21/08/23 |   Transferência de Tecnologia

Bagé sediou curso de atualização do programa Boas Práticas Agropecuárias

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Foto: Gabriel Aquere

Gabriel Aquere - Treinamento reuniu técnicos do RS e SC em Bagé

Treinamento reuniu técnicos do RS e SC em Bagé

A sede da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS), sediou, entre os dias 16 e 18 de agosto, o curso de capacitação e credenciamento de técnicos do programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) – bovinos e bubalinos de corte. O programa é uma estratégia nacional da Embrapa para a gestão eficiente e correta das propriedades pecuárias e, no Rio Grande do Sul, é executado pelo Senar-RS, responsável por atestar a conformidade dos estabelecimentos rurais.

Durante o treinamento, os instrutores da Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Gado de Corte, Ibama, Senar-RS e LVB Assessoria Contábil compartilharam informações sobre os diversos itens que compõem o programa, nas áreas de manejo reprodutivo, manejo sanitário, bem-estar animal, instalações rurais, pastagens e suplementação alimentar, função social do imóvel rural, gestão ambiental e utilização adequada dos recursos naturais, gestão de pessoas, indicadores de desempenho, gestão da propriedade rural e identificação animal. Além disso, o curso contou com palestras presenciais da coordenadora nacional do programa e pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (MS), Mariana Aragão, sobre a lista de verificação do BPA e perspectivas para o programa.

“Foi uma oportunidade de troca muito interessante. Existe uma parceria de longa data entre a Embrapa Pecuária Sul e o Senar-RS aqui no Rio Grande do Sul. Nós vimos muitos depoimentos de como o BPA mudou a realidade da propriedade rural, então isso valida o nosso trabalho, dá mais fôlego e motivação para a gente continuar”, destacou Mariana.

Foto: Gabriel Aquere

O BPA passou por uma atualização em 2022, com o lançamento de um manual revisado e atualizado, bem como algumas adequações à lista de verificação que é aplicada nas propriedades pecuárias, visando contemplar itens importantes para o bom andamento da gestão e melhorias de índices produtivos em um empreendimento rural. 

“O programa possibilita que os produtores rurais se adequem não só à legislação, mas principalmente a trabalhar nos parâmetros de uma boa gestão da propriedade rural, trabalhar com práticas recomendadas pela pesquisa, que dão resultados, tanto técnicos como econômicos, organizando a propriedade, a comercialização, etc. A última atualização do BPA havia ocorrido em 2016, e nestes anos diversas tendências vêm se consolidando, e o programa abraçou essas alterações. Temos algumas atualizações técnicas, como o próprio bem-estar animal, que ganhou mais espaço, e nós também introduzimos aspectos diferentes na gestão ambiental, trazendo, por exemplo, as fontes renováveis de energia como um dos critérios favoráveis à produção”, explicou Mariana.

Para Rodrigo Dutra, chefe da Divisão Técnica no Ibama/RS e um dos instrutores da capacitação, a participação no evento foi importante para transmitir a mensagem de que a pecuária é uma atividade reconhecida como sustentável nos campos sulinos, tanto técnica como legalmente. “Para o Ibama é muito importante participar de um evento do BPA, pois conseguimos passar a mensagem sobre a produção sustentável nos campos sulinos a técnicos que diariamente dão assistência a produtores rurais”, destacou.

O público foi formado por técnicos credenciados do Senar/RS, Senar/SC, extensionistas da Epagri/SC e Coopertropas/SC. Conforme Leomar Mattia, engenheiro agrônomo e técnico em formação profissional rural do Senar-RS, o BPA é uma ferramenta ampla para avaliação e melhoria da propriedade, executada pelo Senar-RS em parceria com a Embrapa. “Essa parceria entre Senar e Embrapa aqui no RS já tem mais de 10 anos e já credenciou mais de 200 propriedades. Essas atualizações constantes permitem com que os instrutores e os técnicos também possam melhorar sua atuação e trabalho. É um programa que vem evoluindo conforme a cadeia produtiva também evolui, conforme as necessidades da cadeia”, destacou Mattia.

Célio Souza, engenheiro agrônomo do Senar-SC, também participou da capacitação e destacou que a aplicação do BPA pode trazer inúmeras evoluções aos sistemas pecuários. “Viemos conhecer esse projeto e achamos muito interessante, principalmente pela maneira que vem sendo aplicado no RS. Traz muito o conhecimento do produtor sobre a propriedade dele, fazendo com que ele busque entender melhor o seu sistema produtivo. Assim, o BPA se torna uma ferramenta de trabalho para organizar a propriedade em vários fatores”, disse.

Newton Júnior, engenheiro agrônomo da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), destaca que a participação na capacitação visou buscar informações e conhecimentos para aplicação do programa naquele Estado. “Temos a intenção de aplicar o programa em um município, que já tem o trabalho de organização na cadeia produtiva da pecuária, para que tenhamos nesse município um piloto, adequando todo o programa, as diretrizes e premissas para a agropecuária familiar”, disse.

Pablo Zanella, zootecnista da Coopertropas, também destacou o interesse em aplicar o programa nas propriedades cooperadas em Santa Catarina. “Vamos aplicar este programa junto a nossos cooperados da Coopertropas para que eles possam organizar melhor a cadeia e o sistema produtivo, para que isso tenha um reflexo no produto final, que é a produção de novilhos precoces, bem-acabados, com qualidade”, destacou.

Conforme Álvaro Neto, analista da Embrapa Pecuária Sul, a partir do treinamento, os técnicos terão a capacidade de coletar evidências das boas práticas dentro da propriedade, e dessa forma, contribuir para a melhoria dos índices produtivos da fazenda, identificando pontos críticos nos aspectos gerenciais, produtivos e legais. “Essa capacidade de coletar evidências é o que vai abastecer a lista de verificação do BPA e, de acordo com o número de conformidades que os técnicos irão encontrar, será possível classificar a propriedade pecuária como ouro, prata ou bronze”, disse.

 

BPA

É um conjunto de normas e procedimentos que devem ser observados pelos produtores com a finalidade de tornar as propriedades mais rentáveis e competitivas. Começou em 2005 com o treinamento de técnicos agropecuários do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar/MS) em multiplicadores do BPA no Estado. A partir de 2007, tornou-se nacional envolvendo as principais regiões de pecuária de corte do país e as unidades de pesquisa da Embrapa transformaram-se em polos de difusão. Em 2011, recebeu o reconhecimento oficial do Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Portaria Interministerial nº 36, que instituiu o Programa Nacional de Fomento às Boas Práticas Agropecuárias, estendendo a proposta às cadeias de frango, suíno e gado de leite.

Foto: Gabriel Aquere

Conforme Gustavo Silva, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sul, o Senar-RS e a Embrapa criaram, em parceria, um formato inovador de executar o BPA com os pecuaristas. “O trabalho aqui no RS tem sido um diferencial, porque não trata somente de aplicar o checklist nas propriedades, mas sim de um programa de formação de produtores, com a constituição de grupos que passam por diferentes módulos, tratando das temáticas de forma coletiva, e nas propriedades de forma individual. Os produtores têm a oportunidade de se adequar ao longo desse processo e, no final, obter um resultado melhor do que a avaliação inicial. A gente tem visto nos produtores uma satisfação pela evolução na organização do sistema de produção a partir do BPA”, finalizou.

Felipe Rosa (14406/RS)
Embrapa Pecuária Sul

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