservado a relação histórica de grupos sociais que vivem em áreas de ocorrência dessa planta. Embora as diferentes partes do coco tenham potencial para gerar uma série de produtos, as amêndoas e seus derivados são atualmente os mais comercializados. “Irei abordar o histórico desse processo de inovação, desafios e objetivos já alcançados. De 2013 a 2017, a partir de oficinas realizadas para levantamento e priorização de demandas com mais de 40 organizações e comunidades extrativistas, identificou-se ao principal anseio dessas mulheres: agregar valor ao babaçu e ao trabalho das quebradeiras de coco, demanda essa que passou a nortear projetos e soluções para promover a inovação com o engajamento das quebradeiras de coco e parceiros institucionais no desenvolvimento de ativos tecnológicos. Mais tarde, reunimos quebradeiras de coco, pesquisadores e professores com experiência de laboratório e chefs de cozinha para reunir conhecimentos técnico-científicos e saberes tradicionais para desenvolver novoos produtos e processos alimentícios a partir da amêndoa e do mesocarpo do babaçu”, relembra.

A estratégia de trabalho iniciou com alimentos já conhecidos e desenvolvidos por grupos de quebradeiras de coco e depois partir para alimentos mais elaborados. “Na comunidade quilombola de Pedrinhas Clube de Mães, localizada no território do Vale do Itapecuru, foi estabelecido o modo de abordagem com a comunidade para que, posteriormente, pudesse ser replicado em outros locais. Outros projetos e financiamentos foram articulados para expandir a cesta de produtos à base de babaçu, que iniciou com o biscoito e o gelado, e depois continuou com bebida tipo leite pasteurizado, análogo de queijo, farinha de amêndoa, amêndoa ralada, leite condensado, hambúrguer, processamento de gongo de babaçu (larva comestível que se desenvolve dentro do coco) em diferentes estágios de desenvolvimento. Essas experiências têm demonstrado, às mulheres, o potencial do babaçu não conhecido por elas, e que permite a inserção desses novos alimentos em nichos de mercado que valorizam produtos artesanais com identidade de origem”, completou a pesquisadora da Embrapa Cocais.

Entre as comunidades tradicionais envolvidas na pesquisa estão: Cooperativa das Quebradeiras de Coco Babaçu de Itapecuru-Mirim (Coobavida), União dos Clubes de Mães de Itapecuru-Mirim, Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do Povoado União do Município de Itapecuru-Mirim, Clube de Mães Quilombolas Lar de Maria, Agroindústria Comunitária de Derivados do Babaçu, Associação das Quebradeiras de Coco de ChapadinhaCooperativa Mista dos Agricultores do Vinagre e outras. Direta e indiretamente, há ainda parceiros institucionais público-privados, como a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Universidade Federal do Ceará (UFC), Associação Maranhense dos Artesãos Culinários (Amac) e Conecta Brasil 360, esta última para proporcionar visibilidade, conexão e estruturação de negócios para os produtos oriundos do coco babaçu. 

Vinculado ao Projeto Bem Diverso – parceria entre Embrapa, Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) –, o projeto tem aporte de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), do The Good Food Institute (GFI), Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ) e Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Rede ILPF).

Está em curso ainda parceria da Embrapa Cocais com o governo do estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) e da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), e a startup Conecta Brasil 360, para sistematizar experiências com inovação social e transformá-las em política pública de inovação social do Maranhão.

Flávia Bessa (MTB 4469/DF)
Embrapa Cocais

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