01/11/23 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro realiza homenagem à Embrapa

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Foto: Kadijah Suleiman

Kadijah Suleiman -

Mais uma homenagem foi prestada à Embrapa em comemoração aos seus 50 anos. Agora foi a vez de a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) conceder à Empresa o diploma José de Alencar, que reconhece empresas, pessoas e entidades que comprovadamente ajudam no desenvolvimento econômico estadual. A sessão solene foi realizada na última segunda-feira, 30 de outubro, no plenário do Palácio Tiradentes, no centro do Rio, e também homenageou o Sistema Integrado de Produção Agroecológica – a Fazendinha Agroecológica Km 47 –, que completou 30 anos em 2023. Na mesa para receber a homenagem estavam o diretor-executivo de Governança e Gestão, Alderi Araújo, além das chefes-gerais Cristhiane Amâncio, Maria de Lourdes Mendonça Brefin e Edna Maria Morais Oliveira, das Unidades Agrobiologia, Solos e Agroindústria de Alimentos, respectivamente.

O diretor Alderi Araújo lembrou dos desafios que a Empresa deve encarar nos próximos 50 anos e destacou o capital humano como um dos pilares da organização. “Tudo que nós fizemos nestes 50 anos não foi feito sozinho. Foi feito por todos vocês”, disse, dirigindo-se à plateia marcada pela presença de diversos empregados das três Unidades da Embrapa no Rio de Janeiro. “Completamos uma trajetória de sucesso em parceria com outras instituições nacionais de pesquisa e construímos um repertório de conhecimentos específicos para uma agricultura tropical moderna e eficiente. Mas o futuro que está posto em nossas mãos nos aguarda com muitos desafios: garantir a segurança alimentar e nutricional, mitigar e adaptar a nossa agropecuária às mudanças do clima, cuidar dos nossos recursos naturais, promover bem-estar e qualidade de vida, reduzir as desigualdades sociais e democratizar o acesso às tecnologias”, argumentou.

A chefe da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio, concordou com a necessidade de um olhar cuidadoso para o futuro e também ressaltou a importância de cada empregado no caminho até aqui. “O que construímos até agora é parte de um esforço, de uma dedicação coletiva, de um compromisso não só com o desenvolvimento do País, mas com a superação da condição da fome. Nosso reconhecimento e respeito ao trabalho de cada um para termos alimentos de qualidade, não apenas em conteúdos nutricionais, mas com respeito aos trabalhadores, com respeito ao meio ambiente, com rentabilidade para os agricultores e com o reconhecimento da importância das políticas públicas para que a agricultura tenha a relevância que tem não só para o Estado do Rio de Janeiro como para o Brasil”, falou.

Maria de Lourdes Brefin, gestora da Embrapa Solos, destacou a importância da homenagem para desmistificar a ideia de que o Rio de Janeiro não é um estado agrícola. “Temos três centros da Embrapa no Estado, tão diversificados e com pesquisas que ajudam não só a produção de alimentos como também os serviços ambientais”, lembrou. Ela também salientou a importância da ciência e lembrou do Programa Embrapa & Escola, voltado para o público infanto-juvenil com o intuito de despertar a curiosidade e a vontade de fazer ciência. “Temos provas de que ciência, tecnologia e conhecimento mudam o mundo, mudam a nossa percepção. Sabemos as portas que a ciência abre.”

Por fim, a chefe da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Edna Oliveira, falou sobre a necessidade de uma produção sustentável de alimentos, com segurança e qualidade nutricional, recordando ainda da importância de a pesquisa se aproximar do consumidor. “Estamos no segundo maior mercado consumidor do Brasil. E na nossa Unidade temos esse papel de estarmos próximos da mesa, para sabermos a percepção das pessoas em relação à qualidade e à segurança dos alimentos e também em relação a novos produtos”, informou. “Para o futuro, temos alguns desafios. Mas só construiremos esse futuro com a participação de todos os nossos parceiros e empregados. Juntos vamos construir os próximos 50 anos”, afirmou.

Ciência e agricultura no Rio de Janeiro
A iniciativa da homenagem à Embrapa foi da deputada estadual Marina do MST (PT/RJ), com o apoio dos deputados Elika Takimoto (PT/RJ), Jair Bittencourt (Partido Liberal/RJ) e Val Ceasa (Patriota/RJ). “Há 50 anos era criada a Embrapa, instituição que foi fundamental para a transformação da agricultura brasileira e que se tornou referência para o mundo. Desde o seu surgimento, a Embrapa trabalha com agricultura familiar e camponesa, responsável pela produção de 70% dos alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro”, destacou Marina do MST, que preside a Comissão de Segurança Alimentar da Alerj. Segundo ela, há um grande potencial ainda não explorado de a agricultura familiar gerar emprego e renda, melhorar a soberania alimentar e ainda desinchar a região metropolitana do Rio de Janeiro.

A deputada Elika Takimoto, que preside a Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa, também enalteceu a importância da Embrapa para todo o processo agropecuário brasileiro e para a evolução da ciência no campo, lembrando ainda da relevância da pesquisadora Joahnna Döbereiner para a pesquisa mundial. “As mulheres pesquisadoras precisam sempre ser lembradas”, disse. Além de citar inúmeros exemplos da presença da Embrapa para o desenvolvimento do País, como na produção de alimentos, na preparação do solo, na gestão ambiental, na agroindústria e na segurança alimentar, a deputada lembrou ainda a importância de se discutir, mais do que a produção de alimentos de qualidade, a distribuição desses alimentos. “A gente tem uma parte da população muito grande vivendo em insegurança alimentar e estamos em um País que é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Então a gente precisa pensar nessa distribuição e em como esse alimento saudável chega à mesa do povo”, afirmou.

Já o deputado Jair Bittencourt, vice-presidente da Comissão de Agricultura da Alerj, reconheceu a importância de se fazer investimento em pesquisa para o desenvolvimento do Estado. “Se tem uma instituição que faz tecnologia com maestria, que dissemina conhecimento e que merece toda referência na pesquisa é a Embrapa. Temos orgulho das parcerias que fizemos para alocar recursos na agricultura do Estado do Rio de Janeiro. E a gente só vai conseguir desenvolver de fato o setor se alocarmos recursos nas estruturas federais e estaduais que desenvolvem a pesquisa”, pontuou.

O secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro, Flávio Campos Ferreira, também destacou o impacto da Embrapa no Estado. “Sem dúvida é a maior empresa de pesquisa agropecuária do mundo. E a Seappa, hoje, avança muito devido a esses grandes pesquisadores. O Estado está avançando cada vez mais a produção. Temos, hoje, mais de 300 mil hectares plantáveis de grãos no Norte e no Noroeste fluminenses, preservando nossas matas, preservando a ecologia, plantando em locais que antes eram canaviais. Temos visitado o Estado todo e vemos como está avançando a qualidade dos nossos produtos. Isso a gente deve aos nossos pesquisadores e produtores, que nos ajudam muito no avanço do agro”, reconheceu.

Já o presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), Paulo Renato Marques, lançou um olhar para o futuro: “Eu quero lembrar a importância não desses 50 anos que passaram, mas mostrar a importância daquilo que a gente tem para fazer. Estudo da FAO/ONU [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura] mostra que, entre 2010 e 2050, a gente precisa aumentar a nossa produção de alimentos em 70%. E o fundamental, para mitigar esse contingente absurdo que passa fome no País, é investir em ciência. É exatamente isso que a gente está celebrando aqui.”

Também o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Marcus Vinicius Vidal, se manifestou no evento, ressaltando a importância da pesquisa agropecuária para a redução da insegurança alimentar e para o desenvolvimento do País. “No presente, há um imenso desafio para a sociedade brasileira: o Brasil voltou ao mapa da fome. Temos, hoje, 33 milhões de brasileiros nessa condição e cerca de 125 milhões na situação de insegurança alimentar”, citou. “As Unidades da Embrapa no Rio de Janeiro têm conhecimento e experiência de sobra e podem contribuir para o combate à fome e à insegurança alimentar”, opinou.

Trinta anos da Fazendinha Agroecológica
Além de homenagear a Embrapa pelos seus 50 anos, a Alerj também celebrou os 30 anos da Fazendinha Agroecológica Km 47. O projeto foi implantado em 1993 e conta com uma área de 70 hectares localizada em Seropédica, na baixada fluminense, integrando atividades de produção animal e vegetal. Com foco na pesquisa, no ensino e na extensão, o espaço é gerido em parceria pela Embrapa Agrobiologia, pela Pesagro-Rio e pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), juntamente com seu colégio técnico, o CTUR. “Juntos estamos fazendo aquilo que a Constituição nos coloca: ensino, pesquisa e extensão. Mas, mais do que isso, estamos gerando conhecimento. Isso culminou, além de inúmeros trabalhos científicos, em uma pós-graduação na área de agroecologia”, lembrou o reitor da UFRRJ, Roberto de Souza Rodrigues.

A Fazendinha foi concebida com base no enfoque sistêmico, ou seja, é formada por um conjunto de módulos relacionados e interdependentes, envolvendo produção intensiva de hortaliças orgânicas, produção de mudas, pecuária leiteira, avicultura de postura, glebas de produção de hortaliças-fruto, raízes e fruticultura orgânica, sistemas agroflorestais e fragmentos de mata com corredores ecológicos. Ao longo de seus 30 anos, mais de 40 tecnologias foram geradas, além do resgate de espécies vegetais tradicionais e da introdução e adaptação de inúmeras plantas ao manejo orgânico, especialmente hortaliças. “A importância do que se faz ali em termos de tecnologia e ciência é digna de mudar o nome de Fazendinha para Fazendona”, destacou o presidente da Pesagro-Rio, Paulo Renato Marques. "O que se faz lá é o fortalecimento da segurança alimentar. O Brasil precisa disso. O mundo precisa disso”, sublinhou.

Assista ao vídeo da solenidade:

Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia

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