03/08/23 |

Missão do Ministério da Agricultura termina com encontros estratégicos na Arábia Saudita e EAU

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Sibelle de Andrande Silva

Sibelle de Andrande Silva - Reunião da comitiva brasileira com o Ministério do Meio Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita.

Reunião da comitiva brasileira com o Ministério do Meio Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita.

A segunda semana do roteiro da missão oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) pelo continente asiático foi marcada por reuniões importantes com dirigentes e empresários da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Na semana passada a comitiva passou pela Coreia do Sul e pelo Japão. A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, integra a comitiva, que tem como objetivo abrir mercados para os produtos agropecuários brasileiros e promover a imagem do Brasil no exterior.

Na sexta-feira, dia 28, a missão concluiu o último compromisso no Japão – o dia foi inteiramente dedicado à Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). Primeiramente, Silvia Massruhá, reuniu-se com os diretores da Agência, retribuindo à visita e homenagem que eles fizeram durante as comemorações dos 50 anos da Embrapa, e discutiu o andamento do projeto já celebrado na área de agricultura digital. A Jica informou que existem empresas japonesas interessadas no projeto, poderão depois aportar recursos para as ações futuras.

Reunião com dirigentes da Jica.

Em seguida ocorreu o encontro com a comitiva oficial, quando foi então apresentado e discutido o projeto, do Mapa, de recuperação de pastagens degradadas, em busca do apoio japonês para sua execução. Os dirigentes da Jica acertaram que farão uma visita em breve ao Brasil para conhecer mais detalhes do projeto, avaliar as regiões de interesse e o formato da cooperação que poderá ser feito e ainda manifestaram interesse em aprofundar a cooperação científica com a Embrapa também na área de recuperação de áreas degradadas.

 

Arábia Saudita

Os encontros da comitiva na Arábia Saudita começaram já na manhã do domingo, dia 30, com a empresa SABIC Agri-Nutrients, que se mostrou interessada em explorar parcerias para a produção de fertilizantes no Brasil e também na cultura de alfafa. A delegação brasileira também apresentou à empresa o projeto de recuperação de pastagens degradadas.

Encontro com a equipe do MEWA.

Depois a missão se reuniu com a equipe do Ministério do Meio Ambiente, Água e Agricultura (MEWA), liderada pelo ministro Abdulrahman Abdulmohsen A. AlFadley, que quer ampliar a cooperação técnica com o Brasil, principalmente no tema segurança alimentar. O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, colocou a Embrapa à disposição para cooperação e transferência de tecnologias que possam ampliar a capacidade de produção de alimentos na Arábia Saudita.

“O projeto de recuperação de áreas degradadas foi também apresentado pela comitiva e teve excelente repercussão. O ministro Abdulrahman externou que o setor privado saudita vai se interessar em participar do projeto”, explicou Massruhá.

 

EAU

A comitiva reuniu-se também com o Fundo de Desenvolvimento de Abu Dhabi (ADFD).

Na terça-feira, 1º de agosto, a comitiva iniciou o roteiro nos Emirados Árabes Unidos, com uma reunião com o Fundo de Desenvolvimento de Abu Dhabi (ADFD) e o principal assunto discutido foi mais uma vez o Projeto de Recuperação de Pastagens Degradadas. A missão do ADFD é ajudar os países em desenvolvimento a alcançar um crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza, por meio da disponibilização de recursos financeiros na forma de empréstimos soberanos, seguindo os requisitos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O projeto despertou interesse e de imediato os representantes do Fundo manifestaram interesse em conectá-lo com outras iniciativas já existentes junto ao Brasil, especialmente com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Eliana Zugaib, a futura embaixadora do Brasil nos EAU, e Roberto Serroni Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, foram designados como pontos focais para dar seguimento às discussões. 

O projeto de recuperação de pastagens degradadas foi também discutido com a empresa Al Dhara.

De tarde novamente o projeto foi discutido, mas agora com a empresa Al Dhara, multinacional que atua principalmente na comercialização de rações para animais e produtos alimentícios essenciais, além de gerenciamento de cadeias de suprimentos, operando em mais de 20 países e atendendo a mais de 45 mercados, com posição de liderança na Ásia e no Oriente Médio.

Em paralelo, no mesmo horário da reunião com a Al Dhara, ocorreram dois encontros da comitiva com a Abu Dhabi Agriculture and Food Safety Authority (ADAFSA), instituição de agricultura, segurança alimentar e biossegurança no Emirado de Abu Dhabi; e com Abu Dhabi Developmental Holding Company (ADQ), empresa holding e de investimentos com sede em Abu Dhabi.

A comitiva reuniu-se também com a empresa holding ADQ.

Representantes da ADAFSA externaram a prioridade de investir em tecnologias para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e fortalecer a parceria já celebrada com a Embrapa, por meio do memorando de entendimento assinado em novembro de 2021, que compreende planos de trabalho na área de cultivo de mandioca e espécies frutíferas e troca de informações entre as equipes técnicas. Os dirigentes deixaram claro o interesse de incluir o intercâmbio de startups no âmbito do memorando assinado, o que agora começará a ser analisado pelas equipes técnicas das duas instituições. E se prontificou a facilitar o contato do governo brasileiro com empresas árabes para apoiar financeiramente o projeto de recuperação de pastagens degradadas.

 

Tâmaras e agricultura biosalina

Com o grupo Agthia foram discutidas demandas de pesquisa para cultivo de tâmaras no Brasil.

Na manhã do dia 02 de agosto, a comitiva esteve com representantes do grupo Agthia, liderados pelo presidente Mubarak Al Mansoori. O grupo é líder em alimentos e bebidas nos EAU. A empresa quer conhecer o trabalho da Embrapa com variedades de tâmaras que possam ser cultivadas no Brasil e indicou que formará um grupo de especialistas para aprofundar no tema junto às unidades da Embrapa que trabalham com a cultura. Sinalizaram interesse em realizar experimentos no Brasil com diversas variedades de tâmara, o que pode representar um caminho para a popularização do consumo da tâmara no Brasil, tema no qual o grupo tem investido nos últimos anos, inclusive com a participação em feiras e eventos na América Latina.

À tarde, a Embrapa participou com a comitiva de um seminário e uma visita no Centro Internacional de Agricultura Biosalina (ICBA), instituição com a qual a Embrapa celebrou outro memorando de entendimento em 2020, centrado na troca de materiais genéticos, com importante participação da Embrapa Semiárido, e no desenvolvimento e na disseminação de tecnologias relacionadas ao aproveitamento de águas ricas em sais.

ICBA manifestou interesse em ampliar a parceria com a Embrapa em temas como mudanças climáticas e plantas com tolerância a estresse hídrico.

A ideia é revisitar e ampliar a parceria, incluindo novos planos de trabalho que abordem o desafio das mudanças do clima e o compartilhamento de conhecimentos e experiências sobre sistemas produtivas e variedades em ambientes de estresse hídrico, integrando esforços para participação dos dois países na COP28, que será realizada nos EAU, em Dubai, no final de 2023.

Encerrando a agenda nos EAU, a comitiva esteve no Ministério de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, sendo recebida pelo subsecretário Mohammed Al Nuaimi, que ressaltou que espera contar com uma grande participação brasileira na COP e promover ainda mais parcerias e ações em benefício mútuo nos eventos da Convenção do Clima, promovendo de forma efetiva segurança alimentar e climática globais. Os EAU também querem já contribuir com o governo brasileiro na organização da COP30, que será realizada em 2025 no Brasil.

A organização das COP 28 e 30 foram discutidas com a equipe do no Ministério de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente dos EAU.

O último compromisso da agenda foi uma reunião no final da tarde com a Ministra de Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Reem bint Ibrahim Al Hashemi. Ela esclareceu que o Ministério tem interesse em intensificar as relações comerciais com entre o Brasil e os EAU, que já somam cerca de quatro bilhões de dólares, mas que é considerado ainda muito baixo diante do potencial que o Brasil pode prover nas trocas entre os países – com a Itália, as relações comerciais com os EAU são da ordem de 10 bilhões de dólares.

A ministra ratificou e pediu à comitiva que os EAU não podem ser visto apenas como um local de uma população de 10 milhões de pessoas, mas sim como um grande hub para uma população de três bilhões de pessoas em toda a região. Após ouvir a apresentação do projeto de recuperação de pastagens degradadas, Hashemi elogiou tanto a iniciativa do país em se reconectar com o mundo quanto a qualidade do projeto, que integra todo o planeta em nome da segurança alimentar. Elogiou ainda o formato da delegação brasileira, que integra a ciência da Embrapa, os bancos públicos e governo, conferindo maior credibilidade às ideias propostas.

A Ministra de Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos quer aumentar as relações comerciais com o Brasil.

“Para a Embrapa, foi um momento único essa passagem pelos quatro países asiáticos, que aproximou a retomada de sua internacionalização, criou oportunidades de novas parcerias com boas perspectivas de recursos para a geração de mais inovações e disseminação de tecnologias que possam garantir a segurança alimentar global com preservação ambiental”, concluiu  Silvia Massruhá.

Robinson Cipriano (MTb 1727/88-DF)
Superintendência de Comunicação (Sucom)

Contatos para a imprensa

Telefone: (61) 3448-4285

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Encontre mais notícias sobre:

cooperacao-internacionaljapaojicacooperacao-cientificaeauarabia-saudita