Membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC), agora Elíbio e Aragão também fazem parte da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA). 
   

   Com reconhecimento nacional e internacional, os dois pesquisadores da nossa Unidade têm uma longa trajetória profissional no meio científico, seja na Embrapa, em instituições congêneres e também no campo da educação. Agora, Aragão e Elíbio ocupam, respectivamente, as cadeiras 26 e 20 da ABCA. Para ambos, não é possível desvincular a importância e a responsabilidade da Embrapa para a ciência e para sociedade brasileira, quando da indicação e posse em entidades representativas como a ABC e ABCA. Eles estão entre os 19 novos membros da ABCAgro, sendo 10 deles da Empresa, representando nove Unidades da Empresa, que tomaram posse na semana passada, em Piracicaba. 

   “É um reconhecimento ao nosso trabalho e à Embrapa”, comentou Elíbio Rech, pesquisador da Embrapa há 42 anos. Ele não compareceu presencialmente da cerimônia de posse, mas participou do evento por meio digital. Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) desde 2005 e da Academia Mundial de Ciências , ele tem se dedicado a estudar o desenho, a síntese e a construção de genomas, além de desenvolver pesquisas sobre a manipulação e engenharia de genomas sintéticos, a expressão de proteínas em sistemas livres de células e a construção de circuitos genéticos. 

   Na coordenação do Laboratório de Biologia Sintética da Unidade, Elibio também tem forte atuação nas pesquisas voltadas para a expressão de biomoléculas de valor farmacêutico e industrial em plantas, animais e microrganismos, tendo como objetivo desenvolver sistemas de produção de fármacos a um custo reduzido. Com foco em soluções para a agropecuária Elibio busca a integração e expressão de sequências regulatórias em genomas, glândulas produtoras de sedas de aranhas para a produção de novos materiais, a evolução e aplicação da ciência para o desenvolvimento de processos e produtos através da manipulação da tecnologia do DNA recombinante e o impacto da agropecuária global. 

   Entre os trabalhos desenvolvidos por Elíbio Rech está  a comprovação de que sementes de soja geneticamente modificadas constituem, até o momento, a biofábrica mais eficiente e uma opção viável para a produção em larga escala da cianovirina – uma proteína extraída de algas – muito eficaz no combate à AIDS. Essa pesquisa, que originou um artigo publicado pela revista norte-americana Science, contou pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês) e da Universidade de Londres. 

   Responsável pelo Laboratório de Engenharia Genética Aplicada à Agricultura Tropical da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Aragão é pioneiro na geração das primeiras plantas transgênicas no Brasil e lidera um grupo de pesquisas que é referência nacional e internacional no campo da engenharia genética de plantas. Entre os diferentes processos que desenvolveu e foram patenteados, como linhagens-elite de plantas transgênicas introduzidas em programas de melhoramento e aprovadas para comercialização, estão a soja tolerante a imidazolinonas (evento BPS-CV127-9) e o feijão resistente ao víírus do mosaico dourado do feijoeiro (BGMV) (evento EMB-PV051-1).
   Pesquisador da Embrapa desde Francisco Aragão é responsável, entre outros resultados de pesquisa, pelo desenvolvimento das seguintes tecnologias: alface biofortificada com ácido fólico (folatos) e mamona detoxificada para ricina. Professor colaborador da Universidade de Brasília (UnB), sendo orientador nos programas de pós-graduação em Biologia Molecular (mestrado e doutorado), e  Biotecnologia e Diversidade (doutorado), Francisco Aragão também é orientador no curso de Doutorado em Genética e Biologia Molecular da Unicamp. 
No período de 2008 e 2014, Aragão foi membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), é comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e editor associado das revistas Transgenic Research, GM Crops & Food e Frontiers in Plant Science - Plant Biotechnology e autor de diversas publicações científicas. É consultor das principais agências sul-americanas de fomento à pesquisa e de várias revistas científicas nacionais e internacionais. 
   

   A posse dos novos membros da ABCA ocorreu no último dia 9 de outubro, durante a realização do I Congresso da ABCA, na Esalq/USP, em Piracicaba (SP).