A Embrapa Alimentos e Territórios apresentou nesta terça-feira (17) o projeto de construção de seu centro de pesquisa ao Governador de Alagoas, Paulo Dantas, no Palácio República dos Palmares, sede do governo localizada no centro de Maceió. Também estavam presentes na reunião a Secretária de Agricultura e Pecuária Carla Dantas, o Secretário da Ciência, da Tecnologia e da Inovação Sílvio Bulhões e o prefeito do município de Batalha (AL), Wagney Cajé. Estiveram presentes representando a Embrapa o chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios João Flávio Veloso, o supervisor de Inovação e Tecnologia, Aluísio Silva, a assessora de comunicação Irene Santana e o supervisor de comunicação da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju - SE), Saulo Coelho. Veloso apresentou o projeto arquitetônico do mais novo centro de pesquisa da Embrapa (foto), que deverá começar a ser construído em janeiro do próximo ano numa área de 16,6 hectares próxima à Comunidade da Saúde, no bairro de Ipioca, área metropolitana da capital alagoana. A Embrapa Alimentos e Territórios tem como missão gerar informações científicas e tecnológicas para agregar valor aos produtos alimentares brasileiros, em conexão com a demanda da sociedade, apoiando o desenvolvimento territorial. Alagoas era um dos poucos estados que não tinham um centro de pesquisa da Embrapa, o que demandou uma articulação entre o Governo de Alagoas, que fez a doação do terreno, o Governo Federal, que por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária está aportando os recursos humanos (pesquisadores e técnicos), e a Bancada Parlamentar Federal de Alagoas, que aportou cerca de R$ 28 milhões em emendas para a construção da nova sede na LOA 2023. Também foram aportados recursos do Novo PAC, do Governo Federal, para complementar recursos para obras e para equipamentos de laboratórios. “Nos sentimos muito acolhidos e acreditamos que o novo centro de pesquisa da Embrapa vai possibilitar que Alagoas tenha uma importante infraestrutura de ciência e tecnologia associada à temática da alimentação”, afirmou Veloso. O Secretário da Ciência, da Tecnologia e da Inovação Sílvio Bulhões comentou que o projeto integra grandes potencialidades do estado com a agricultura familiar. “O ecossistema de pesquisa e ciência dá mais um salto rumo à uma Alagoas cada vez mais moderna e tecnológica”, disse Bulhões. Presente há cinco anos em solo alagoano, a Embrapa Alimentos e Territórios coordena atualmente 10 projetos de pesquisa, em parceria com diferentes instituições, entre as quais o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e a União Europeia, possui conexões com instituições na França, Portugal e Espanha e um total de 44 empregados em atividade, entre pesquisadores, analistas e técnicos. “Quando a nova estrutura estiver pronta, daremos um salto enorme e poderemos apoiar mais projetos em Alagoas”, disse o chefe-geral da Embrapa. Conheça os projetos de pesquisa da Embrapa em Alagoas Agenda prioritária - O Governador de Alagoas Paulo Dantas afirmou que considera a inauguração da Embrapa em Alagoas “uma das agendas mais importantes para o Estado”. Dantas elogiou o projeto arquitetônico da sede da Embrapa Alimentos e Territórios, que será construída a partir da restauração das ruínas da histórica Fábrica de Tecelagem da Saúde, datada de 1924. “A área será totalmente recuperada e revitalizada para abrigar dois complexos de laboratórios, um de Tecnologia e Inovação Alimentar em Gastronomia e outro de Etnoconhecimento e Conservação Dinâmica da Sociobiodiversidade, além de outros de uso compartilhado em modelo hub”, informou João Flávio Veloso. Na reunião, a equipe da Embrapa Alimentos e Territórios definiu junto ao Governador Paulo Dantas e seu secretariado algumas ações preparatórias para o evento de lançamento da Pedra Fundamental do novo centro de pesquisa, previsto para o mês de novembro. Cadeias produtivas para AL - Veloso e Dantas também conversaram sobre a vocação do estado de Alagoas para o desenvolvimento da horticultura próxima ao Canal do Sertão, considerada a maior e mais moderna obra de infraestrutura hídrica do Estado, com extensão projetada de 250 km para atender a população que mais sofre com a seca, do sertão ao agreste alagoano. “Provavelmente o Canal do Sertão vai permitir que seja ampliada a estrutura de cultivos protegidos no estado, como aconteceu em outras partes do mundo, a exemplo de Almería, na Espanha, hoje um grande pólo de horticultura”, disse João Flávio, citando o exemplo da cidade espanhola que cultiva atualmente mais de 32 mil hectares de hortaliças em sistema de estufas. Veloso acrescentou que praticamente todos os estados do Nordeste dependem da importação de hortaliças a partir de outros estados. Outras cadeias produtivas citadas por Veloso como “vocações naturais para o estado de Alagoas” são a do leite (segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, Alagoas é o estado do Nordeste que mais produz leite) e a cadeia da apicultura, considerada uma atividade econômica competitiva, conhecida por sua própolis vermelha. O Governador de Alagoas falou sobre a conexão do Canal do Sertão com o perímetro de irrigação do Gavião, projeto que irá irrigar uma área de aproximadamente 250 hectares próxima ao município alagoano de São José da Tapera e contribuir para o desenvolvimento de pequenos produtores rurais da região. A secretária de Estado da Agricultura e Pecuária, Carla Dantas, acredita que o desenvolvimento de pesquisas para produção e valorização dos alimentos da agropecuária alagoana é primordial. O trabalho realizado em Alagoas pela Embrapa Alimentos e Territórios, nas áreas de apicultura, turismo rural, agroecologia, produção de variedades crioulas, entre outras ações com agricultores familiares, ajuda na promoção social, econômica e de combate à fome no estado. “A Seagri também compartilha esse cuidado na produção de alimentos saudáveis. O governador Paulo Dantas tem uma preocupação muito grande com a diminuição da insegurança alimentar, começando no campo. As linhas de pesquisa da Embrapa no nosso estado são complementares ao trabalho que realizamos no campo. Com essa união de forças na instalação de um centro de pesquisa em Alagoas, vamos avançar ainda mais”, apontou a titular da Seagri.