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Último dia do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura é marcado por palestras, premiações e homenagens

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Foto: Manuela Bergamim

Manuela Bergamim -

 

O segundo e último dia do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura (EBS), ocorrido em 8 de agosto, contou com uma rica programação composta por três palestras, mesas redondas, entrega de prêmios a startups e homenagens a pesquisadores eméritos. Organizado pela Malinovski e Embrapa Florestas, o Encontro ocorre a cada quatro anos, e vem promovendo a discussão técnico-científica entre profissionais e instituições que atuam na área florestal. Foram ao todo 30 palestrantes que abordaram os mais distintos temas da área de plantação florestal.

Segundo Edilson de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos organizadores do evento, os resultados superaram as expectativas. “As startups vencedoras não pouparam elogios ao evento. Tivemos inclusive a presença de outras startups finalistas muito satisfeitas com a repercussão e com a visibilidade que estão tendo, graças às divulgações por parte dos organizadores Embrapa, Malinovski e Mapa. Destaque especial à última sessão do evento, quando foram homenageados os cientistas Paulo Ernani Ramalho Carvalho e Harri Lorenzi, que receberam troféus pelo histórico de contribuições ao setor florestal, por meio de um caloroso aplauso de pé por parte do público presente”, declara.

O primeiro painel do dia, denominado “Desafios para a produção florestal”, teve a moderação de Adriana Maugeri, presidente/CEO da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal. Eduardo Ciriello, diretor florestal da Futuro Florestal, abriu as discussões com o tema "Overview das Espécies Alternativas Potenciais para Produção Florestal no Brasil". As espécies alternativas buscam atender ao mercado de madeira serrada tropical, proveniente quase que exclusivamente da exploração de florestas naturais.

“Há atualmente uma maior gama de espécies entrando no mercado, seja para a produção de madeiras de longo prazo, sejam como espécies de ciclo curto para diferentes usos industriais”, diz. Entre as espécies exóticas, com mais investimentos, destacam-se a teca, os mognos-africanos e o cedro-australiano. Já entre as nativas, há o Paricá e Guanandi e outras espécies que têm ganhado espaço, como o Jequitibá-rosa, Louro-pardo e Ipê-felpudo.

“Estas vêm trazendo inovações ao sistema de cultivo, com a implementação de plantios mistos como alternativa aos plantios homogêneos, e a inserção do conceito Close-to-Nature que tem sido muito experimentado em diversos países”, diz. Ciriello também ressaltou a influência da agenda de mitigação das Mudanças Climáticas, e a alta demanda por Créditos de Carbono que tem direcionado grandes investimentos a esta área.

Em seguida, foi a vez de Vanderley Porfírio-Da-Silva, pesquisador da Embrapa Florestas, que abordou o assunto "ILPF na década de 2020", começando com um histórico da atividade desde as décadas de 1970-1980, quando o enfoque era no produto da silvicultura, até meados dos anos 2000, quando os produtos das árvores começavam a ser percebidos. 

Segundo Porfírio, a evolução das percepções e o acúmulo das experiências proporcionou significativos avanços, na década de 2010, com a implementação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, em que figurou pela primeira vez a tecnologia agrossilvipastoril como uma das estratégias para a “Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”.

“A partir de então, a estratégia ILPF começa a considerada uma inovação, sendo criada a Rede ILPF, uma associação cofinanciada por empresas que objetiva acelerar a adoção das tecnologias agrossilvipastoris para a intensificação sustentável da agricultura brasileira”, explica. Porfírio também destacou outros avanços, como a instituição da Política Nacional de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), o estabelecimento do primeiro protocolo para descarbonização da bovinocultura de corte, gerando, em 2015, a marca-conceito “Carne Carbono Neutro” (CCN) e a prorrogação até 2030 do Plano ABC, com versão ABC+.

Recuperação de áreas degradadas com foco econômico" foi o tema que encerrou os painéis de palestras, abordado por Alan Batista, diretor financeiro e operacional da Symbiosis, e Bruno Mariani, diretor da Symbiosis. Eles contaram como e porque desenvolveram um plano de negócio que permitiu o surgimento de uma indústria florestal focada na produção de madeira serrada por meio da silvicultura com árvores nativas.

“O desafio posto foi produzir madeira de alta qualidade com árvores nativas e, ao mesmo tempo, restaurar as reservas legais e áreas de proteção permanente, tão importantes para a produção de serviços ambientais”, conta Alan Batista. Segundo ele, o sucesso da indústria de papel e celulose indicava o caminho que era investir em melhoramento florestal, entender a silvicultura, domesticar as espécies nativas, e encontrar a melhor forma de combiná-las em consórcios, não se esquecendo das especificidades de cada espécie para se desenvolverem plenamente.

Outro foco é a produção com a biodiversidade. “Nos últimos 12 anos, temos feito inventários regulares de vertebrados e invertebrados que comprovam a grande diversidade da fauna em nossas áreas e confirmam a nossa missão, que é atender à necessidade da sociedade por produtos madeireiros sem alterar os mecanismos pelos quais os ecossistemas se sustentam”, conta Batista. O modelo foi implantado em escala piloto um grande laboratório a céu aberto de 1.500 hectares.

Após o primeiro painel foi realizada uma mesa redonda com o tema "Planejamento do orçamento versus riscos para a produtividade", com a moderação de José Maria de Arruda Mendes Filho, sócio-diretor da Lacan Florestal e participação de Fabiano Antonio Rodrigues, diretor Florestal & Suprimentos da Sylvamo e de Julio César Tôrres Ribeiro, diretor industrial e Florestal da Cenibra.

Para começar a parte final do Encontro, uma mesa redonda unificou o público do Encontro de Silvicultura ao da 19ª Seminário de Colheita e Transporte de Madeira. A moderação foi de Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, com participação de Moacir Reis, presidente da Comissão Nacional de Agrossilvicultura da CNA; Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente; Pedro Alves Corrêa Neto, diretor do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas, do MAPA, e José Carlos da Fonseca Júnior, diretor executivo da IBA (Indústria Brasileira de Árvores).

No bloco final do evento, foram entregues premiações às cinco startups vencedoras do 1º prêmio Startup Expoforest, e também realizada a entrega de homenagens aos pesquisadores Paulo Ernani Ramalho Carvalho, da Embrapa Florestas, e Harri Lorenzi, diretor do Instituto Plantarum, que se destacam pelas inúmeras contribuições à área florestal.

 

Manuela Bergamim (MTb 1951-ES)
Embrapa Florestas

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