Na mesma área e sem uso de fogo, o Consórcio Rotacionado para Inovação na Agricultura familiar, o CRIAF, também chamado de Roça Sustentável, diversifica a produção e otimiza a produtividade da mandioca, arroz, milho, feijão e outras culturas da agricultura familiar. A tecnologia da Embrapa Cocais foi tema de aula inaugural da disciplina “Sistemas de produção de arroz, milho, mandioca e feijão” do sétimo período do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. A professora Joseane Rodrigues de Souza fez o convite para o analista Carlos Santiago, que desenvolveu o CRIAF e realiza a transferência de tecnologia para técnicos multiplicadores, extensionistas, estudantes, em comunidades, associações, cooperativas agrícolas e propriedades de agricultores familiares parceiros em diversos municípios maranhenses, ministrasse a aula inaugural. “O objetivo é compartilhar experiências do Santiago com os nossos alunos, bem como as perspectivas desses cultivos para o estado e ainda atualizar e enriquecer a bagagem da turma, que inicia o semestre letivo”. Santiago explicou que o CRIAF é um conjunto de tecnologias que organiza cultivos em fileiras para não haver competição por nutrientes, água, luz e espaço e faz a rotação das culturas, além do consórcio entre elas. O sistema de cultivo é “convencional”, permite o uso de herbicidas e inseticidas, se necessário, na hora certa e na dose certa. O uso da dose recomendada no momento certo provoca o mínimo impacto ambiental possível, com eficiência necessária para surtir o efeito desejado. A adubação equilibrada é também realizada no sistema para garantir o aporte dos nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas e a produtividade da lavoura. “Essas práticas agrícolas intensificam a eficiência do uso da terra, o controle de pragas, doenças e ervas daninhas e ainda recupera áreas degradadas. Também permite mais fertilidade ao solo e nutrição às plantas. O resultado é o aumento em até cinco vezes da produtividade da mandioca e em 50% a produtividade do arroz e do milho”. O analista chamou a atenção dos alunos sobre o fato de que eles serão futuramente a ponte entre o conhecimento gerado pela pesquisa e o produtor. “Nossa missão é transformar o conhecimento em motor do desenvolvimento econômico e social com preservação ambiental. Em outras palavras, mais renda, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida da comunidade no presente, garantindo a manutenção da biodiversidade para a sobrevivência das gerações futuras”. O CRIAF preserva a biodiversidade porque evita prática de derruba e queima e o desmatamento de novas áreas. Também reduz a carga de trabalho e o gasto com mão de obra, uma vez que a lavoura, livre de mato, doenças e pragas, produz muito mais, com menos esforço físico do produtor, isso significa mais tempo para as pessoas envolvidas cuidarem de outras atividades e da família.