A Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri) é um dos eventos tradicionais da região do Vale do São Francisco, reunindo um público interessado em conhecer as inovações do setor. Este ano a Feira aconteceu em Petrolina-PE, de 09 a 12 de agosto, e contou com uma intensa programação técnica organizada pela Embrapa Semiárido, englobando workshop, fóruns, seminários e minicursos. Os eventos foram realizados no Cineteatro da Univasf, em Petrolina, com recorde de participação, viabilizando a troca de conhecimentos entre pesquisadores, técnicos, produtores, estudantes e demais interessados. A Embrapa também esteve presente durante os quatro dias do evento por meio de um estande institucional para atendimento ao público e exposição de publicações. Citricultura No dia 09/08 foi realizado o primeiro evento da programação técnica, o III Workshop sobre Citros, com ênfase na Limeira Ácida ‘Tahiti’, que apresentou palestras sobre o cenário da citricultura no Semiárido, porta-enxertos e cultivares de copa para a limeira ácida ‘Tahiti’, pragas e doenças dos citros, implantação e manejo do pomar, nutrição, comercialização, entre outros assuntos importantes para a cadeia. O Workshop contou com a participação de mais de 200 interessados entre produtores, técnicos e estudantes. De acordo com a pesquisadora Débora Bastos, o evento superou todas as expectativas. “Tivemos um público com bastante interesse em aprender mais sobre a cultura do limão Tahiti, simbolizando um marco para que essa cultura se consolide no Vale, e no futuro seja uma das frutas principais a ser plantadas”, ressaltou a pesquisadora. Desenvolvimento do Semiárido No dia 10/08 o pesquisador João Ricardo, da Embrapa Semiárido, participou como moderador do Painel 2 do I Fórum de Debates sobre o Desenvolvimento do Semiárido Nordestino, tratando sobre o Mercado de Capitais e Crédito Seguro Safra, Crédito Cooperativo e Microcrédito. Maria Auxiliadora Coêlho de Lima, chefe-geral da Embrapa Semiárido, também participou do Fórum ministrando palestra no Painel 3 - Pesquisa, Inovação, e Esg - Tecnologia, Reputação e Inclusão e Ferramentas para uma Sociedade Sustentável. De acordo com a gestora, a Embrapa é um exemplo de instituição que vem incorporando na prática a terminologia ESG (Environmental, Social and Governance). Em sua fala, Lima explicou que a ideia das ESG já vem sendo adotada pela Embrapa antes mesmo do surgimento da sigla. “A Embrapa tem uma ferramenta de disponibilização e informação para a sociedade que é o balanço social. Essa metodologia vem sendo aprimorada na instituição há mais de vinte anos, informando à população o quanto a Embrapa converte em benefício do que é investido em pesquisa e inovação”. A chefe-geral apresentou os dados do Balanço social de 2022 da Embrapa, em que para cada real aplicado em pesquisa agrícola no Brasil, houve o retorno de 34,00 reais para a sociedade. “Então de fato pesquisa é investimento, não é custo para nenhum país, e a gente tem esse benefício traduzido no incremento do número de empregos gerados e melhoria de vida do consumidor, que começa a ter um alimento de melhor qualidade”, ressaltou. Inovação na Fruticultura No dia 11/08, no período da manhã, aconteceu o Seminário de Tecnologia e Inovação na Fruticultura, conduzido pela pesquisadora Magna Beserra de Moura, da Embrapa Semiárido, que também ministrou a palestra ‘Aplicações de drones na agricultura irrigada no Submédio do Vale do São Francisco’. O Seminário trouxe várias palestras que abordaram temas como o uso de drones, visão computacional, inteligência artificial com base no infravermelho próximo, sensoriamento remoto para irrigação, telemetria para pulverizações e armadilhas digitais. De acordo com a pesquisadora, a ideia foi apresentar aos produtores as inovações tecnológicas que a pesquisa e as empresas estão desenvolvendo para facilitar a vida no campo, trazendo pesquisadores com ampla experiência na gestão de propriedades e sistemas de produção para manga, uva e outras fruteiras. Manejo eficiente da irrigação Ainda no dia 11/08, no período da tarde, aconteceu a primeira parte do minicurso ‘Novas estratégias para o manejo eficiente da irrigação’, ministrado pelo pesquisador Welson Simões. Ele destacou a temática como importantíssima em razão do impacto do desperdício de água nos custos de produção e também no desenvolvimento da planta. Durante o evento, os participantes aprenderam como cada sistema ambiental interfere na eficiência de uso da água, bem como as formas e técnicas que podem ser utilizadas para melhor trabalhar o manejo hídrico na propriedade. A segunda parte do minicurso aconteceu no dia 12/08, no Campo Experimental de Bebedouro, em Petrolina-PE. No local, os participantes tiveram a oportunidade de visualizar na prática um sistema de irrigação em funcionamento, além de diversas estratégias de manejo.