No 22º Fórum do Pantanal, realizado através da parceria entre o Colégio Objetivo de Corumbá (MS) e a Embrapa Pantanal, os participantes discutiram uma variedade de temas, tais como "O Pantanal é nosso: uso e cuidados", "Monitoramento e análise dos incêndios no Pantanal", "Oficina de identificação de espécies de peixes presentes nos rios do Pantanal", "Educação para o Trânsito", "O processo de Envelhecimento" , "Internet: Perdas e Ganhos", "Sistema de Adoção no Brasil", "Peixes", "Insetos", "Onça Pintada", "Diversidade Faunística no Pantanal: Aves de mil núcleos", e "Contação de história". O Fórum, em sua 22ª edição, que aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro, vem proporcionando um espaço para discussão por meio de grupos de trabalho e promovendo o intercâmbio de ideias entre os alunos do Ensino Fundamental e Médio da instituição, fortalecendo o debate sobre a conservação do Bioma pantaneiro e sobre as políticas sociais do município, auxiliando os estudantes no desenvolvimento de habilidades de pesquisa, comunicação e pensamento crítico. Durante 10 meses, os alunos se envolveram em pesquisas, visitas a instituições, debates em sala de aula e entrevistas com profissionais da área. As informações foram organizadas para apresentação durante as atividades do evento, seguindo a metodologia característica de eventos acadêmicos/científicos. O processo inicia no começo do ano letivo, quando os professores apresentam os temas que serão abordados ao longo do ano, envolvendo o Pantanal e as políticas públicas. Representantes de instituições públicas e privadas são convidados a participar, incluindo pesquisadores da Embrapa Pantanal, que apresentam palestras, participam de mesas redondas e oficinas, interagindo e esclarecendo dúvidas dos estudantes. O pesquisador Jorge Lara, da Embrapa Pantanal, trouxe para o debate o tema "O Pantanal é nosso: uso e cuidados", enquanto a pesquisadora Balbina Soriano discutiu "Monitoramento e análise dos incêndios no Pantanal", pauta frequentemente debatida pelos veículos de comunicação. Jorge destacou que o uso econômico do Pantanal é imperativo para o desenvolvimento regional. No entanto, as práticas sustentáveis de produção devem ser constantemente aplicadas no processo. Além disso, ele abordou o papel desses estudantes na dinâmica do desenvolvimento sustentável do Pantanal, ressaltando que isso envolve a compreensão de oportunidades e a consciência do equilíbrio entre o senso de auto preservação e de propósito, aspectos que devem nortear a ética do uso econômico da planície pantaneira. Balbina abordou sobre a crescente incidência de incêndios no Pantanal. Ela ressaltou que, desde 1999, a Embrapa Pantanal tem monitorado as variáveis meteorológicas e sua relação com as ocorrências de incêndios no Pantanal. Ela disse que é possível observar, dependendo da variação do clima entre anos, a ocorrência em maior ou menor número de eventos, modificando a paisagem local. Além disso, ela apresentou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), relatando que novembro de 2023 registrou o maior número de focos de calor de toda a série histórica desde 1998. Destacou ainda que a sub-região de Poconé foi a mais impactada, com 1.315 focos, seguida por Paraguai, Barão de Melgaço e Paiaguás. Os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental tiveram a oportunidade de participar de uma oficina conduzida por Liels Campos, bolsista do Laboratório de Recursos Pesqueiros da Embrapa Pantanal. O foco da atividade foi a identificação de espécies de peixes presentes nos rios do Pantanal, e, durante a atividade puderam examinar alguns exemplares. A dinâmica envolve a observação de características específicas dos peixes, como a presença de escamas e o formato do corpo (arredondado ou não). Em seguida, os alunos colocavam os peixes num tabuleiro disponível na mesa. A medida que reconheciam as características, avançavam no tabuleiro de identificação até conseguirem identificar o peixe. Essa abordagem prática e interativa proporcionou uma experiência enriquecedora, estimulando o interesse dos alunos pela biodiversidade. A diretora do Colégio Objetivo de Corumbá, Adelma Galeano, enfatiza que essa variedade de tópicos no Fórum enriquece o conhecimento em diversas áreas, tanto para os alunos quanto para os educadores. Essa abordagem promove uma integração entre teoria e prática no processo de aprendizagem. Ressalta que a compreensão precoce dos obstáculos enfrentados pelas comunidades pantaneiras visa fomentar a empatia e a solidariedade entre os jovens, capacitando-os a compreender as complexidades e desafios únicos da região. A diretora destaca que a parceria da escola com instituições públicas e privadas, especialmente com a Embrapa Pantanal ao longo dessas duas décadas, possibilita que os alunos tenham acesso a profissionais e pesquisadores da instituição, despertando neles o interesse em áreas de pesquisa e desenvolvimento científico. A interação direta com esses especialistas serve de inspiração, incentivando-os a seguir carreiras relacionadas à ciência e tecnologia, conclui a diretora.