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CerealTec contabiliza mais de 500 participantes

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Foto: Raoni Locatelli

Raoni Locatelli - Evento contou com cinco estações temáticas

Evento contou com cinco estações temáticas

Durante os dias 26, 27 e 28 de setembro, mais de 500 pessoas passaram pela CerealTec, Semana Tecnológica em Cereais de Inverno, realizada em Passo Fundo, RS, numa parceria da Embrapa Trigo com a Emater/RS-Ascar. Foram apresentadas novidades em cultivares de trigo, aveia, cevada e triticale, além de conhecimentos para aprimorar o cultivo dos cereais de inverno.

Na abertura da CerealTec, na manhã do dia 26, aconteceu o Encontro Gestores do Agro, que reuniu prefeitos e secretários de 40 municípios do Rio Grande do Sul. Participaram também lideranças políticas representando a Secretaria de Desenvolvimento Rural do RS, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS e a Prefeitura Municipal de Passo Fundo (secretarias de Desenvolvimento Econômico e da Agricultura e Desenvolvimento Rural).

Lideranças do setor produtivo, como Fetag, SenarRS/Farsul, Emater/RS-Ascar, Be8 e apoiadores do evento – Sicredi, Universidade de Passo Fundo (UPF) e Famurs – também participaram da cerimônia de abertura da CerealTec, que contou com palestra do chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, sobre o tema “O uso inteligente do inverno para um agro forte: mais renda e menos riscos”. Segundo Lemainski, “o crescimento da produção rural representa receita nos municípios e economia forte em todo o Estado do Rio Grande do Sul. A aproximação da pesquisa e da extensão rural com os gestores tem como objetivo unir esforços para fortalecer a agropecuária gaúcha”.

Ao longo da programação da CerealTec, os participantes puderam aprofundar conhecimentos em cinco estações temáticas: genética em cereais de inverno, manejo de plantas daninhas, bioinsumos, silagem e manejo de giberela e micotoxinas. De acordo com o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo, Giovani Faé, a programação foi construída pensando nas oportunidades e desafios que afetam a produção de cereais de inverno no momento.

“Estamos trabalho ao lado da assistência técnica e da extensão rural,  em nível estadual e municipal, com o foco em gerar renda ao produtor. Não basta a pesquisa ser eficiente no aumento da produção, se não gerar resultados para o produtor. Problemas como estiagem ou excesso de chuva nas lavouras afetam tanto o produtor de grãos como a produção pecuária, mas a pesquisa já tem conhecimentos que podem minimizar os impactos das mudanças climáticas, disponíveis para aplicação direta nas propriedades”, explicou Faé.

Na estação sobre silagem com cereais de inverno, o coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF, Carlos Bondan, lembrou que, nos últimos três anos, a estiagem afetou a qualidade do milho destinado à elaboração de silagem. “Sabemos que muitos produtores de leite, por exemplo, salvaram a receita na propriedade com o uso de silagem de cereais de inverno, com oferta de forragem de qualidade com menor custo. Sem dúvidas, uma alternativa que deverá fazer parte da matriz produtiva na produção animal daqui para frente”, afirma Bondan.

“A CerealTec proporcionou encontro de produtores, gestores, técnicos e lideranças com tecnologias e informações relevantes, que farão a diferença nas propriedades rurais e nos municípios. Além disso, o Encontro de Gestores proporcionou aos participantes informações para subsidiar a criação de políticas públicas municipais e estaduais, principalmente para atender as demandas e as necessidades do homem do campo, público da Extensão Rural. Acredito que tivemos um evento, somando as forças da pesquisa e da extensão rural,  com saldo altamente positivo”, concluiu Dartanhã Luiz Vecchi, gerente regional da Emater/RS-Ascar Passo Fundo.

 

Giberela ou brusone?

O clima hostil que desafia o cultivo de cereais de inverno no Sul do Brasil, foi agravado nesta safra com a forte presença do fenômeno El Niño. Doenças fúngicas, favorecidas pelo clima quente e úmido, exigiram experiência do produtor e da assistência técnica para reduzir perdas. Durante a CerealTec a equipe de fitopatologia e pós-colheita da Embrapa Trigo compartilhou orientações para minimizar as perdas com as doenças fúngicas.

A giberela, doença da espiga já conhecida na Região Sul, dividiu espaço nas lavouras com a brusone, doença mais frequente no ambiente tropical do Cerrado. “Os sintomas são semelhantes, mas as estratégias de manejo deixaram o controle das doenças de espiga ainda mais desafiador”, alerta a pesquisadora Maria Imaculada Pontes Moreira de Lima. Durante o evento, a pesquisadora orientava o público na difícil tarefa de identificar corretamente cada doença: “detalhes na ráquis, parte central da espiga, ajudam na distinção e definem a melhor estratégia para reduzir a infecção e orientar a segregação dos lotes na colheita”. Para saber mais, acesse a publicação “Giberela ou brusone?”, disponível no site da Embrapa Trigo.

Conforme a fitopatologista Cheila Sbalcheiro, muitos produtores que chegavam à CerealTec destacaram dificuldades no controle das doenças de espiga: “Ouvimos muitas reclamações de que os fungicidas não estão surtindo efeito na lavoura, mas é preciso considerar duas situações: a forte pressão da doença favorecida pelo ambiente quente e úmido, e a frequência das chuvas, que impedem a entrada na lavoura e até mesmo o tempo de ação para o produto agir e defender a espiga antes da próxima chuva”. Segundo Cheila, o nível de eficiência dos fungicidas para controle da giberela é estimado em 40% em anos de El Niño, desde que aplicados no momento certo.

A recomendação da pesquisadora Casiane Tibola para reduzir a contaminação dos grãos por micotoxinas, substâncias tóxicas que podem ser produzidas durante a infecção na giberela, é investir em genética, controle químico e segregação pós-colheita: “É preciso lembrar que, mesmo sem oferecer resistência genética total, já existem no mercado cultivares com melhor tolerância à giberela, o que pode reduzir em 50% a contaminação por micotoxinas. Durante o manejo da lavoura, é importante acompanhar as previsões climáticas para aplicar o fungicida de forma preventiva. Verificamos que com duas aplicações de fungicidas a incidência de micotoxinas pode ser reduzida em até 65%. Após a colheita, é preciso segregar os grãos e descartar os grãos giberelados, o que reduz a presença das miocotoxinas em 40%”.  As orientações detalhadas estão disponíveis na publicação “Micotoxinas no trigo: estratégias de manejo para minimizar a contaminação”.

 

Parcerias na Genética

As novidades em genética estiveram na CereaTec através de cultivares apresentadas pela Embrapa Trigo (as cevadas forrageiras BRS Korbel e BRS Entressafras; triticale BRS Zênite e trigo BRS TR271) e pelos parceiros comerciais, como Xiru Melhoramento (trigo Xiru Capataz), Fundação Pró-sementes (trigo FPS Robusto), cooperativas Cotripal e Agrária.

Colaboração Vanessa Almeida, jornalista Emater/RS-Ascar

Giberela e brusone no trigo

 

Joseani Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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