07/08/23 |   Agricultura familiar  Biodiversidade  Segurança alimentar, nutrição e saúde

Conselhão instala grupos de trabalho sobre Amazônia e áreas degradadas

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - O ministro Alexandre Padilha defendeu a ideia de que a Amazônia não é problema, mas solução e um ativo para o desenvolvimento econômico e social.

O ministro Alexandre Padilha defendeu a ideia de que a Amazônia não é problema, mas solução e um ativo para o desenvolvimento econômico e social.

Dois grupos de trabalho voltados para a região amazônica e suas populações foram instalados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado Conselhão, no primeiro dia dos Diálogos Amazônicos. O evento ocorreu no Hangar Centro de Convenções, em Belém, e antecede a reunião da Cúpula da Amazônia. Os grupos (GTs) Amazônia e Áreas Degradadas devem, em um período de 60 dias, apresentar suas propostas ao Governo Federal.

O ministro Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, foi um dos anfitriões do evento e defendeu a ideia de que a Amazônia não é problema, mas solução e um ativo para o desenvolvimento econômico e social do país. Participaram da reunião os também ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Jader Filho (Cidades) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social), além do governador do Pará, Helder Barbalho, do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues e outras autoridades de instituições públicas, sociedade civil e parlamentares.

Ana Euler, diretora de Negócios da Embrapa, e Tereza Vendramini, representante independente indicada pelo Ministério da Agricultura (Mapa) para o Conselho de Administração da Embrapa (Consad), integraram a mesa de autoridades durante a instalação dos GTs.

De acordo com o ministro Alexandre Padilha, o grupo da Amazônia vai reunir iniciativas dos vários ministérios e interagir com os diversos atores da sociedade que compõem o Conselhão, para construir um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. “O trabalho será discutir o fortalecimento da região, não só do ponto de vista territorial, mas considerando seus potenciais econômico e cultural”, enfatizou o ministro.

Sobre o GT Áreas Degradadas o ministro afirmou ser um pedido direto do presidente Lula e explicou que tem por objetivo discutir a recuperação das terras degradadas não apenas no bioma Amazônia e foi enfático ao reforçar que o “Brasil não precisa derrubar árvores para aumentar a produção agrícola, exportar mais e ter mais alimentos na mesa dos brasileiros, já que há milhões de hectares no país podem ser recuperados para cumprir essa função”, acrescentou Padilha.

O Conselhão é um espaço de diálogo entre o Governo Federal e a sociedade brasileira, criado em 2003. O grupo conta com 246 conselheiros, que representam trabalhadores, empresários e entidades setoriais, de modo a representar a pluralidade e a diversidade da sociedade brasileira.

 

Bolsa Verde

Durante o evento a ministra Marina Silva e os ministros Paulo Teixeira e Wellington Dias assinaram um acordo interministerial de cooperação técnica oficializando o retorno do Bolsa Verde. O programa vai promover assistência técnica e remunerar famílias em situação de vulnerabilidade social que atuam para a proteção da floresta.

 

Governo defende potencial econômico na recuperação de áreas degradadas

 

A expectativa do Governo Federal é atrair inicialmente aproximadamente US$ 120 milhões em recursos para os projetos de restauração, segundo o ministro Padilha. “Vamos investir em modernização da agricultura, em assistência técnica e em logística para recuperar terras degradadas. Inclusive, o Ministério da Agricultura já está fazendo com o BNDES um grande esforço de atração de investimentos internacionais, de fundos internacionais que queiram financiar a recuperação de terras no Brasil”, afirmou.

De acordo com dados da Embrapa, existem cerca de 159 milhões hectares de áreas de pastagens no Brasil, das quais 55 milhões estão em boas condições, 63 milhões com degradação intermediária e outros 34 milhões com graus severos de degradação. Titular do GT de áreas degradadas, a pecuarista Tereza Vendramini, membro do Consad da Embrapa, comentou que os dados e as tecnologias preconizadas pela Embrapa serão a base conceitual na qual o GT pautará seus trabalhos e assim atuar para transformar o que hoje é um problema, em soluções no fornecimento de alimentos e investimentos no país.

“O papel da Embrapa no GT é primordial para o sucesso dessas ações. Temos que caminhar juntos, unindo todo trabalho que a Embrapa desenvolveu ao longo dos anos em recuperação de pastagens para conversão em agricultura, junto os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, que resultarão em muitas soluções a setor produtivo e ao governo brasileiro”, ressaltou Vendramini.

Para a diretora de Negócios da Embrapa, Ana Euler, a grande missão do GT é propor ações para restaurar as áreas degradadas e promover inclusão social e produtiva dos povos da amazônia. “A restauração garante a ampliação da oferta de serviços ambientais para o Brasil e para o mundo”, frisou a gestora.

Ana Euler avaliou ainda que o Conselhão e seus Grupos de Trabalho representam uma enorme oportunidade, a partir da potencialização do diálogo, troca e co-construção de conhecimento, de orientar estratégias e programas que possam viabilizar na prática modelos diferenciados de restauração de áreas alteradas e degradadas na Amazônia e nos demais biomas brasileiros. “Unindo a ciência aos conhecimentos tradicionais, podemos disponibilizar conhecimentos, tecnologias e práticas para todos os produtores e produtoras rurais, povos e comunidades tradicionais de todo o Brasil”, disse Euler.

Os Diálogos Amazônicos ocorreram em Belém, de 4 a 6 de agosto, no Hangar Centro de Convenções e reuniram mais de 27 mil pessoas. As propostas resultantes desse grande encontro entre governos e demais atores dos setores produtivos e sociedade civil organizada serão entregues aos participantes da Cúpula da Amazônia.

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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