26/01/24 |   Agricultura familiar  Agroecologia e produção orgânica

Rede de Agroecologia do Leste Paulista impulsiona agrobiodiversidade com revitalização de sementes crioulas e saberes tradicionais

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Foto: Joel Queiroga

Joel Queiroga - Sementes guardadas

Sementes guardadas

O Grupo de Trabalho Sementes Crioulas, pertencente à Rede de Agroecologia do Leste Paulista, emerge como protagonista na preservação da agrobiodiversidade e dos conhecimentos tradicionais. O diagnóstico e a sistematização das oficinas participativas conduzidas pelo grupo constituem pilares essenciais para a estruturação desse grupo, fornecendo subsídios cruciais para futuras ações, com destaque para a formulação de um plano de ação, consolidando uma relação direta entre os pesquisadores e o universo da agricultura familiar, seus saberes e a relevância das sementes crioulas e seus guardiões.

De acordo com Laura Leite, da Unicamp, as soluções propostas para as demandas identificadas, após uma cuidadosa sistematização, ganharam destaque como propostas encaminhadas ao Comitê Gestor de elaboração do Plano de Agroecologia e Produção Orgânica do estado de São Paulo da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (Peapo-SP). Os objetivos delineados para o Pleapo incluem fortalecer e ampliar a oferta de Mudas e Sementes Crioulas em todo o Estado de São Paulo, mapear sistematicamente as iniciativas relacionadas às Sementes Crioulas e aos Bancos Comunitários de Sementes, impulsionar a geração de renda para agricultores e instituições envolvidas, e revitalizar instituições públicas vinculadas à pesquisa e extensão rural nesse campo.

As ações deste grupo foram coordenadas e implementadas pela Rede, que reúne agricultores, associações de agricultores, organizações não-governamentais, sociedade civil e instituições como Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - Apta, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - Cati, Embrapa, Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Prefeituras Municipais, Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Semil), Universidades e Unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.

Leandro Biral, da  Cati, explica que para disseminar o projeto e realçar a importância dos Guardiões e das Sementes Crioulas, foi desenvolvida uma cartilha informativa abordando definição e importância das variedades crioulas, formas de conservação e armazenamento, além da estrutura e funcionamento da Rede e do Grupo de |Trabalho Sementes Crioulas.

Fortalecendo práticas tradicionais
A construção do conhecimento em agroecologia e sementes crioulas emerge como um caminho essencial para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). As Sementes Crioulas, preservadas ao longo de gerações pelos seus guardiões, representam estratégias cruciais para a promoção da saúde, segurança e soberania alimentar. A Rede de Agroecologia do Leste Paulista reconhecendo a importância dessas sementes, estabeleceu um Grupo de Trabalho dedicado ao tema, explica o analista da Embrapa Meio Ambiente Francisco Corrales.

O grupo iniciou o mapeamento das Redes dos Guardiões de Sementes do Leste Paulista, promoveu o I Encontro sobre Sementes Crioulas da Rede, realizou oficinas participativas com agricultores, desenvolveu uma cartilha informativa e apresentou sugestões para o Pleapo-SP (Plano de Agroecologia e Produção Orgânica do Estado de São Paulo).

O pesquisador Joel Queiroga, da Embrapa Meio Ambiente, explica que a construção do conhecimento em Agroecologia envolve o diálogo de saberes com as comunidades rurais e com parceiros de instituições governamentais e não-governamentais. ‘O Grupo de Trabalho Sementes Crioulas fortaleceu-se ao longo de dois anos com reuniões virtuais quinzenais, utilizando as redes sociais com estratégia de comunicação para o planejamento, a organização e a realização de ações, com também a divulgação de suas ações’, dizem Queiroga. 

I Encontro sobre Sementes Crioulas
O Encontro, organizado pelo Grupo, reuniu 72 participantes, predominantemente agricultores e representantes de instituições públicas, abrangendo 17 municípios do Leste Paulista e seis de outras regiões do estado de São Paulo.

O evento contou com palestra de Pedro Jovchelevich, gestor da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica (ABD), oficinas, painéis e uma feira de trocas de sementes e variedades crioulas. O apoio de diversas instituições e a participação ativa de voluntários e ambientalistas destacaram o sucesso e a relevância do encontro.

O Encontro contou com a participação de guardiões de sementes, agricultores dos Assentamentos de Reforma Agrária Sumaré ll e Mariele Vive, Núcleo Vive Piracaia, Centro de Formação Paulo Kageyama, Viveiro Escola (Osasco), Núcleo Boca da Mata, Livre Rede Produtos do Bem, Movimento Cuiabá. Essência da Terra, Planeta Plantar, Sítio das Goiabeiras, Cooperativa de Trabalho, Assistência Técnica, Extensão Rural e Meio Ambiente (Amater), Família Orgânica e representantes de Instituições como a Cati, Embrapa Meio Ambiente e Fundação Florestal.

Participaram também das ações desse grupo Josely Rimoli, da Unicamp, Fernanda Peruchi, do Instituto de Pesquisas Ambientais (Semil), Luã Trento, da USP e Laleska Rabelo, da Universidade Federal de São Carlos. Esse trabalho foi apresentado no 12 Congresso de Agroecologia.

Cristina Tordin (MTB 28499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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