Deixa-nos neste dia 29 de junho, aos 86 anos, o nosso querido ministro Alysson Paolinelli. O Brasil deve muito a este mineiro, engenheiro-agrônomo, homem simples, de personalidade irradiante e com ligação às questões do campo desde o berço. O ministro Paolinelli, pela obra à frente do Ministério da Agricultura durante o governo do presidente Geisel, é tido, com razão, como o pai da agropecuária tropical. Mas isso não ocorreu por acaso! Houve uma razão e um preparo anterior para que ele entrasse em campo e mostrasse a sua competência. Neste jogo, atuava, antes dele, o ministro Cirne Lima, também agrônomo, pecuarista de Bagé-RS. Foi Cirne Lima que, para resgatar o Brasil do atraso, da fome e da dependência externa, teve a ideia de criar a Embrapa. No entanto, desejoso de mais recursos para o setor primário, ele entra em confronto com outras instâncias da área econômica e, poucos dias depois da posse da 1ª. Diretoria da Embrapa, pede demissão. Entra, como interino, o pernambucano Moura Cavalcante, porém a ligação da primeira diretoria com o ministro Cirne Lima era forte e ao longo do resto do mandato do presidente Médici, ela fica em expediente interno, tratando da incorporação de pessoal e do patrimônio do antigo Departamento de Pesquisa do Ministério, na criação do organograma e no planejamento da contratação e capacitação. Conhecedor da obra de Paolinelli, que havia feito um excelente trabalho em Minas, como secretário de Estado de Agricultura, Geisel o convida para liderar o Ministério. Com energia, entusiasmo e dinamismo, Paolinelli tira as Unidades de Pesquisa da Embrapa do organograma da Empresa e as instala Brasil afora! Com equipe treinada, infraestrutura adequada e pesquisa embasada na Ciência aplicada, com inserção nos sistemas produtivos, em pouco anos, novos conhecimentos e tecnologias foram entregues aos produtores. O desdobramento desses trabalhos e história é, atualmente, de amplo conhecimento e divulgados, neste ano em que a Embrapa comemora os seus 50 anos de fundação. Da antiga dependência externa, o Brasil, depois de garantir o abastecimento do seu mercado interno - com preço da cesta básica que hoje é metade do que era, há 50 anos - passa a ser um dos maiores exportadores mundiais de alimento, energia e fibras. Sofremos todos, e muito mais ainda seus familiares aos quais, em nome da esposa dele, Sra. Mariza, deixamos o nosso abraço e sentimentos de pesar. Depois de uma obra tão importante para toda a humanidade, o céu, hoje, está ainda mais alegre e brilhante!