A nova Diretoria-Executiva da Embrapa recebeu, nesta quinta-feira (22), uma comitiva liderada pelo ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Na pauta, a construção de um acordo de cooperação entre as duas instituições para ampliar o apoio à agricultura familiar. Entre os projetos, estão o desenvolvimento de equipamentos e ferramentas adaptadas para uso de pequenos e médios produtores rurais, investimentos em Ater Digital e a implantação do Programa Prato Brasil em todo o território nacional, além do mapeamento das pesquisas e projetos da Embrapa já existentes com foco na agricultura familiar, para compor o acordo. Participaram do encontro a presidente Silvia Massruhá, o diretor-executivo de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, a diretora-executiva de Negócios, Ana Euler, e a diretora-executiva de Pessoas, Negócios e Serviços, Selma Beltrão. Do MDA, além do ministro, participaram Fernanda Machiaveli, secretária-executiva, Milton Fornazieri, secretário de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar, e Eric Moura, chefe da Assessoria Especial. O grupo também visitou o Banco Genético, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Comitiva do MDA, liderada pelo ministro Paulo Teixeira, e Diretoria-Executiva, liderada pela presidente Silvia Massruhá, visitam o Banco Genético da Embrapa “O grande desafio do governo brasileiro é chegar ao pequeno produtor. Acreditamos que o papel da Embrapa será muito importante, associado com o Plano Safra da Agricultura Familiar que será anunciado no dia 28 de junho pelo governo federal. Hoje uma das metas do presidente Lula é aumentar a produção de alimentos no Brasil, como arroz, feijão, mandioca, legumes em geral, e também contemplar as mulheres agricultoras. Este será o Plano Safra mais feminista do Brasil, mas também incluirá a agroecologia e as populações tradicionais”, anunciou o ministro aos diretores da Embrapa. “Como chegar a esses agricultores com assistência técnica e acesso às tecnologias agrícolas fortes? A Embrapa é uma parceira necessária para integrar os nossos trabalhos”, complementou o ministro, ressaltando que já visitou diversos centros de pesquisas da Embrapa nesses primeiros meses de mandato. Teixeira destacou, ainda, que os quintais produtivos, agroflorestas, alimentos saudáveis são temas que estão na pauta do MDA. O ministro também quer a parceria dos centros de pesquisa da Embrapa para a implantação do Programa Prato Brasil, que tem como objetivo a promoção de alimentos de qualidade para a população brasileira, uma ação de política pública aos moldes do Programa Fome Zero, porém atualizado e remodelado para o momento, observando cada alimento não como uma cadeia produtiva distinta, mas um conjunto nutricional que traga saúde e resgate à boa alimentação, visto que os hábitos têm migrado para alimentos processados. “Um programa com características diferenciadas, de acordo com os hábitos alimentares das regiões brasileiras. E podemos pensar também sobre como recuperar as tradições alimentares ancestrais, valorizar o trabalho dos chefs de cozinha que utilizam ingredientes típicos de seus respectivos biomas. Vamos tratar o Prato Brasil como um programa de reeducação alimentar e ao mesmo tempo de valorização dos alimentos regionais”, explicou. A comitiva aproveitou o contato com a Diretoria-Executiva para convidá-la para o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar e solicitou parceria da Empresa para a exposição de protótipos de máquinas da agricultura familiar desenvolvidos pelos centros de pesquisa que poderão, futuramente, ser financiadas para a agricultura familiar, em um projeto a ser desenvolvido conjuntamente com a estatal. “O desafio nosso é mecanizar o campo. Temos 3,9 milhões de propriedades rurais da agricultura familiar no Brasil, sendo apenas 18% mecanizadas. A Embrapa pode contribuir com o governo ofertando seus protótipos para desenvolvimento de maquinários adaptados à agricultura familiar”, explicou o ministro. O diretor de Pesquisa a Inovação, Clenio Pillon, lembrou que, em 2014, a Embrapa realizou uma mostra de máquinas e equipamentos produzidas por agricultores familiares que gerou, inclusive, uma publicação, onde são apresentados mais de cem equipamentos, entre máquinas e equipamentos produzidos pelos agricultores. “Os inventos interessantes podem ser qualificados quanto à sua engenharia, ter o apoio do INPI para proteger a Propriedade Industrial e apoio da indústria para dar ganho de escala aos equipamentos”, explicou. “Queremos, por meio de um acordo de cooperação, valorizar o trabalho que a Embrapa faz para a agricultura familiar”, afirmou Fernanda Machiaveli. Silvia Massruhá destacou a importância do fortalecimento da extensão rural. “A extensão não é papel da Embrapa. Temos os dias de campo, mas a extensão rural precisa ser fortalecida por meio da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, a Anater”, ressaltou, lembrando também do projeto Ater digital que a Empresa participa em parceria com ministérios e organismos internacionais. Durante a reunião, o ministro propôs a modelagem de um programa nacional de extensão rural que possa contar com a Anater, Embrapa e universidades na construção da proposta. Outra modelagem é construir uma proposta de capacitação em alto nível dos profissionais da extensão rural em agroecologia, em parceria com as universidades e institutos federais de educação. “Há modelos que podemos resgatar para implementarmos também junto a assentamentos rurais”, complementou Pillon. O Plano Safra da Agricultura Familiar será lançado no dia 28 de junho, próxima quarta-feira, às 10h, no Museu da República, em Brasília, com a presença do presidente Lula.