14/11/23 |   Gestão Estratégica  Gestão ambiental e territorial

Embrapa participa de GT para integração dos sistemas de dados do setor rural

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Captura de tela - Dados cartográficos da exportação de soja: esse é um tipo de trabalho da Embrapa Territorial com dados do setor agropecuário

Dados cartográficos da exportação de soja: esse é um tipo de trabalho da Embrapa Territorial com dados do setor agropecuário

A Embrapa participou do Grupo de Trabalho (GT) Interministerial que discutiu a integração dos sistemas de dados do setor rural das instâncias públicas federais. Entre julho de 2022 a julho de 2023, ocorreram 16 reuniões técnicas do GT, com apresentações de sistemas, alinhamento de conceitos e nivelamento de conhecimentos, envolvendo representantes de órgãos federais e outros convidados. Os principais problemas identificados e as proposições do grupo foram compiladas num relatório entregue aos ministros da Fazenda; do Planejamento e Orçamento; da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; da Agricultura e Pecuária; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; do Trabalho e Emprego; da Previdência Social; e ao presidente do Banco Central do Brasil.

No relatório, o GT constata que as estatísticas do setor rural brasileiro abrangem três dimensões: terra, propriedade e atividade econômica. O grupo observa que, em cima desses temas, são formuladas e aplicadas políticas públicas fundiária, ambiental, tributária, de crédito e sanitária, que demandam o desenvolvimento de sistemas de cadastro e de registro próprios. A especificidade dessas dimensões requer uma abordagem distinta, que são realizadas em diferentes órgãos públicos, e isso pode levar à sobreposição de informações e a lacunas.

Para Sérgio Rosa, da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia e coordenador do GT, o principal desafio para a agregação dos sistemas de dados de posse de órgãos federais é mudar o modelo existente, abandonando a geração de soluções individuais para o desenvolvimento de soluções com visão integrada. Além disso, ele acrescenta, a política de gestão dos dados deve respeitar a governança e missão de cada órgão, convergindo objetivos e esforços.

Octávio Costa de Oliveira, coordenador de Estatísticas Agropecuárias do IBGE, destaca que as informações e reflexões apresentadas durante os trabalhos do GT permitiram conhecer melhor as limitações no uso e compartilhamento de dados entre as instituições. Ele acredita que a implementação das soluções apontadas resultará em uma interoperabilidade rápida e eficiente para o IBGE. “Como resultado, menor esforço na obtenção de dados para as pesquisas estatísticas e para estudos de sua melhoria, crítica e planejamento”, ressaltou.

Conhecer as bases

Conhecer o conjunto de informações do setor rural administrado por outras instituições foi uma das contribuições do GT destacadas por Lucíola Magalhães, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial. Ela considera que as reuniões do GT permitiram nivelar o conhecimento de bases de posse de outras instituições públicas e também possibilitaram refletir sobre o seu propósito e, com isso, evitar fazer integrações indevidas. 

Ela aponta como um dos desafios o conhecimento de bases que não são públicas. “Atualmente temos bastante dados públicos e abertos, mas há um conjunto de informações do mundo rural que não temos conhecimento de sua existência, pois não são abertos e assim, não temos mecanismos para solicitá-los e realizar  a análises integradas, foco dos trabalhos da nossa Unidade”, disse. 

Padronização de termos

A sincronização de conceitos e termos do agro é outra proposição do GT. Cientista da computação, o analista da Embrapa Territorial Carlos Alberto de Carvalho possui experiência na gestão de dados provenientes de bases de diferentes instituições representativas do setor rural. Ele aponta a padronização de significados dos termos do agro como um dos principais desafios para a integração e a interoperabilidade dos sistemas em uso.

Um exemplo de trabalho em que foi preciso operar com dois sistemas de dados do segmento foi o estudo sobre o alcance das áreas destinadas à preservação da vegetação nativa pelos produtores rurais brasileiros, realizado pela Embrapa Territorial. Para essa análise, como explica Carlos Alberto, foram utilizados os dados do Censo Agropecuário 2017 (IBGE), e os do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Os dados dessas bases carregavam diferenças de conceitos. 

“Os estabelecimentos agropecuários do Censo Agropecuário e imóveis rurais do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR/SFB) são conceitos diferentes e os dados são captados de forma distinta e com objetivos também diversos, mas convergentes na compreensão do mundo rural”, explica o analista. Com a sincronização de termos e o compartilhamento de dados, ele continua, poderemos ter um entendimento cada vez mais detalhado sobre o mundo rural brasileiro. 

Sérgio Rosa ressalta que os problemas identificados e as propostas de solução apontadas no relatório serão discutidos pela alta administração dos órgãos envolvidos.

Além da Embrapa e do Ministério da Economia, o GT Interministerial foi formado por representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária; Ministério do Trabalho e Previdência; Banco Central do Brasil; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Alan Rodrigues (MTb 2625/CE)
Embrapa Territorial

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