31/05/23 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Professores e alunos apresentam resultados do Sisteminha no IFMA de Alcântara

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Neste mês de maio, foi realizada a primeira despesca de peixes do tanque do Sisteminha Embrapa-UFU-Fapemig instalado no campus do Instituto Federal do Maranhão - IFMA em Alcântara-MA. A iniciativa de implantação da tecnologia  no ambiente educacional está crescendo no estado e tem o objetivo de promover a conscientização sobre produção sustentável e ecológica de alimentos.

Segundo Luiz Guilherme, pesquisador da Embrapa Cocais, a parceria com o IFMA tem possibilitado um avanço significativo na divulgação e implementação do Sisteminha em diversos campi no estado do Maranhão. ‘Os alunos têm a oportunidade de aprender e vivenciar a tecnologia inovadora, que permite a integração de diferentes componentes para a produção de alimentos em espaços reduzidos. Essa parceria tem contribuído para o desenvolvimento de habilidades práticas e o incentivo à sustentabilidade, capacitando os alunos a se tornarem agentes de mudança na promoção da segurança alimentar e na geração de renda nas comunidades locais”.

O Sisteminha implantado no IFMA de Alcântara, mesmo sem ter o viés agrícola como primordial, está inovando ao utilizar a expertise  do Instituto com o kit de monitoramento e automação da irrigação  em seus cultivos.

Na ocasião, o reitor Carlos César parabenizou o pesquisador pelo desenvolvimento do Sisteminha que, segundo ele, é uma tecnologia que tem permitido transformar aa realidade de milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social no Brasil e no exterior.  “A parceria com a Embrapa Cocais tem permitido o ensino prático a nossos professores e alunos. O Sisteminha é ainda uma tecnologia que permite a segurança alimentar e nutricional e o combate à erradicação da fome em famílias pertencentes a bolsões de miséria em nosso País. Por isso, o sucesso da parceria traz sentimento de alegria e de dever cumprido, mesmo ainda tendo muito a.

Como funciona o Sisteminha - A tecnologia social é apropriada para produzir alimentos em pequenos espaços, em áreas urbanas e rurais, para atender às necessidades nutricionais de uma família de quatro a cinco pessoas, de acordo com as recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em um quintal de tamanho entre 100 e 1,5 mil metros quadrados, o Sisteminha expressa toda sua versatilidade, sendo possível a produção de peixes, ovos e carne de galinhas e codornas, suínos, porquinhos-da-índia, grãos, legumes, frutas, hortaliças, húmus de minhoca e composto orgânico, entre outros. A plantação é escalonada, ou seja, o plantio é feito aos poucos; assim a colheita é gradual, para não faltar nem sobrar muitos alimentos. Em cada fase, algo é acrescentado.

Além de garantir a alimentação básica às famílias, possibilita também a geração de renda, pela comercialização do excedente da produção. 

Toda a implantação do projeto é voltada para a redução de custos e seguindo modelo agrícola sustentável. “É uma metodologia simples, de fácil construção, que não interfere culturalmente nas famílias e consegue retirar as pessoas da situação de pobreza e miséria, gerando segurança e soberania alimentar em menos de sete meses. E, o principal, ensina as famílias a conquistarem sua independência alimentar e nutricional, melhorando sua autoestima e capacidade de resolver problemas relacionados à execução das atividades”, explica o criador do Sisteminha, o zootecnista Luiz Carlos Guilherme, pesquisador da Embrapa.

O coração do Sisteminha – A tecnologia utiliza a piscicultura intensiva praticada em pequenos tanques construídos com materiais diversos, como papelão, argila e plástico. O tanque para a produção de peixes (tilápias) tem capacidade de 8 mil a 10 mil litros de água. Todos os módulos se beneficiam em algum momento da produção de nutrientes oriundos do tanque de peixes, capaz de produzir entre 100 e 120 quilos de tilápia em três ciclos por ano. Ao fim de cada ciclo, os peixes chegam a pesar entre 200 e 300 gramas.

A partir da recirculação dos nutrientes provenientes do tanque de peixes, é possível obter um sistema de produção integrado de frutas e hortaliças – irrigados com efluentes e resíduos sólidos gerados do tanque –, aves e pequenos animais, que beneficia todos os módulos do sistema, organizados de acordo com a disponibilidade e interesse do produtor. A água residual da criação dos peixes, rica em sólidos orgânicos, é usada na alimentação das minhocas e irrigação dos canteiros convencionais de horticultura e hidroponia. É um biofertilizante que contém macronutrientes como nitrogênio e potássio, além de fósforo, magnésio, enxofre e cálcio. O esterco das aves e pequenos animais, por meio da compostagem, é curtido e se transforma em húmus com auxílio das minhocas. Em seguida esse adubo natural retorna ao cultivo dos vegetais.

Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais

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