24/11/23 |   Agricultura familiar  Agroecologia e produção orgânica  Biodiversidade

Diálogo e escuta ativa marcam presença da Embrapa no CBA

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Foto: Ana Lúcia Ferreira

Ana Lúcia Ferreira - Abertura do 12a. edição do Congresso Brasileiro de Agroecologia na Fundição Progresso no Rio de Janeiro.

Abertura do 12a. edição do Congresso Brasileiro de Agroecologia na Fundição Progresso no Rio de Janeiro.

Cerca de cinco mil pessoas participaram da abertura do 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que ocorreu no dia 20 de novembro no Rio de Janeiro. Na cerimônia, representantes do governo federal anunciaram a retomada de políticas públicas importantes para a agroecologia, como o programa Ecoforte e a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo). “Precisamos de uma mudança na agricultura. Precisamos do Ministério de Ciência e Tecnologia, da Finep e da Embrapa presentes nesse desafio. Estamos retomando o apoio às iniciativas de promoção da transição agroecológica, dos sistemas agroalimentares sustentáveis e o fortalecimento de redes de produção orgânica”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

O Diretor-Executivo de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, representou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, na cerimônia e afirmou que se trata de uma agenda importante para a soberania e segurança alimentar nacional. “Essa agenda que nos reúne aqui não tem espaço no mundo privado e precisa ser financiada com recurso público”, disse Pillon.

Inovações vindas do campo

Pela segunda vez, os organizadores do CBA estabeleceram o Terreiro de Inovações Camponesas, um espaço para mostra de inovações realizadas pelos próprios agricultores, que nesta edição esteve sob coordenação da Diretoria de Inovação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Da parte da Embrapa foram apresentadas duas invenções: Produção artesanal do biochar, da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop, MT) e Gongocompostagem, da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Na mesa de abertura no dia 21 de novembro, o Diretor Clenio Pillon destacou que a inovação envolve uma rede de atores, que atuam na construção coletiva de conhecimento e soluções para o campo. Para ele, este diálogo de saberes é fundamental para ampliação da produção de alimentos saudáveis em base sustentáveis e alcance da soberania e segurança alimentar no país. “Não é só a Embrapa que faz inovação, mas também o agricultor, de forma empírica. Há muitas tecnologias sociais a partir das práticas camponesas, que devem ganhar visibilidade e servir de inspiração para políticas públicas”, afirmou.

Já no dia 22, a Diretora-Executiva de Negócios, Ana Euler, participou da mesa de debate ‘Ações governamentais de incentivo à inovação no contexto da Agricultura Familiar e da Agroecologia” no mesmo ambiente e destacou: “Precisamos ampliar o diálogo com os agricultores, que são o sentido de nossa existência. As inovações também acontecem no campo, e não apenas nos laboratórios. Nós da Embrapa, estamos em diálogo, reforçando redes internas e externas, a fim de fomentar a construção coletiva e promover intercâmbio de conhecimentos para atuar nas transições ecológica, climática e digital”. Ana Euler ressaltou que grupos de trabalhos internos têm subsidiado o papel da Embrapa como um vetor de inovação a partir do fortalecimento de redes de cooperação com o governo e com a sociedade civil, para que as inovações sociais possam beneficiar ainda mais os agricultores brasileiros.

Diálogo de saberes

Durante o CBA, o estande da Embrapa constituiu um espaço prioritário para troca de ideias, esclarecimento de dúvidas técnicas e acesso a publicações e tecnologias sociais, como sistemas produtivos agroflorestais, sementes de leguminosas para adubação verde, protocolos de beneficiamento a seco de ovos em pequena escala de produção, dentre outras.

Nos Tapiris de Saberes foram realizadas 99 apresentações de trabalhos científicos da Embrapa. Também houve o lançamento de duas publicações: os volumes 6 e 7 da coleção Transição Agroecológica: ‘Agroecologia e Povos Tradicionais na América Latina e Caribe’ e ‘Água e Agroecologia’, editados por pesquisadores da Embrapa Alimentos e Territórios e Embrapa Clima Temperado.

No barracão Biodiversidade e Bens Comuns da Feira da Agrobiodiversidade ocorreu uma roda de conversa com os guardiões de bancos comunitários de sementes de diferentes biomas brasileiros e uma feira para troca de sementes, com a participação da equipe da Embrapa Agrobiologia.

A partir das articulações realizadas durante um evento, vários acordos de cooperação técnica com a Embrapa foram alinhados e fortalecidos com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e com organizações da sociedade civil, como a ABA (Associação Brasileira de Agroecologia) e a ASA (Articulação para o Semiárido). “A Embrapa agora quer mais ouvir do que falar. Começar a fazer ciência de baixo para cima, a partir das demandas do campo e das inovações produzidas pelos e com os agricultores. Estamos abertos para o diálogo”, concluiu a diretora Ana Euler.

Aline Bastos (MTb 31.779/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos

Contatos para a imprensa

Ana Lúcia Ferreira (MTb 16913/RJ)
Embrapa Agrobiologia

Contatos para a imprensa

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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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